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Deixa Ela Entrar

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Olha... mesmo que eu quisesse açoitar o livro de John Ajvide Lindqvist; mesmo que eu tivesse achado a história uma porcaria, pura perda de tempo; mesmo que eu desejasse pegar uma tesoura e picar a obra desse escritor para que outros leitores não perdessem o seu precioso tempo; jamais, em hipótese alguma, eu poderia fazer tudo isso. Sabem por que? Porque “Deixa Ela Entrar”  foi o meu confindente, companheiro e amigo solidário nas madrugadas solitárias que passei com o Tourão no hospital, em sua luta pela vida. Acredito que sem um livro – por pior que seja – seria difícil suportar tantas cenas ‘down’ que presenciei. Todas essas cenas restritas à perdas, perdas e mais perdas. Mães perdendo os filhos; esposas perdendo os esposos; filhos perdendo os pais. Caraca! Parece que o anjo da morte resolveu visitar todas as almas, cujos nomes estavam escritos no ‘livro do destino’, naquela fatídica noite em que eu estava por lá. Rapaz; como dói ver tudo isso! Não que eu seja um molenga, pelo contrário, já vi coisas de arrepiar em minha profissão, mas experimenta ouvir e ‘ver’  o choro agoniado de uma mãe que perde o seu filho único. Cara, é fod...!
E eram nessas horas que eu ‘grudava’ no livro de Lindqvist e mergulhava de corpo e alma na história... como se eu fosse um observador na pequena cidade sueca de Blackeberg, onde se desenrola a trama de Oskar e Eli.
Mas podem ficar tranqüilos porque eu não vou criticar a obra, afinal de contas ela é muito boa; boa não... brilhante. Talvez, depois do antológico “Drácula”  de Bram Stoker; o melhor romance sobre vampiros.
Ao contrário de  Vlad Tepes, ou seja, do nosso lendário Conde Drácula; o personagem criado por Lindqvist: a vampira Eli, é completamente ambígua, despertando a cada página, a curiosidade do leitor. Eu ficava ansioso para saber quais seriam as suas atitudes ao longo história. Tipo se ela iria fazer algo bom ou maquiavélico, já que ao mesmo tempo em que Eli amava, minutos depois, ela matava ou então depois de um abraço inocente de criança carente, vinha a catracada na veia jugular da vítima. Já o conde Vlad idealizado por Stoker é a caricatura do próprio mal. Por isso, desde a sua primeira aparição nas páginas de ‘Drácula’, o leitor já percebe que o sanguessuga vai aprontar poucas e boas, pois vive no mal, respira o mal e ama o mal. Entendemos isso, desde o momento em que Drácula prende Jonathan Hark em seu castelo com a desculpa de o tê-lo como um hóspede especial. Com o virar das páginas, essa maldade vai crescendo, crescendo até atingir o auge.
Já com Eli, de “Deixa Ela Entrar”, o espírito do mal caricato cede lugar para a ambigüidade. A vampira criada por Lindqvist, mostra inúmeras facetas: de criança inocente e abandonada à mercê de um pedófilo, à de vampira maléfica, pronta para devorar as suas vítimas. Mas se engana aqueles que pensam que Eli faz dessa ambigüidade um jogo de cinismo. Nada disso. O personagem não é cínico, pelo contrário; Eli é simplesmente o que é. Um ser humano dócil e amigo até em baixo d’ água – Oskar que o diga – mas quando ele precisa de sangue para continuar viva: que se dane o mundo; “quem estiver na minha frente eu traço”.  Então Eli se transforma no vampiro letal como fica evidente em vários trechos do livro, alguns com toques de humor negro, apesar da violência, como é o caso de uma inocente velhinha que por causa de sua grave doença é obrigada a tomar doses altíssimas de morfina. Ela acolhe Eli com todo o carinho em sua casa, ma a vampirona não quer saber de amor e atenção; ela quer sangue, pois está faminta. Então ataca a bondosa anciã e se enfastia, sem saber que o “produto”  está infestado de morfina. O resultado desse ataque vampírico inusitado chega a ser cômico, isto é, se deixarmos de lado a violência com que o autor descreve o ataque.
O autor sueco John Ajvide Lindqvist
Eli também é mesquinha ao extremo com Hakan, o homem que vive com ela e que mantém um relacionamento misterioso com o vampiro. A sanguessuga obriga o sujeito a sair em busca de vítimas que lhe possam fornecer sangue fresco para a sua sobrevivência. Chantagens e ameaças “comem solto” e Hakan sempre acaba cedendo. Em sua lista de vítimas cabe de tudo; desde crianças, mulheres e adultos.
Mas todo esse mau caráter recheado com muita violência desaparece da personalidade de Eli quando ela está ao lado de Oskar. Nesses momentos, a vampira mostra o outro lado de sua personalidade: o lado bom. Acredito que isso faz do personagem de Lindqvist, um dos mais ambíguos da literatura mundial. E foram essas nuances que me atrairam em Eli, deixando a leitura cada vez mais interessante. Quando começava a ficar com raiva do personagem, lá vinha a menina sanguessuga com um gesto legal que a fazia subir em meu conceito.
Outro ponto positivo do livro é o enredo multilateral, onde outros  personagens passam a ter a mesma importância dos protagonistas, tornando a história bem mais interessante e menos cansativa. O autor sueco optou por não transformar Eli e Oskar nos personagens centrais de sua história. Há outros, também importantes, cuja participação vai crescendo ao longo da narrativa. Isso ocorre, por exemplo, com a turma do boteco, como aprendi a chamá-los. O drama de Lacke, Virginia, Morgan, Larry, Karlsson e Gosta é tão essencial para o sucesso do roteiro como o drama vivido por Eli e Oscar. A transformação de um deles em vamnpiro é uma verdadeira obra prima da literatura. Lindqvist descreve em detalhes como o organismo de um ser humano normal se comporta ao ir se transformando aos poucos em um sistema vampírico. Sei que embolei o “meio de campo”, mas não encontro palavras melhores para descrever a incerteza, dúvida e espanto de um dos integrantes da turma do boteco, ao ver o seu corpo sofrer progressivamente estranhas mudanças, as quais acredita ser sintomas de uma doença comum. Então quando descobre que, na verdade, ele (a)  está se transformando num vampiro. Buuummm! A coisa pega! O coitado (a) chega perto da piração.
Há o drama de Gosta que é viciado em gatos, inclusive ele e os seus felinos são responsáveis por um trecho antológico do romance, quando o ‘bando’ de animais resolve atacar um vampiro. Cara! Palavra que fiquei com dó do sanguessuga! Lindqvist também descreve minuciosamente esse momento. “Ele tentou bater nos bichos, ouviu ossos se quebrando, mas, quando um caía, vinha outro, pois os gatos trepavam uns nos outros com sofreguidão cravando as garras em sua carne”. Na minha opinião um dos melhores momentos do romance.
O leitor ainda irá conhecer o revoltado Tommy, único amigo de Oskar, cuja mãe se apaixona por um policial que se transforma no pesadelo do enteado. Em sua revolta, Tommy procura encontrar meios de criar situações constrangedoras para o futuro padrasto. Prestem atenção no que ele apronta durante um culto numa igreja evangélica. Outra cena marcante.
Que sono........Zzzzzzzzzzz... Isso que dá escrever posts de madrugada
Sei que muitos de vocês que lêem esse post, agora, estão curiosos para saber se livro e filme são semelhantes. Eu respondo na lata: Não. A obra escrita e a obra cinematográfica são como água e óleo: diferentes ao extremo. Muitas cenas chocantes, incluindo algumas de pedofilia foram cortadas do roteiro dos dois filmes: sueco, de 2008 e o remake americano, de 2010. Alguns trechos do livro envolvendo o pedófilo Hakan são asquerosos. E é evidente que essas passagens da obra escrita foram completamente mutiladas da versão nas telonas. O Hakan dos cinemas chega a ser a madre Tereza de Calcutá se comparado com o seu sósia dos livros.
Na obra de Lindqvist algumas pessoas que foram atacadas por Eli chegam a se transformar em vampiros dando um trabalho danado para a polícia; o que já não acontece no filme.
Enquanto os dois filmes mantém o foco somente em Eli e Oskar, o livro explora – à exaustão – o drama de outros personagens.
O problema do bullying sofrido por Oskar na escola é bem mais aprofundado no livro. No início chegamos a ficar com raiva do personagem pela sua passividade perante os seus agressores. Ele não é humilhado... ele é – me perdoem os termos chulos – cagado pelos seus ‘algozes’. Só faltam dizer: “- Vai ô pirralho! Abre a boca para que nós possamos cagar nela!” E o pior é que o pobre infeliz obedece. Quando, a tropa de inimigos de Oskar pede para que ele imite um porco e o garoto faz o que eles determinam... mêo... dá vontade de entrar na história e dar uns tabefes em Oskar pela sua covardia.
 E quanto a Eli... Bem... perceberam a minha indecisão, toda vez que tinha de escrever sobre esse personagem? Dêem uma espiadinha ao longo do post. Algumas vezes me referia à Eli no feminino e em outras, no masculino. Assim, quando percebi, já tinha feito um verdadeiro samba do crioulo doido no texto. Fico imaginando o ataque de nervos de professores de língua portuguesa ou então de leitores mais detalhistas ao verem essa confusão de palavras. Mas mesmo assim, optei por deixar o texto sem nenhuma correção nessa parte, porque Eli é... deixa prá lá; melhor você ler o livro. O que posso dizer sem o risco de bancar o chato que publica spoilers é que na obra literária, temos a revelação do significado do nome Eli. E de quebra um relato completo da origem do personagem, inclusive como ‘ele’ se transformou em vampira. Êta, olha a confusão novamente aí. Já o filme, oculta essa parte.
Poderia passar muito mais tempo revelando outras diferenças entre livro e filme, mas paro por aqui, melhor você descobrir por si mesmo. Aconselho ler o livro primeiramente, depois veja o filme.
E quer saber de uma coisa? Cara, estou morrrreeendo de sono. Zzzzzzzzzz. 
PS: Acordando do cochilo em frente ao teclado do computer, somente para lembrar de um detalhe importante: o livro foi lançado no Brasil após oito anos!! Deus abençoe a Globo Livros! Voltando aos braços de Morfeu... Zzzzzzzz...

Hospital

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Com certeza muitos internautas e blogueiros que passam por aqui com frequencia, ao lerem esse post, irão exclamar: -“ Putz, lá vem ele, novamente, com o Touro!!”. Para essa galera eu peço desculpas, mas não posso ficar calado com o que acabei de presenciar há alguns minutos atrás, antes de começar a redigir esse texto. A cena que vi foi antológica e merece entrar para os anais da comédia da vida real. O que escutei do Touro, então, é digno de registro; digno de risos.... risos não; gargalhadas. Isto mesmo; gargalhadas e daquelas bem esculachadas.
Galera, ao chegar em casa, me respondam o que é que eu vejo na sala de estar que fica anexa ao meu quarto?? O Tourão dormindo e roncando ao lado de uma outra mulher... que, por sua vez, também estava dormindo e roncando!!! Acontece que eu percebi que o ronco do Kid Tourão era meio estranho; sei lá, meio artificial. O da mulher não; esse sim, parecia um ronco original... genuíno.
Quando o Tourão ouviu a minha voz exclamando: “Meu Deus! O que está acontecendo!!??”; ele imediatamente abriu os olhos, fez um sinal de psiuuu com o dedo indicador colocado nos lábios e falou com a voz meio agoniada: “Ajuda euuu!”. Depois fez um sinal para que eu dispensasse a mulher que roncava o ronco dos anjos. Depois disso, voltou a fingir que estava dormindo. Bem, entendi a mensagem e após, educadamente, acordar a senhora dorminhoca e roncadora e agradecê-la pela visita, fui esclarecer o fato com o vovô arteiro. Queria saber o que ele havia aprontado. Ah! Antes que me esqueça. A mulher que dormia sentada na cadeira ao lado do sofá onde estava o Tourão é a dona Dirce, um antiga amiga de solteira de minha saudosa mãe, a Toura (verdade, esse era o apelido de mamãe... Putz que saudades me bateu agora...), e muito conhecida da família. Dona Dirce chegou se sentou na cadeira e começou a conversar com o Tourão, relembrando os histórias engraçadas do passado. O problema é que a dona Dirce fala pelos cotovelos e após mais de uma hora e meia só escutando e pouco falando, o velhinho que ainda não está andando - por isso deixa o seu ‘papagaio’, o qual ele chama de ‘purunguinha’ sempre por perto, ao lado de um lavatório móvel – sentiu uma vontade insuportável de fazer xixi, por causa dos diuréticos que vem tomando no pós-operatório. “- Meu filho, eu queria fazer xixi, mas ela não parava mais de falar. Eu estava desesperado prá tirar prá fora o ‘pingolin” (é assim mesmo que ele chama o dito cujo) mas a Dirce só matraqueava e matraqueava... Jesus amado! Como ela falava!  Então não me restou outra coisa se não fingir que estava dormindo para ela se tocar e ir embora”, disse ele.
Então galera o que é que acontece?? Ok, eu respondo. O plano do Tourão foi completamente implodido pela dona Dirce, porque ao ver a sua “vitima” cair no sono, ela deve ter pensado: - “Bem vou puxar um ‘rango’ também e depois continuo com o assunto!!!” Kkkkkkk!!! Resultado: um dormiu de mentirinha e a outra... de verdade!! O Tourão me disse depois que jamais iria se aliviar ao lado de uma visita, mesmo que ela estivesse dormindo. “Santa madre de Deus!! Isso é falta de respeito!!”, bradou ele. Depois mais descontraído disse: “Meu pingolin é educado”.
Cara! Estou aqui redigindo essa ‘comédia’  e chorando de rir.... Pronto. Me desculpem a enrolação e a fugida do tema desse post, mas não deu prá segurar. Prometo que nos próximos posts serei mais cometido. Pelo menos, vou tentar.
Mas agora,vamos ao que interessa: escrever sobre esta beleza de obra literária que se chama “Hospital”, de Arthur Hailey, o mesmo criador de outra obra-prima chamada “Aeroporto”.
Sabem de uma coisa galera; às vezes os leitores da nova geração, cometem as maiores injustiças com aquelas obras velhinhas das décadas de 50, 60 ou 70. E observem que eu deixei de ir fundo, pois caso contrário poderia ainda citar aquelas das décadas de 20 ou 30! Quase sempre, preferimos menosprezar as tais obras, deixando que elas fiquem esquecidas no fundo das nossas prateleiras. Acredito que alguns de vocês já “bateram” os olhos na capa super brega e mal feita da edição brasileira de 1966 de “O Hospital” lançada pela Nova Fronteira e desistiram, na mesma hora, de lê-la. Mais do que isso, chegaram a sentir ojeriza de encostar as mãos naquele “produto”. Então, após algumas horas, você se depara em, outra livraria, com a capa ultra-trabalhada de um “Fallen”, “Sussurro”, “Despertar” ou então, outros livrinhos descartáveis escritos por escritores e escritoras novatas e desconhecidas e que... me perdoem... escrevem muito mal.
Lanço aqui um desafio para você que fugiu ao ver o livro de Hailey. Que tal voltar aquele sebo e comprar a obra?. Vamos lá! Pode fazer isso sem medo. Leia e depois me conte se gostou ou não. Combinado?
Gente, não tem como falar mal de um livro em que o autor demorou aproximadamente quatro anos para escrever, sendo dois anos só de pesquisas. E foi isso que aconteceu com “Hospital”, lançado nos Estados Unidos em 1959.
Hailey chegou ao ponto de cometer uma loucura para buscar subsídios que deixassem a sua obra ainda mais completa. Sabem o que ele fez? Pasmem: o autor se disfarçou de médico e se infiltrou numa grande clínica nos Estados Unidos, com o objetivo de conhecer melhor o drama dos profissionais que por lá trabalhavam. Não me perguntem como Hailey conseguiu fazer isso. Com certeza deve ter contado com a ajuda de um “padrinho” poderoso, mas a verdade é que ele conseguiu e pronto. Dessa forma, pôde entender como funciona um “novo mundo”, bem diferente daquele mundo em que nós vivemos. Hailey se tornou um expert no mundo onde homens e mulheres vivem por apenas um ideal: salvar outras vidas. E como será que é a vida desses médicos e enfermeiras na intimidade? Como é um hospital na sua intimidade, longe dos olhos dos pacientes? Todos estes questionamentos são discutidos de maneira profunda e sem meias verdades no romance de Hailey.
Cara! Parece coisa de cinema, mas pelo que pesquisei, o autor se passou despercebido nessa clínica ultra conceituada, sem que ninguém descobrisse que ele fosse um escritor. Não deu outra: o espertalhão acabou se passando por um cara da turma de branco, conseguindo ouvir revelações e confidências importantes.
“Hospital” pode ser considerado um romance referencia na área médica. Por isso, médicos, enfermeiros, provedores e diretores de hospitais de todo o mundo tem o dever e a obrigação de lerem a obra. Quanto aos leigos no assunto, também devem ler, pois duvido que nunca tenham sido obrigados a fazer uma visitinha para alguém num hospital.
O livro aponta abertamente e sem meias palavras os problemas enfrentados por médicos, diretores e pacientes num grande hospital, tendo como pano de fundo o romance cheio de reviravoltas envolvendo um jovem médico e uma enfermeira.
O enredo desenvolvido por Hailey é tão detalhista que mostra ao leitor os riscos de uma contaminação alimentar num hospital. Isso mesmo! Contaminação alimentar!! Eu já ouvi falar de pessoas que sofreram o diabo em hospitais ou clínicas após terem contraído infecções urinárias e – Deus me livre!!! – septicemia; mas infecção alimentar??!!  Pois é, já na década de 50, Hailey mostrava aos seus leitores que isso era possível. Mas como isso acontece? Jura que quer mesmo saber?? Tudo bem; então você que conseguiu chegar até aqui e agora está se preparando para almoçar, jantar ou lanchar, eu aconselharia que... bem... primeiramente comesse e depois do tradicional “kilo” recomeçasse a leitura.
Você já imaginou como um grande hospital consegue lavar centenas de pratos onde são servidas refeições aos seus pacientes? É evidente que essa limpeza não é feita manualmente, devido a grande quantidade de pratos e talheres, mas por meio de lavadores de louças e talheres. Mas... e se esses equipamentos não estiverem funcionando adequadamente, deixando de eliminar grande parte dos resíduos? Quantas pessoas com doenças graves e contagiosas utilizam esses pratos que passam de boca e boca numa grande rotatividade? E se houverem resquícios alimentares nos pratos ou talheres mal lavados? Acho melhor parar por aqui. Hailey aborda com detalhes esse assunto. E pensar que naquela época, os hospitais americanos e ingleses já se preocupavam com esses detalhes ignorados pela maioria dos grandes centros médicos.
Há ainda muitos outros segredos que acontecem entre quatro paredes de um hospital e que são desvendados por Hailey ao longo do enredo.
O leitor terá a oportunidade de conhecer um pouco mais o drama dos patologistas que trabalham nos laboratórios dos hospitais, camuflados de microscópios, tubos de ensaio e outros equipamentos.  “O médico que o paciente nunca vê” – é assim que muitas pessoas se referem ao patologista que tem a missão de realizar  sombrias autópsias e freqüentemente é consultado para o diagnóstico final que pode salvar uma vida. Em “Hospital”, O Dr. Joseph Pearson, é um áspero patologista de meia-idade, dirigente autocrático em seu pequeno império no Hospital Três Condados, transformando-se no desespero de seu novo cirurgião-chefe, Kent O´Donnel que já vinha percebendo que os padrões do hospital estavam caíndo muito, ameaçando a vida de seus pacientes.  Dr. Pearson se recusa a adotar métodos modernos e dirige sua equipe de maneira autocrática, surgindo assim, um verdadeiro embate entre os dois profissionais de saúde. O legal nesse conflito é que ambos, apesar de suas diferenças, reconhecem a capacidade um do outro. Essa queda de braço envolvendo Pearson e O’Donnel atinge o clímax quando um diagnóstico errado, um julgamento clinico incompleto pode  ameaça modificar a vida de um paciente... para pior.
Enfim, “Hospital” mostra para o leitor um mundo que os pacientes desconhecem.  Vale a pena procurar o livro num sebo e devorá-lo, apesar da capa (rsss).

Depois de O Massacre da Serra Elétrica, a coleção ‘Dissecando – Filmes Clássicos de Terror’ ataca de “A Morte do Demônio”

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“A Morte do Demônio (Evil Dead)” foi um dos filmes de terror que marcou a minha geração. Lembro que, nessa época, tinha apenas  22 anos de idade e todos os finais de semana saía da locadora de minha cidade com duas sacolas cheias de VHS para assistir em casa. Quantos finais de semana com os amigos, namorada, bebidas e curtição foram deixados de lado em troca de multi-sessões de filmes regadas à muito VHS na tranqüilidade de meu quarto.
Posso garantir que de todos os clássicos de terror que assisti nesse período especial de minha vida, excetuando “O Exorcista” (é evidente), “A Morte do Demônio” foi aquele que mais mexeu comigo e com a minha ‘tchurma’. Presença constante em minhas manjadas sacolinhas de VHS; o filme de Sam Raimi era o tema preferido em nossas rodinhas de amigos. Um dos comentários mais constantes era o de que o filme possuía cenas tão impressionantes que não era aconselhável assistir sozinho e muito menos à noite. Enquanto vou redigindo esse post, as lembranças do passado vão sendo reativadas em minha memória e me lembro, agora, de que eu e minha turma decidimos assistir “A Morte do Demônio” numa madrugada, na casa dos meus pais, após chegarmos do que vocês chamam hoje de balada . Uhauauaua!! E que balada foi aquela! Já era bem tarde da noite e colocamos a fitona no saudoso videocassete que tinha no quarto e pimba! Começamos assistir. Caraca, quase mijei de medo. O Silva, um colega nosso, metido a valentão, na cena em que o demônio caminha pela floresta – que tem um impacto muito grande no filme – soltou um miado de pavor. Hahahahaha...Hahahahahaha... Hahahahahahaha... Pera um pouquinho aí pessoal, ainda estou me esborrachando de ir... Hahahahahahahahahaha!!! É só lembrar daquilo que eu não consigo segurar a gargalhada. Logo o Silva! O mais valente e destemido dos colegas do passado. Logo o Silva! O escoteiro que tinha o hábito de acampar em matas virgens, fosse de noite ou de dia, ao lado de cobras, aranhas e escorpiões. Logo ele!!
Mesmo após quase 30 anos, o miado de medo do Silva ficou gravado em minha mente. Sabem aquele miado sofrido sem a vogal “a”. Coisa do tipo: Mi__uuuuuuuuuu!!!!! Com o “u” sumindo aos poucos no final? É assim que me lembro do Silva que hoje ocupa um cargo importante na Polícia Militar da capital.
Depois que o Silva soltou o miado de medo, tivemos de suspender temporariamente a “sessão videocinematográfica” para que soltássemos toda a risada do peito. Então depois, mais relaxados, recomeçamos a ver o filme de Raimi e garanto que eu e meus amigos (estávamos em cinco, se não me engano) não miamos como o Silva, mas abafamos muitos gritos e exclamações de medo.
Acredito que até hoje, “A Morte do Demônio” ainda provoque calafrios. O filme nunca perderá a sua atualidade, pois já entrou para o rol das produções antológicas, mesmo sem nunca ter sido lançado nos cinemas brasileiros. O filme estreou em 1981 nos Estados Unidos, mas só chegou em terras tupiniquins dois anos depois e direto em vídeo.
Nós da geração VHS não éramos presenteados com cenas extras, entrevistas e muito menos making of no final do filme, como acontece nos dias de hoje. A brontossáurica fitinha não dispunha de recursos que possibilitassem essa tecnologia. Por isso, tão logo terminava o filme ficávamos chupando o dedo, morrendo de vontade em saber como teria sido gravada aquela cena que nos deixou vidrados na tela ou então, a opinião de diretores e atores sobre o roteiro. Podem acreditar, há quase três décadas já tínhamos essa curiosidade ‘pós filme’ ou você achava que esse interesse só surgiu com a geração DVD? (rs)
Cena do filme de Raimi lançado diretamente em video no Brasil em 1983
Eu e meus amigos, incluindo o amedrontado Silva ficamos morrendo de vontade de ouvir a opinião do Raimi e principalmente do ator Bruce Campbell que interpretou o impagável Ash. Então, quando soube que “A Morte do Demônio”  havia sido lançado em DVD, não pensei duas vezes, comprei logo o meu, mas quando verifiquei as informações na capa... Cadê os extras??? Só havia uma breve biografia e a sinopse do filme!!!! Cara, fiquei derrubadaço! O golpe foi certeiro e atingiu o queixo me levando à nocaute.
Só fui me recuperar do golpe há pouco tempo, quando soube que a editora carioca DarkSide já havia definido qual seria o filme a ser abordado no segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror”. E adivinhem qual foi a produção selecionada? Fácil né? O próprio: “A Morte do Demônio!” Ihauuuuuuu!! Cara, vibrei muito, pois agora tinha a certeza de que iria ‘ ficar por dentro’ de tudo, absolutamente tudo o que rolou nos bastidores das filmagens. Sem contar as entrevistas e fotos inéditas. Caraca! Demaisss!
Fiquei eufórico e confiante porque já conhecia a qualidade do primeiro volume da série que dissecou outra produção fantástica do cinema de terror: “O Massacre da Serra Elétrica”. Pensei comigo: “- Lógicamente o pessoal da DarkSide vai querer manter a qualidade inicial”. Não marquei bobeira e já reservei a obra que está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
O livro “ A Morte do Demônio” foi escrito por Bill Warren que é um conceituado crítico de cinema. De acordo com a DarkSide, Warren que teve acesso total ao arquivo de Raimi e também das três produções -‘A Morte do Demônio’ (Evil Dead 1), ‘Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2) e ‘Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead 3) – revela detalhadamente em sua obra o making of dos filmes, incluindo entrevistas exclusivas com o elenco e equipe de produção. O livro ainda promete trazer uma miscelânea de fotos raras e inéditas da filmagem; o storyboard; esboços dos concepts e figurinos dos demônios; histórias dos bastidores das filmagens e mais isso e aquilo. Enfim, um oceano de informações sobre a obra-prima de Raimi.
A previsão é de que o segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror: A Morte do Demônio” chegue às livarias no dia 30 desse mês. Por isso, paciência galera que já está chegando a hora.
PS: Não fiz citações ao remake do filme no post, porque ainda não assisti. E para ser sincero... nem sei se assistirei.

"Inferno" de Dan Brown tem 1º capitulo vazado na Net.

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Bom dia galera!! Tenho novidades prá vocês... quer dizer, para os fãs de Dan Brown que estão ansiosamente aguardando o lançamento do livro "Inferno". Vazou na Net, o primeiro capítulo do livro. 
Não me perguntem como isso aconteceu porque não saberei responder. Só digo que ao dar aquela vasculhada básica na Net na manhã de hoje, vi que alguns sites - pouquíssimos pra ser sincero - haviam publicado o primeiro capítulo de Inferno, inclusive uma livraria virtual!!!!!!
Mas, como tenho eu certeza de que vcs não estão afim de lê-lo resolvi apenas avisá-los sobre a novidade. Ehehehehe... é claro que é brincadeirinha né pessoal (rs). Segue abaixo tal do capítulo:

'As lembranças se materializaram lentamente, como bolhas vindo à tona da escuridão de um poço sem fundo.

Uma mulher com o rosto coberto por um véu.

Robert Langdon olhava para ela do outro lado de um rio cujas águas agitadas corriam vermelhas, tingidas de sangue. De frente para ele, na margem oposta, a mulher o encarava, imóvel, solene. Trazia na mão uma faixa azul, uma tainia, que ergueu em homenagem ao mar de cadáveres aos seus pés. O cheiro da morte pairava por toda parte.

Busca, sussurrou a mulher. E encontrarás.

Langdon ouviu as palavras como se ela as tivesse pronunciado dentro de sua cabeça. "Quem é você?", perguntou ele, sem que sua voz produzisse som algum.

O tempo urge, sussurrou ela. Busca e encontrarás.

Langdon deu um passo à frente, em direção ao rio, mas então viu que as águas, além de ensanguentadas, eram profundas demais para que ele as atravessasse. Quando tornou a erguer os olhos para a mulher de véu, os corpos aos seus pés tinham se multiplicado. Eram agora centenas, milhares talvez, alguns ainda vivos, contorcendo-se de agonia, padecendo mortes inimagináveis... consumidos pelo fogo, enterrados em fezes, devorando uns aos outros. Podia ouvir os lamentos humanos ecoarem acima da água.

A mulher se moveu em sua direção com as mãos esguias estendidas, como quem pede ajuda.

"Quem é você?!", gritou Langdon outra vez.

Em resposta, a mulher levou a mão ao rosto e ergueu lentamente o véu. Sua beleza era arrebatadora, porém ela era mais velha do que Langdon imaginara: 60 e poucos anos talvez, altiva e forte, como uma estátua atemporal. Tinha um maxilar anguloso, de aspecto severo, olhos penetrantes e intensos e longos cabelos grisalhos, cujos cachos lhe caíam em cascata sobre os ombros. Um amuleto de lápis-lazúli pendia de seu pescoço --uma serpente solitária enroscada em um bastão.

Langdon teve a sensação de que a conhecia, de que confiava nela. Mas como? Por quê?
Ela então apontou para duas pernas que brotavam da terra, se contorcendo. Aparentemente eram de alguma pobre alma enterrada até a cintura, de cabeça para baixo. Uma letra solitária escrita com lama se destacava na coxa pálida do homem: R.

R?, pensou Langdon, intrigado. R de... Robert? Será que esse... sou eu?

O rosto da mulher nada revelava. Busca e encontrarás, repetiu ela.

Subitamente, ela começou a irradiar uma luz branca... cada vez mais forte. Todo o seu corpo começou a vibrar com intensidade e, então, com um estrondo repentino, ela explodiu em mil faíscas.

Langdon acordou sobressaltado, aos gritos.

Estava sozinho no quarto iluminado. O cheiro pungente de álcool hospitalar pairava no ar. Ali perto bipes de máquina soavam em discreta sintonia com o ritmo de seu coração. Tentou mover o braço direito, mas uma dor lancinante o impediu. Olhou para baixo e viu que um cateter intravenoso repuxava a pele de seu antebraço.

Sua pulsação se acelerou e as máquinas acompanharam o ritmo, passando a emitir bipes mais rápidos.

Onde estou? O que aconteceu?

A nuca de Langdon latejava, uma dor torturante. Com cautela, ele ergueu o braço livre e tocou o couro cabeludo, tentando localizar a origem da dor de cabeça. Sob os cabelos emaranhados, encontrou as extremidades duras de uns dez pontos incrustados de sangue seco.

Fechou os olhos e tentou se lembrar de algum acidente.

Nada. Branco total.

Pense.

Apenas escuridão.

Um homem com roupa cirúrgica entrou apressado, aparentemente alertado pela aceleração dos bipes do monitor cardíaco de Langdon. Tinha barba desgrenhada, bigode cerrado e olhos bondosos que irradiavam uma calma atenciosa por baixo das sobrancelhas revoltas.

-- O que... o que houve? -- Langdon conseguiu perguntar. -- Eu sofri algum acidente?

O barbudo levou um dedo aos lábios e tornou a sair às pressas para chamar alguém no corredor.

Langdon virou a cabeça, mas o movimento fez uma pontada de dor atravessar seu crânio. Respirou fundo várias vezes e esperou a dor passar. Então, com cuidado e de forma metódica, examinou o ambiente estéril ao seu redor.

O quarto de hospital continha uma cama só. Não havia flores. Não havia cartões. Viu as próprias roupas em cima de um balcão próximo ao leito, dobradas dentro de um saco plástico transparente. Estavam cobertas de sangue.

Meu Deus. Deve ter sido grave.

Langdon girou a cabeça bem devagar em direção à janela ao lado da cama. Estava escuro lá fora. Era noite. A única coisa que ele conseguia ver no vidro era o próprio reflexo: um desconhecido abatido, pálido e exausto, ligado a tubos e fios e cercado por equipamentos hospitalares.

Ouviu vozes se aproximando pelo corredor e tornou a olhar para o quarto. O médico voltou, dessa vez acompanhado por uma mulher.

Ela parecia ter 30 e poucos anos. Usava roupa cirúrgica azul e tinha os cabelos louros presos em um rabo de cavalo grosso que balançava ao ritmo de seus passos.

-- Sou a doutora Sienna Brooks -- apresentou-se, abrindo um sorriso para Langdon ao entrar. -- Vou trabalhar com o dr. Marconi hoje à noite.

Langdon assentiu com um débil meneio de cabeça.

Alta e graciosa, a dra. Brooks se movia com a desenvoltura assertiva de uma atleta. Mesmo com aquela roupa folgada, conservava uma elegância esguia. Por mais que Langdon não percebesse nenhum traço de maquiagem, sua pele tinha uma suavidade incomum, a única mácula era uma pinta minúscula logo acima dos lábios. Os olhos, de um tom castanho suave, pareciam estranhamente penetrantes, como se houvessem testemunhado experiências de rara profundidade para alguém tão jovem.

-- O dr. Marconi não fala inglês muito bem, então me pediu que preenchesse sua ficha de admissão -- disse ela, sentando-se ao seu lado. Voltou a sorrir.

-- Obrigado.

-- Certo -- começou ela, assumindo um tom de voz sério. -- Qual é o seu nome?

Ele precisou de alguns instantes.

-- Robert... Langdon.

Ela apontou uma lanterninha para seus olhos.

-- Profissão?

Ele respondeu ainda mais devagar:

-- Professor universitário. História da Arte... e Simbologia. Em Harvard.

A dra. Brooks baixou a lanterna, mostrando-se surpresa. O médico de sobrancelhas revoltas pareceu igualmente espantado.

-- O senhor é americano?

Langdon a encarou com um olhar intrigado.

-- É só que... -- Ela hesitou. -- O senhor não tinha documento nenhum quando chegou. Como estava de paletó de tweed da Harris e sapatos sociais, imaginamos que fosse britânico.

-- Eu sou americano -- assegurou-lhe Langdon, exausto demais para explicar sua preferência por alfaiataria de qualidade.

-- Está sentindo alguma dor?

-- Na cabeça -- respondeu Langdon, o latejar em seu crânio agravado pelo brilho forte da lanterna. Felizmente, a médica a guardou no bolso e pegou seu pulso, para medir os batimentos. -- O senhor acordou gritando -- falou. -- Consegue se lembrar por quê?

Langdon voltou a ter um lampejo da estranha visão da mulher de véu, cercada de corpos em agonia. Busca e encontrarás.

-- Tive um pesadelo.

-- Sobre o quê?

Langdon lhe contou.

A dra. Brooks manteve uma expressão neutra enquanto fazia anotações numa prancheta.

-- Alguma ideia do que possa ter provocado uma visão tão apavorante?

Langdon vasculhou a memória e então balançou a cabeça, que latejou em protesto.

-- Muito bem, Sr. Langdon -- disse ela, sem parar de escrever --, agora vou fazer alguma perguntas de rotina. Que dia da semana é hoje?

Langdon pensou por alguns instantes.

-- Sábado. Eu me lembro de estar andando pelo campus hoje mais cedo... de participar de um simpósio à tarde e depois... acho que essa é a última coisa de que me lembro. Eu levei um tombo?

-- Já vamos falar sobre isso. O senhor sabe onde está?

Langdon deu seu melhor palpite:

-- No Hospital Geral de Massachusetts?

A dra. Brooks fez outra anotação.

-- Existe alguém para quem devamos telefonar avisando? Mulher? Filhos?

-- Ninguém -- respondeu Langdon sem precisar pensar.

Sempre gostara da solidão e da independência que sua vida de solteiro lhe oferecia, embora precisasse admitir que, nas condições em que se encontrava, preferiria ter um rosto conhecido ao seu lado.

-- Eu poderia telefonar para alguns colegas, mas não vejo necessidade.

Quando a dra. Brooks terminou de medir o pulso de Langdon, o médico mais velho se aproximou. Alisando as sobrancelhas revoltas, sacou um pequeno gravador do bolso e o mostrou à colega. Ela assentiu, indicando que entendera, e voltou a encarar o paciente.

-- Sr. Langdon, quando chegou hoje mais cedo, o senhor estava murmurando repetidamente uma coisa.

Ela lançou um olhar ao dr. Marconi, que ergueu o gravador digital e apertou um botão.

Uma gravação começou a tocar e Langdon ouviu a própria voz grogue balbuciar repetidas vezes a mesma frase: "Ve... sorry. Ve... sorry."

-- Me parece -- continuou a doutora -- que o senhor estava dizendo "Very sorry. Very sorry".

Langdon concordou, embora não se lembrasse de nada daquilo.

A dra. Brooks o fitou com um olhar tão intenso que chegava a ser perturbador.

-- Tem alguma ideia de por que diria isso? O que o senhor lamenta tanto?

Enquanto se esforçava para tentar lembrar, Langdon tornou a ver a mulher de rosto velado parada à margem de um rio vermelho-sangue, cercada de corpos. Sentiu outra vez o fedor da morte.

Foi invadido pela sensação repentina, instintiva, de que estava correndo perigo... não só ele como todos os demais. Os bipes do monitor cardíaco aceleraram na mesma hora. Seus músculos se retesaram e ele tentou se sentar.

A dra. Brooks se apressou em pousar a mão com firmeza sobre seu peito, forçando-o a se deitar novamente. Então lançou um olhar rápido para o médico barbudo, que foi até um dos cantos do quarto e começou a preparar alguma coisa.

Em pé ao lado de Langdon, a doutora voltou a falar com um sussurro:

-- Sr. Langdon, ansiedade é uma reação comum a traumatismos cranianos, mas o senhor precisa manter sua pulsação baixa. Não deve se mexer nem se agitar, apenas fique deitado e descanse. Vai ficar tudo bem. Aos poucos, vai recuperar a memória.

O outro médico voltou com uma seringa, que entregou à dra. Brooks. Ela injetou o conteúdo no acesso intravenoso de Langdon.

-- É só um sedativo leve para acalmá-lo -- explicou -- e para aliviar a dor. -- Ela se levantou para ir embora. -- Vai ficar tudo bem, Sr. Langdon. Agora durma. Se precisar de alguma coisa, aperte o botão ao lado da cama.

Ela apagou a luz e se retirou junto com o médico barbudo.

No escuro, Langdon sentiu o efeito quase imediato da medicação em seu organismo, arrastando-o de volta para as profundezas do poço do qual havia emergido. Combateu a sensação, forçando os olhos a permanecerem abertos na escuridão do quarto. Tentou se sentar, mas seu corpo parecia feito de concreto.

Ao mudar de posição na cama, Langdon se viu outra vez de frente para a janela. As luzes estavam apagadas e, no vidro escuro, seu próprio reflexo havia desaparecido, substituído por um horizonte distante e iluminado.

Em meio às silhuetas de torres e domos, uma fachada em especial se destacava em seu campo de visão. A construção era uma imponente fortaleza de pedra, com ameias no parapeito e uma torre de mais de 90 metros, que ficava mais larga perto do topo projetado para fora, também com ameias munidas de balestreiros.

Langdon se sentou na cama com as costas eretas, fazendo a dor na cabeça explodir. Lutou contra o latejar violento e fixou o olhar na torre.

Conhecia bem aquela estrutura medieval.

Era única no mundo.

Infelizmente, porém, ficava a quase 6.500 quilômetros de Massachusetts.

Do lado de fora, escondida nas sombras da Via Torregalli, uma mulher robusta desmontou sem o menor esforço de uma moto BMW e avançou com o andar decidido de uma pantera que persegue sua presa. Tinha um olhar feroz. Os cabelos curtos e espetados se destacavam contra a gola levantada de uma jaqueta de couro preta. Ela verificou a arma equipada com silenciador que trazia nas mãos e ergueu os olhos para a janela do quarto de Robert Langdon, onde a luz acabara de se apagar.

Mais cedo naquela mesma noite, sua missão original dera terrivelmente errado.

O arrulho de uma simples pomba havia mudado tudo.

Agora ela estava lá para consertar o estrago.'

Jasão e os argonautas

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Quando assisti “Jasão e os Argonautas”, nos anos 70, ainda era uma criança; um pirralhinho que a pesar da pouca idade, preferia trocar os indiozinhos e soldados dos Fort Apaches e os carrinhos de corrida dos autoramas por um filme ou livro. A magia dos enredos de histórias fantásticas que eram mostrados nas telas ou nas páginas tinha o poder de fazer com que esse blogueiro viajasse para um mundo especial de aventuras mil vezes melhores do que aqueles soldadinhos, índios e carrinhos de plástico.
Os meus filmes preferidos e que me obrigavam a pedir  para o ‘pápi’ e a mámi o adiantamento da minha mesada eram os da série “As Viagens de Simbad”, depois vinham os vários Hércules; um outro chamado “Os Filhos do Trovão”, com o Giuliano Gemma ou então qualquer um que tivesse algo relacionado às Mil e Uma Noite ou então à mitologia grega em seu enredo.
“Jasão e os Argonautas”, uma superprodução de 1963 que assisti no cinema da minha cidade quase oito anos depois – naquela época era normal os cinemas das pequenas cidades passarem filmes ‘velhos’ – pode ser considerado um dos meus preferidos, senão “o meu preferido”. Os monstros e criaturas mitológicas criados por Ray Harryhuasen me faziam roer as unhas, chutar a próxima cadeira da fileira ou então derrubar pipocas no chão. Cara, como torci por Jasão e os seus argonautas!
Bem, o tempo passou, mas o filme sobre o herói mitológico não. Pelo contrário, muitas cenas ficaram guardadas em minha memória. Recentemente zapeando pelas livrarias virtuais, dei de cara com um livrinho da Editora Odysseus chamado “Jasão e os Argonautas”, escrito por Menelaos Stephanides. A obra tinha todas as características de ser direcionada para o publico infanto-juvenil, desde a capa, tamanho e principalmente as ilustrações que funcionavam como ‘marcadores’ de capítulos.
Por estar morrendo de vontade de reviver a história de Jasão e dos seus valentes tripulantes do navio Argo, não pestanejei e comprei o livro, mesmo tendo certeza de que iria encontrar pela frente uma adaptação bem ‘levezinha’ seguindo os padrões da literatura direcionada aos leitores pré adolescentes. Já respondo logo de cara: enganei-me e redondamente. Stephanides narra esse conhecido capítulo da mitologia grega de uma maneira profunda,  não se esquecendo das traições, mortes, sofrimentos, enfim, toda a tragédia que envolveu essa passagem da história pré-helênica. Tudo isso numa linguagem simples, sem eruditismo e por isso mesmo de fácil compreensão. E o mais importante: g-o-s-t-o-s-a! Isto mesmo. Tão gostosa que você acaba lendo as 174 páginas da obra numa tacada só. Mas prepara-se. Se você estiver decidido a ler o livro do autor grego, irá encontrar pela frente uma leitura atrativa, mas também trágica aos extremos.
Enganam-se aqueles – geralmente, as pessoas que assistiram apenas ao filme – que a história de “Jasão e os Argonautas” é básicamente um livro de aventuras e só. As páginas finais da obra que retrata de maneira completa o relacionamento de Jasão e Medéia - a feiticeira que ajudou o herói a roubar o famoso velo de ouro na distante Cólquida,  após enganar um feroz dragão, considerado o guardião do precioso tesouro –  obrigam o leitor a parar a leitura para tomar um fôlego. Stephanides narra em detalhes o plano diabólico da poderosa feiticeira para se vingar de todos aqueles que queriam expulsá-la, juntamente com os seus filhos da cidade onde  havia se  juntamente com Jasão após as aventuras em busca do velocino dourado.
Cena do filme de 1963: Os argonautas enfrentam Talos, o gigante de bronze
Acredito que a história de Jasão e Medéia, juntamente com a dos argonautas é uma das mais trágicas da mitologia grega. E Stephanides expõe, sem nenhuma reserva, toda essa tragicidade aos seus leitores.
O último capítulo do livro denominado “O Trágico Fim” é muito forte, não tendo nada a ver com literatura infanto-juvenil (rs). Neste capítulo, a vingança e somente ela se torna a alma da trama, fazendo com que os leitores conheçam a verdadeira personalidade de... vamos dizer assim... alguns personagens. É evidente que não vou escrever qual ou quais, se bem que os estudiosos de mitologia grega, principalmente sobre a história de “Jasão e os Argonautas” vão saber de quem estou falandoescrevendo.
Fiquei tão fã de Stephanidades que já estou planejando comprar os demais  livros da coleção “Mitologia Helênica” que é composta pelas obras: “Jasão e os Argonautas”, “Hércules”, “Édipo”, “A Odisséia”, “Ilíada: A Guerra der Tróia”, “Os Deuses do Olimpo”, “Prometeu, os homens, e outros mitos” e “Teseu, Perseu e outros mitos”. Todos os oito livros escritos por ele.
Em “Jasão e os Argonautas”, os leitores também terão a oportunidade de conhecer  um pouco mais sobre a história de Hércules, antes de ter se tornado um famoso herói, após a execução do seus 12 trabalhos. O semi-deus, protegido de Zeus, é um dos 50 argonautas que participam da perigosa expedição para a Cólquida em busca do Velo de Ouro. E mais: Peleu, pai de Aquiles; Orfeu e sua harpa encantada; Teseu; Castor e Pólux; Eufemo, etc.
Quanto a Medéia, com toda a certeza é mais um personagem que se encaixa muito bem naquele famoso jargão popular: “Me ame ou me deixe”.


Heróis e semideuses menos famosos dos livros de mitologia grega, mas não menos importantes

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Se eu lhe perguntasse agora, à queima-roupa, os nomes de dois heróis ou semi-deuses famosos da mitologia grega, qual seria a sua resposta?? Pêra aí, deixe eu adivinhar. Hummm... vamos ver... Lá vai: Ulisses e Aquiles! Acertei? Beleza. E se eu repetisse a pergunta, mas pedindo agora os nomes de três deles. Ok, lá vai. Ulisses, Aquiles e Perseu. E se fossem quatro? Quatro não; mas cinco? Certo. Lá vai: Ulisses, Aquiles, Perseu, Hércules e Teseu. Fácil demais, né galera? Também pudera, essas feras aí são presenças marcantes nos livros de mitologia grega, mais do que isso; são verdadeiros astros principais, não tendo nada de coadjuvantes.
Além de dominarem as páginas de livros do gênero, também ganharam filmes só deles, onde foram representados por astros famosos e caríssimos de Hollywood.
Mas nesse exato momento, eu quero desabafar gritando: - “E quanto aos outros heróis e semi-deuses da mitologia grega injustiçados e até mesmo esquecidos?” Cara, eles foram tão importantes quanto os cinco distintos aí de cima. Deram o sangue, suaram, realizaram proezas e para quê? Para ficarem “escanteados” por escritores e também por produtores cinematográficos. Putz, quanta injustiça!
Por isso hoje, resolvi dedicar um post para essas “feras” menos famosas dos livros de mitologia grega e que receberam como pagamento por suas aventuras fantásticas, apenas poucas páginas nos livros e absolutamente nenhum filme solo.
E vamos às feras feridas (rs). E confesso que sou fã desses sujeitos. Vocês poderão conferir, aqui, as suas façanhas, capazes de colocar no bolso as aventurinhas de um... um... digamos Agamenon que comandou o cerco de Tróia, sempre na sombra de Aquiles.  Mas tão na sombra que mais se parecia um parasita ou sanguessuga. Tanto é verdade que no momento em que o valente guerreiro – filho de Peleu e da deusa Tétis - abandonou de maneira definitiva o combate, ferido mortalmente com um flechada no calcanhar, Huuhuuu! Foi um Deus nos acuda para o lado dos gregos.
01 – Diomedes
Escultura: Athena aconselha Diomedes
O que escrever de um guerreiro mortal que conseguiu ferir uma poderosa deusa do Olimpo e amedrontar um poderoso e cruel deus? Só posso dizer que o cara é “bad”, mas mesmo assim foi esquecido através de décadas por autores e pesquisadores. Resultado: sua participação nas obras literárias e nos filmes sobre mitologia grega são ínfimas. Somente o mínimo do mínimo nas versões romanceadas de Ilíada e quase nada de nada no poema antológico de Homero. Quanto aos filmes, podem esquecer. Não me lembro de nenhum. Opa! Me empolguei um pouco e acabei esquecendo de citar o nome do sujeito; mas nem é preciso porque já está no sub-título desse post. Estou falandoescrevendo de Diomedes. Ele foi o mais valente dos heróis gregos na Guerra de Tróia, perdendo somente para Aquiles. Durante o combate entre gregos e troianos, chegou a ferir Afrodite que desceu do Monte Olimpo para salvar o seu filho Enéias que já estava ‘entregue’ nas ‘garras’ de Diomedes. Como o grego não conseguiu matar Enéas, aproveitou para ‘cutucar’ com sua espada ninguém menos do que uma deusa. Viu só que audácia! E já que citei Enéias, vale lembrar que ele foi – logo depois de Heitor – o mais valente e combativo guerreiro do lado dos troianos. Só que encontrou pela frente no campo de batalha, o temível Diomedes que só não o matou, devido a intervenção de sua mãe que acabou ‘pagando o pato’, levando um talho no braço provocado pela espada afiada de Diomedes. Como dizia meu velho avô João Carlos, o vô João: - “Rrrrranqueii rapai!! Traduzindo: - “Arranquei rapaz!”. Enquanto estou escrevendo sobre os feitos de Diomedes empresto o jargão do meu avô para colocá-lo no texto, porque esse herói é fod... Cara! Ele conseguiu fazer uma toda poderosa do Olimpo sangrar! A deusa do amor chegou em prantos para reclamar com Zeus, mostrando o seu braço ferido de onde escorria o ícor, que é o sangue dos deuses.
Quer mais? Então lá vai. Diomedes lutou e também feriu ninguém menos do que Ares, o deus da guerra!! Não! Póde Pará!!! O Ares mêo! O deus que mais se parece com um tanque de guerra, poderoso, fortão e arrogante! Ele mesmo; o próprio, também não agüentou o ‘repuxo’ e foi reclamar para Zeus por ter sido afrontado por um simples mortal. Acredite amigo, Ares, o deus da guerra foi chorar no ombro de Zeus depois de levar uma ‘riscada’ do grego.
Sabem quem foi o único homem capaz de encarar e vencer Diomedes? Somente a lenda... o mito... o cara... Ele: Hércules. Prosseguindo os combates e peripécias do seu oitavo trabalho, o filho de Zeus e da mortal Alcmena estrangulou Diomedes e o deu a comer às suas quatro éguas ferozes. As quatro éguas que Diomedes possuia, de acordo com a tradição mitológica, alimentavam-se de carne humana. O herói grego, depois de ter visto Hércules roubar-lhe as éguas, perseguiu-o com seu exército, mas acabou derrotado, tendo então sido devorado pelos bravios equinos.
Apesar de todas essas credencias, Diomedes nunca ganhou uma produção cinematográfica só sua e pior... tampouco apareceu como coadjuvante em filmes sobre a Guerra de Tróia. Quantos aos livros, teve uma presença discreta na obra prima “Eneida” de Virgilio que narra as aventuras de Enéas e também nas versões romanceadas de Ilíada; mas bem pouquinho mesmo. Triste fim para esse grande herói que colocou dois deuses do Olimpo para correr.
Onde encontrar Diomedes
Livros: “Tróia: O Romance de uma Guerra” (autor: Cláudio Moreno), Ilíada (Homero) e Eneida (Virgílio). Nos três livros o leitor terá apenas o mínimo possível de Diomedes. O que dá um pouco mais de destaque ao herói é a obra do brasileiro Cláudio Moreno.
02 – Filoctetes
Herói helênico decisivo para a vitória dos gregos sobre os troainos, mas apesar disso, nunca conseguiu ganhar o status de protagonista; apenas um mero coadjuvante. Filoctetes não chegou à Tróia com os outros chefes e guerreiros, pois durante a escala em Ténedo, foi mordido no pé por uma serpente, enquanto procedia a um sacrifício. A ferida infectou de tal modo que exalava um odor fétido de putrefacção insuportável. O herói agonizava dia e noite de dor. Devido a isso, Ulisses e os outros chefes abandonaram o moribundo em Lemnos, onde permaneceu durante dez anos. Neste período, Filoctetes viveu abandonado, arrastando-se penosamente pela ilha em busca do necessário. Tinha por companhia as aves, os animais, a solidão e o eco dos seus lamentos.
Ulisses e Diomedes só voltaram à ilha de Lemnos para buscá-lo porque um oráculo revelou que Tróia só seria tomada com as flechas de Hércules. Ah! Que cabeça a minha (rs)!! Já ia me esquecendo de dizer que por ter sido amigo pessoal e mestre de armas de Hércules, após a morte do filho de Zeus, Filoctetes recebeu o seu arco, a sua aljava e também as flechas. O grego, à exemplo de Hércules – se tornou um exímio arqueiro.
Apesar de ter sido o eleito por um oráculo para ser a cartada decisiva na Guerra de Tróia à favor dos gregos, Filoctetes  nunca chegou a ser tão famoso e carismático quanto Perseu, Ulisses ou Aquiles.
Fico imaginando que filmaço dramático daria a vida desse herói. Coisa do tipo: O cara que decide deixar para trás o seu reino para participar de uma guerra numa terra distante em solidariedade há um rei amigo que foi ‘corneado’ pelo filho de um rei rival. Só que o pobre coitado e cheio das boas intenções acaba sendo abandonado pelos próprios amigos – incluindo ‘um melhor amigo’ – numa ilha isolada após ser picado por uma cobra. O motivo do abandono. Ok, vamos lá: os seus amigos FDP não suportavam o odor fétido que exalava da sua ferida e muito menos os seu choro de dor e agonia. Entonce, abandonam o moribundo à própria sorte e seguem para a tal terra distante para guerrear. Passam-se dez anos e os amigos FDP descobrem que só podem vencer a guerra com a ajuda do cara que eles consideravam um fardo, um  verdadeiro saco de areia que só fazia peso nos seus ombros. Ahahahahaha!!! Bem feito para os sacanas! Mêo, fala a verdade. Esse enredo não daria um hiper-filmaço ou então uma versão romanceada como já foi feito com as Ilíadas e Odisséias de Homero? Só que até agora, Filoctetes encontra-se no limbo, só ‘prestando’  mesmo para coadjuvante de outros heróis e semi-deuses.
Livros escrito pelo poeta Sófocles
E olha que o mito do herói da Tessália – sua terra natal – acabou ao longo dos anos, ganhando uma função pedagógica, ensinando-nos uma lição moral: “Não devemos abandonar ninguém só porque se encontra incapacitado, pois futuramente esse alguém poderá se tornar importante para nós”. O mito do herói grego tem o objetivo de criticar e também alertar alguns segmentos da sociedade capitalista em que vivemos, cujo hábito é abandonar aqueles que deixaram de ser produtivos.
Tudo bem que Sófocles, Ésquilo e Eurípedes escreveram tragédias sobre o mito, mas cá entre nós, será que todos vocês que lêem esse post – eu disse todos – tem saco para fazer uma leitura maçante em versos, parecida com os poemas Ilíada e Odisséia de Homero? Não estou desmerecendo essas obras primas, jamais. O que estou querendo dizer é que apenas uma grande parte dos leitores, na qual me incluo – preferem ler uma epopéia desse tipo numa versão em prosa, tipo romance. Sacou?
Onde encontrar Filoctetes
Livros: “Filoctetes” (autor: Sófocles); “O Drama de Filoctetes” (autor: José Ribeiro Ferreira que segue a mesma linha de Sófocles); Ilíada e Odisséia (autor: Homero que encaixa Filoctetes como um mero coadjuvante em seus poemas);  “Ilíada: A Guerra de Tróia” e “A Odisséia” (autor: Menelaos Stephanides) e “Tróia: O Romance de uma Guerra” (autor: Cláudio Moreno). Em todas essas obras literárias, excetuando o texto milenar de Sófloces e a adaptação de José R. Ferreira, o exímio arqueiro grego não passou de um coadjuvante.
Filmes: Heresia e mais heresias!! Escantearam Filoctetes de todos os filmes sobre Tróia produzidos até agora!! Em “Tróia” (2004) com Brad Pitt como Aquiles e Eric Bana como Heitor, o diretor Wolfgang Petersen cometeu a heresia de tesourar Filoctetes da trama!!! Cara! Não foi feita nem uma menção ao importante e decisivo herói. O mesmo aconteceu com “Helena de Tróia” (1956), uma produção ítalo-estadunidense, tendo o mito sexy daquela época, Rossana Podestá como Helena de Tróia e Stanley Baker no papel de Aquiles.Bahhh!
03 – Zetes e Calais
Pintura ctendo os Bóreas como tema
Cara, sem os irmãos alados Zetes e Calais, filhos do Vento Bóreas, Fineu, o rei cego da Trácia estaria perdido. Quando os argonautas, em sua viagem para a Cólquida em busca do Velo de Ouro, fizeram uma escala na Trácia descobriram que o rei daquelas terras era constantemente atormentado pelas Harpias. Todos os alimentos e bebidas que se colocavam diante de Fineu, as Harpias o arrebatavam e o que não podiam carregar poluíam com seus excrementos.
Quando pela Trácia passaram os Argonautas, o rei pediu-lhes que o libertassem das terríveis Harpiasque eram monstros medonhos. Elas tinham o rosto de mulher velha, corpo de abutre, garras aduncas, seios pendentes e os seus excrementos tinham um odor tão fétido que ao defecarem, ninguém mais conseguia comer o que quer que fosse. Já imaginou o drama do tal Fineu?!
E quais foram os ‘bam-bans’ que conseguiu dar um jeito nessas criaturas malignas? Ora! Os irmãos Zetes e Calais, filhos do Vento Bóreas. Afinal de contas para combater as Hárpias, o seu oponente também teria de voar e como naquela época ainda não haviam descoberto o avião, nem mesmo um “Teco-Teco” (rsss), sobrou para os dois irmãos que eram os únicos argonautas alados.
Após o pedido de Fineu, lá vão Zetes e Calais atrás das horrendas Harpias. Perseguida sem tréguas pelos dois irmãos, a primeira Harpia chamado Aelo (a borrasca), caiu num riacho do Peloponeso, que, por isso mesmo, passou a chamar-se Hárpis. A segunda, Ocípete (a rápida no vôo), conseguiu chegar às ilhas Equínades, que, desde então, se denominaram Estrófades, isto é, Ilhas do Retorno.
Outros poetas e escritores da antiguidade dizem que Hermes, se postou diante dos perseguidores e proibiu-lhes matar as Harpias, porque eram "servidoras de Zeus". Em troca da vida, elas prometeram não mais atormentar Fineu, refugiando-se numa caverna da ilha de Creta.
Bem, de uma forma ou de outra, o que importa é que os filhos do Vento Bóreas colocaram as Harpias para correr e em agradecimento, o rei da Trácia deu todas instruções de como Jasão e os argonautas poderiam atravessar as temíveis Ciânes, os Rochedos Azuis, também conhecidas comoSimplégades. Estes rochedos móveis abriam e se fechavam constantemente, esmagando toda embarcação que se atrevia a passar por eles. Graças a informação dada por Fineu, os argonautas conseguiram realizar a mítica travessia desses rochedos fatais.
O ataque das hárpias que foram banidas pelos bóreas
Mas os argonautas ainda ficariam devendo mais um favor para Zetes e Calais. Em sua viagem de retorno à Iolco, após terem se apossado do velocino de ouro, os argonautas comandados por Jasão quase foram trucidados pelos cinocéfalos – criaturas estranhas e selvagens com o corpo de homem e cabeça de cachorro. Eles latiam ferozmente e mordiam com fúria. Nesta terra longínqua e misteriosa, travou-se uma luta violenta, iniciada na praia, chegando quase a bordo do navio Argos. Os argonautas se viram em situação desesperadora,e a própria Medéia deu um grito que fez gelar o sangue de todos nas veias, quando um dos monstros preparou-se para saltar sobre ela. A criatura acabou sendo morta por Jasão na hora H. Mas quem, finalmente e novamente, salvaram os heróis foram os filhos de Bóreas que atacaram os cinocéfalos do ar com espadas nas mãos. Mataram um grande número deles, e os outros ficaram tão aterrorizados que fugiram uivando de medo. Caraca! Que Ufaaaa – daqueles bem prolongados - para os argonautas que puderam, assim, prosseguir a sua viagem de volta à Iolco.
Apesar de serem considerados “os caras” entre os argonautas, Zetes e Calais acabaram não passando de coadjuvantes nos livros sobre mitologia grega. Quanto aos filmes. Bom... melhor esquecer, já que nas últimas ‘décadas das décadas’ ninguém se interessou por eles, nem mesmo como meros figurantes. Que dó.....
Onde encontrar Zetes e Calais
Livros: “O Herói Perdido” da série “Os Heróis do Olimpo, de Rick Riordan, o mesmo criador de Percy Jackson. Neste livro, os filhos do Vento Bóreas aparecem como coadjuvantes. “O Herói e a Feiticeira”, de Lia Neiva que conta a história de Jasão, Medéia e os argonautas. “Jasão e os Argonautas”, de Menelaos Stephanides. Em  todos esses livros, os filhos de Bóreas são apenas figurantes.
Filmes: Ehehehehe... Podem esquecer. Nada de nada.
04 – Enéias
Enéias fugindo da cidade de Tróia em chamas com o pai, esposa e filhos
Apesar do sujeito ‘aí’ ao lado ser considerado o personagem principal da obra Eneida do aclamado poeta Virgilio, ele nunca integrou o chamado Grupo dos Cinco formado por: Hércules, Aquiles, Ulisses, Perseu e Teseu. Percebe só galera! Toda vez que a maioria dos leitores comuns, no qual me incluo – quando digo comum, estou excetuando os ‘iniciados profundos’ em mitologia grega – sentem aquela ‘coceirinha mental’ em ler alguma coisa sobre heróis e semi-deuses da mitologia; ou se inspiram em Hércules,  Ulisses ou em Aquiles ou nos outros dois integrantes do Grupo dos Cinco.
Cara é muita injustiça porque Enéias foi um guerreiro e estrategista tão importante quanto os cinco famosos. Tudo bem que Ulisses teve a idéia de construir o antológico cavalo de madeira que foi responsável pela queda de Tróia; tudo bem que Perseu matou Medusa que transformava as suas vítimas em pedra com o seu olhar medonho; tudo bem que Aquiles aterrorizou os guerreiros troianos, colocando-os para correr; tudo bem que Hércules realizou 12 trabalhos considerados  impossíveis para qualquer ser-humano e tudo bem, que Teseu não tremeu diante de um labirinto escuro e úmido, onde ‘detonou’ um tal cara de boi chamado minotauro que morava por lá; mas, Enéias teve em seus ombros uma responsabilidade tão grandiosa quanto a de seus colegas heróis e semi-deuses.
Após a destruição de Troía pelos sanguinários guerreiros gregos, o filho de Afrodite e Anquises conseguiu fugir da cidade em chamas, juntamente com o seu pai, filho e esposa, além de alguns poucos troainos sobreviventes do massacre. Conta a lenda que à Enéias ou à seus descentes estava reservado pelos deuses um grande prêmio que seria a fundação de uma cidade tão importante quanto Tróia teria sido. E assim, Enéias partiu em busca de seu destino, enfrentando muitos perigos e vivendo várias peripécias.
Cartaz do filme de 1962 sobre o herói
Em sua caminhada o herói se encontrou com as temíveis Hárpias que já haviam atormentado o  rei da Trácia Fineu; enfrentou Éolo, o rei dos ventos que foi convocado pela deusa Hera que ainda estava ressentida com os troianos por causa da traição de Páris; enfrentou valorosos guerreiros inimigos, entre os quais Turno, rei dos Rútulos e pasmem... desceu até a morada dos mortos para fazer um servicinho por lá!
Como não bastasse essa epopéia, alguns mitos atribuem aos descendentes de Enéias, a fundação de uma cidade que mais tarde viria a governar o mundo. Adivinhem qual? Nada menos do que Roma.
Agora pensa aí vai! Um cara fodástico desses não merecia estar no Grupo dos Cinco?
Onde Encontrar Enéias
Livros: Eneida (Virgílio) e Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis (Thomas Bulfinch)
Filmes: “A Lenda de Enéas (1962). Filme com o halterofilista Steve Reeves. Coisa braba heinnn?!! Terrible... horrible... Coitado do Enéas, deve ter se revirado muito no túmulo.
05 – Belerofonte 
Este herói da mitologia grega não fez nada de mais. Só matou a Quimera, um monstrinho bonitinho com corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de serpente. Ah! Já ia me esquecendo... coisinha simples.... de nada mesmo... o tal monstrinho tinha o hábito de vomitar fogo pela enorme bocarra. Só isso (rs).
Pessoal, agora falando sério. Como um cara tipo “trucão” como Belerofonte conseguiu cair no esquecimento dos fãs ardorosos de Ilíada e Odisséia? Pois é, há coisas que não tem explicação.
Belerofonte derrotou a Quimera montado em Pégaso, aquele famoso cavalo alado que depois ainda acabou servindo à Perseu. O herói ainda demonstrou toda a sua coragem, enfrentando e vencendo os sólimos, um povo guerreiro e belicoso. Na seqüência, Belerofonte deceu o cacete nas poderosas amazonas. Sempre cavalgando o fiel Pégaso, Belerofonte se saiu vencedor de todas essas empreitadas.
Alguns mitos relatam que apesar de todas essas conquistas, Belerofonte ainda não estava satisfeito, por isso, num surto de arrogância, quis voar – com pégaso - até o Olimpo, a morada dos deuses. Ao ver tanta ousadia em um mortal, Zeus mandou uma vespa para picar o cavalo alado que acabou se assustando e derrubando o herói. Com o tombo, Belerofonte terminou aleijado e por anos e anos ficou procurando por Pégasos, ou seja, cavalos voadores. De acordo com o mito, ele morreu como um mendigo e desprezado pelos homens e pelos deuses.
Onde encontrar Belerofonte
Livros: “Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis” (Thomas Bulfinch); Belerofonte e a Quimera – Heróis da Mitologia (Adriana Bernardino).
 Filmes: Apenas uma leve citação em Missão Impossível 3, onde Quimera e Belerofonte não passavam, respectivamente, de uma substância química letal e o seu antídoto.
Galera é isso aí!
Inté!

Trilogia A Busca do Graal (“O Arqueiro”, “O Andarilho” e “O Herege”)

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Depois que eu li o primeiro livro de Bernard Cornwell decidi criar um slogan que serve muito bem para se ter uma noção do que é um enredo elaborado por esse grande escritor: “Leia o primeiro livro de Cornwell e depois deixe de ler os outros se for capaz”. É por aí mesmo galera. Não dá prá você largar as páginas; elas te grudam como se fossem verdadeiras teias de aranha.
O autor britânico se consagrou com a sua releitura das aventuras de Artur e seus cavaleiros. Por isso, se você amou a trilogia “As Crônicas de Artur (“O Rei do Inverno”, “O Inimigo de Deus” e “Excalibur”), certamente também irá amar os livros “O Arqueiro”, “ O Andarilho” e “O Herege”), pois seguem a mesma linha, ou seja, personagens cativantes e carismáticos e descrições de batalhas de tirar o fôlego. Aliás, se temos um “mestre do terror”, também temos um “mestre das batalhas”. Se Stephen King é rei em sua área; Cornwell também é rei no seu setor.
Cara! As cenas de luta nos campos de batalha com flechas espirrando pra todos os lados; aquelas espadas e machados enormes partindo elmos e escudos ao meio; valentes guerreiros tentando romper muralhas de escudos, não se incomodando se vão sobreviver ou não; reis lutando ao lado de um exército bem menor do que o do inimigo, simplesmente pela honra de proteger o estandarte com o brasão de seu reino; homens tentando invadir castelos inimigos escalando as íngrimes paredes da construção e correndo o risco de serem escaldados com um banho de óleo fervente derramado do alto das muralhas. Ufaa!! Deu prá sentir? Cornwell é mestre em descrever tal cenário, conseguindo arrastar todos nós, leitores, para o interior desse contexto, como se estivéssemos ali, no meio da batalha.
Pelo título da trilogia, fica a impressão para o leitor de que a busca pelo Graal acaba se tornando algo místico, parecido com um filme de Indiana Jones que assisti há muito tempo no cinema, onde o tesouro em questão tinha poderes mágicos e etc e tal. Nada disso. Cornwell já provou em “As Crônicas de Artur” que a sua escrita é bem mais realista baseada em pesquisas e levantamentos históricos o que faz com que o enredo se aproxime de um contexto bem mais realista.
Outro detalhe que pode desestimular os leitores menos avisados que ainda não leram a trilogia da Busca do Graal está relacionado às descrições das batalhas. Muitos podem pensar que o confronto entre exércitos de arqueiros se restringe a um grupo de homens ficar enfiando flechas num arco apontando para cima e atirando em outro grupo de homens que, por sua vez, responde da mesma maneira. No, No e No novamente. Pessoal, vocês não imaginam como essas batalhas são emocionantes! Para que não sabe, os arqueiros medievais seguiam a risca uma estratégia de combate nas batalhas. Eles eram tão organizados como uma colônia de formigas. E posso garantir que a descrição de uma luta envolvendo arqueiros é tão emocionante quanto um enfrentamento de dois guerreiros ou dois exércitos com espadas ou machados saxões. Sente só o clima: “As flechas penetravam os cavalos. Thomas não havia tirado o arco do ombro, mas alguns dos arqueiros do príncipe tinham flechas encaixadas nas cordas e miraram nos cavalos, em vez de nos cavaleiros. As flechas entraram fundo, os cavalos relincharam, empinaram e caíram, e os arqueiros, então, avançaram como formigas sobre os homnens...” Cara... é a partir desse trecho que “a coisa pega” em “O Arqueiro”. Nos três livros da trilogia do Graal temos a oportunidade de presenciar lutas eletrizantes: de um lado arqueiros, do outros cavaleiros com suas espadas. Mas enganam-se os leitores que pensam que a habilidade dos arqueiros de Cornwell se restringe ao arco e flecha. Muitos deles também são exímios espadachins e vivem desafiando os seus adversários.
“O Arqueiro”, primeiro volume da ‘Trilogia do Graal’, nos insere no início da trajetória de Thomas; um garoto de 18 anos que vê o pai morrer em seus braços após um ataque-surpresa a aldeia de Hookton. Um lugar simples que escondia um grande segredo: a lança usada por São Jorge para matar o dragão, considerada uma das maiores relíquias da antiguidade.
O jovem escapa e promete ao seu pai moribundo vingar-se dos agressores liderados por um assassino cruel e sanguinário conhecido apenas por Arlequim. Thomas jura ainda – para si mesmo - recuperar o objeto precioso que foi roubado.  Ele deixa o que restou do povoado e viaja para o outro lado do Canal da Mancha, onde se junta a grupos de arqueiros ingleses em permanente combate com os franceses. Começam, então, suas aventuras em campos de batalha. O que ele ainda não sabe é que terá de enfrentar um grande mistério que assombra sua vida: os planos diabólicos do famigerado Arlequim, o assassino de seu pai, que podem alterar o destino de muitos reinos poderosos.
No começo da saga, Thomas - que futuramente ficaria conhecido como ‘Thomas de Hookton, em menção ao povoado onde morava – já é um arqueiro habilidoso, apesar da pouca idade, mas essa habilidade no manejo do arco longo, uma arma mortífera que tornou o exército inglês o mais poderoso da Europa no século XIV, só vai crescendo.
Neste primeiro volume da trilogia, as menções ao Graal são bem discretas, já que o autor foca mais no desejo de vingança de Thomas que reflete numa caçada em busca de Arlequim. Esperando o momento certo, ele se junta ao exército inglês em campanha na França, onde se envolve em batalhas e aventuras que sem perceber o lança na busca do Santo Graal.
Bernard Cornwell
Já no segundo volume da saga – “O Andarilho” – Cornwell cede um espaço maior para o objeto sagrado, fornecendo detalhes importantes sobre o Graal e como a relíquia começou a  fazer parte do destino de Thomas. O autor foi “fera demais” ao optar por deixar o clima místico de lado e transportar a saga da busca do Graal para o século XIV, em plena Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França.
O confronto entre os exércitos dos dois países continua sendo ferrenho com batalhas homéricas protagonizadas por personagens capazes de realizar proezas inimagináveis, graças a sua coragem. Homens que acabam se tornando lendários. Verdadeiros heróis.
Tanto ingleses quanto franceses estão atrás do Santo Graal. Segundo a lenda quem estivesse de posse do objeto sagrado sairia vencedor da guerra. Thomas de Hookton, então,  é enviado pelo rei da Inglaterra numa missão na qual teria de descobrir mais sobre o legado de seu pai, que parece ligado ao Graal. Em seu caminho, o valente arqueiro inglês enfrenta inúmeros vilões e aventuras. Perigos e adversários que o conduzem a outra busca: a de suas verdadeiras origens, ligadas a uma misteriosa família nobre que, por séculos, teria sido a guardiã da mais sagrada das relíquias cristãs, mas que tinha caído na desgraça da heresia. Thomas também descobre que há outros na trilha do Santo Graal. Homens que não se deterão diante de nenhum obstáculo para colocar as mãos na relíquia.
Em “O Andarilho” , o autor volta a usar o cenário da Guerra dos Cem Anos para contar uma saga tão empolgante quanto as aventuras de Artur e seus cavaleiros narrada na série “As Crônicas de Artur”.
Quanto ao “O Herege”, o livro fecha a empreitada de Thomas de Hookton. Ah! Você quer saber se ele consegue encontrar o Arlequim, responsável pelo assassinato de seu pai ou então se o Santo Graal caiu nas mãos de inglês, franceses ou de mercenários ou ainda se Thomas recuperou a lança de São Jorge? Cara... só faltava essa né? Eu bancar o pentelho mais sacana do mundo e bombardear o final desse post com spoilers fatais. Definitivamente não dá. Vamos esquecer. O que eu posso adiantar é as batalhas ficam ainda mais ferrenhas; que a descoberta do verdadeiro nome do Arlequim acaba sendo uma baita surpresa; que temos muitas aldeias saqueadas; que Thomas, pela primeira vez, passa a liderar um regimento de arqueiros, se tornando um soldado hiper-respeitado; que ele consegue salvar um ‘muiérão’ da fogueira; quê e mais quê e novamente outros quês... Melhor lerem toda a trilogia porque vale à pena e como vale!!








Duvida cruel: Almanaque da TV ou dos Seriados???

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Judaaaaa euuuuuuuu!!!!!! Galera que acompanha o "Livros e Opinião"‘tô’ numa dúvida cruel. Primeiro detalhe: grana curtíssima. Orçamento para os próximos 3 três meses totalmente comprometido. Cara! Estourou, explodiu!!! Não que eu seja um mau administrador, mas as despesas extras com farmácia, viagens por motivo de saúde e aquela mania infelizzzzzzzzz de mestre cuca... Eu adoro cozinhar (o pior é que my love Lulu já está acostumando e sabe né... isso é mau, muito mau- rsss) e com isso vai mousse de um lado, lasanha quatro queijos de outro e isso e aquilo.... Jesuss!! Pobre dinheirinho... Segundo detalhe: grana curta, curtíssima para comprar meu livros. Galera, tinha o hábito de adquirir uma média de quatro a seis livros por mês; hoje, nadica de nada. Vou ter de ficar nessa maré por três meses, até acertar a minha situação. Será que eu aguento?!!!! Sei não.... Terceiro detalhe: Estou com mais de 15 livros na fila para serem adquiridos. Confesso que estava louco para comprar os novos lançamentos de Zafon "O Príncipe da Névoa" e "O Palácio da Meia Noite". Bem... quer dizer... até surgir duas tentações marditas ou benditas; sei lá: "Almanaque dos Seriados" e "Almanaque da TV". Uma coisa é certa: já decidi! Vou 'estoporar' o orçamento, mas só tenho coragem para fazer isso com apenas um livro.
Pronto!! Tomei a iniciativa!! Que Zafon se mande para um segundo plano! Vá com Deus Zafon; se manda! Putz! Não acredito que disse esse sacrilégio... Zafon...perdão, mil vezes perdão, mas.... entende né pessoal... é que tô seduzido por essas duas tentações....
Etchaaa nóisss! Não sei qual virá para a minha estante daqui há dois ou três dias.....
Bem, segue primeiramente a matéria escrita pelo jornalista Paulo Ricardo Moreira do Globo sobre o Almanaque da TV,publicada em 2007 no jornal O Globo. É... já faz tempinho né? Pois é, o ‘lerdo aqui’ já foi descobrir que a obra existia quase seis anos depois!
Confiram a resenha do jornal O Globo que diz tudo. Segue aí pessoal:
" As curiosidades do ‘Almanaque da TV’, livro que registra a história da televisão no Brasil
Você sabia... Que Silveira Sampaio foi o pioneiro do talk-show no país, ao estrear o programa “À procura do bate-papo perdido”, na TV Rio, em 1957? Que a primeira cidade cenográfica foi construída pela TV Excelsior para a novela “Redenção”, em 1966? Que Vera Fischer estreou na Tupi como assistente do programa esportivo “Jogo limpo”, em 1971? Essas e outras curiosidades estão no “Almanaque da TV”, lançamento da Ediouro que registra a história e os bastidores da TV no Brasil. Os autores são a jornalista Bia Braune e o publicitário Ricardo Xavier, o Rixa, redatores do “Video show”, da Globo, que não se preocuparam em fazer um livro didático. Confira outras histórias e curiosidades. Joana d'Arc enforcada:
Aconteceu na versão carioca do teleteatro “Processo contra Joana”, ao vivo, com Nathália Timberg vivendo Joana d'Arc, em 1958. O ator Oscar Felipe, que vivia o bispo Cauchon, condenou a heroína a morrer na forca. Reza a lenda que o autor Manoel Carlos, na época ator e interpretando um sentinela, corrigiu a história: “Monsenhor, não seria melhor queimá-la?”.Xuxa faz a cabeça:
Quando estreou no “Clube da criança”, em 1983, na extinta TV Manchete, Xuxa Meneghel tinha 20 anos e usava um penteado bem infantil. A partir dali, os dois tufos de cabelos presos passaram a ser chamados de “xuxinha”. Anos mais tarde, já na Globo, a loura foi uma fonte inesgotável de fofocas e lendas urbanas. A mais popular entre elas dizia que as canções dos discos de Xuxa continham diabólicas mensagens subliminares, se ouvidas de trás para frente.Locomotiva desgovernada:
Foi guiando um automóvel numa gravação da novela “Locomotivas” (1977) que a atriz Célia Biar atropelou de verdade a colega Ilka Soares. O acidente não teve maior gravidade, mas apressou a contratação de dublês para as cenas de perigo nas novelas da Globo. Bastidores do JN:
Por muitos anos dizia-se que Cid Moreira apresentava o “Jornal Nacional” usando paletó, gravata e... bermuda! Mas o máximo que o apresentador se permitia era usar tênis sem meia. De 1969 até 1996, quando deixou a bancada do telejornal, Cid desejou cerca de 8.914 “boas-noites” aos telespectadores. ‘Quem matou?’:
O recurso para segurar a audiência é antigo na telenovela. Mas, em “Assim na terra como no céu” (1971, na Globo), aconteceu algo muito curioso: o próprio autor, Dias Gomes, apareceu em cena no final, dando três hipóteses com os principais suspeitos do crime. O assassino de Nívea (Renata Sorrah) foi Mário Maluco (Osmar Prado). Farofa de madeira:
O telespectador que assistia a TV Continental não percebeu. Em 1959, em vez da salada pedida no texto do programa “Isto é estória”, o contra-regra pôs serragem no prato do ator Roberto Maya. Ao vivo, ele raspou o prato como se estivesse comendo uma deliciosa farofa. "
Olha, não venha mentir, dizendo que não ficou nem um pouco interessado nesse livro...Pode parar se não vou ter que lhe chamar de cínico.
E agora, a resenha de "O Almanaque dos Seriados" estampada no site da Submarino...
"Aqui você vai encontrar algumas séries que muitos curtiram na infância, como Nacional Kid e O Vigilante Rodoviário, Agente 86, Magnum, a Ilha da Fantasia e tantos outros. Divididos por décadas, de 1950 a 2000, foram selecionadas as séries mais populares com dados sobre atores, produção e muitas curiosidades. São séries exibidas em 50 anos de televisão no Brasil, estrangeiras e nacionais. Aproveite a leitura e embarque neste túnel do tempo."
Ah! Antes que me esqueça. O livro foi escrito pelo jornalista Paulo Gustavo Pereira. Pelo que eu pesquisei na Net, o autor demorou mais de 20 anos pesquisando e escrevendo o “Almanaque dos Seriados” que foi lançado em 2008. Ih...Olha o lerdo aí de novo!!
Pelo que eu sei são aproximadamente 1.000 seriados tratados pelo autor em suas mais de 300 páginas, entre eles: “As Aventuras de Rin Tin Tin”, “Ultramen”, “Nacional Kid”, “Battlestar Galática”, “Alf”, “Armação Ilimitada”, “Carga Pesada” e etc e mais etc.
Curiosidades dos bastidores, como o seriado era produzido, intrigas entre atores e fotos, muitas fotos.
Taí! Qual heinn... esse ou aquele... aquele ou esse??
Como dizia um turquinho, reitor da universidade particular onde estudava: - "Sêo José sua mensalidade vence depois de amanhã. Vê se paga em dia. Juda eu!". E olha que eu não atrasava um dia se quer (rs)!

O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais

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Como será a vida de um Papa na intimidade? Pêra só um pouquinho porque eu acho que essa pergunta merece dois sinais de interrogação. Dois não; mas três. Isso mesmo, três interrogaçõezinhas! Então vou repetir a indagação: “Como será a vida de um Papa na intimidade???” Cara, vai me dizer que você – independente de seu credo – não gostaria de saber o que os Papas que passaram pela Igreja Católica faziam nos seus raros momentos de lazer ou então, quais eram as suas manias? Aqueles que responderam que sim, gostariam e muito; já podem erguer as mãos para céu e exclamar: -“Obrigado Santo Nino!” Calma aí pessoal; não se trata de nenhum santo, mas de um conhecido jornalista e escritor (mais conhecido como jornalista) norte-americano, falecido em 1997, chamado Nino Lo Bello. Ele é o autor de “O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” que revela numa linguagem fácil e divertida as grandes manias e os pequenos vícios de alguns cardeais que tiveram a oportunidade de ocupar a Cátedra de São Pedro.
Quando comprei esse livro, me recordo que ainda estava começando a montar a minha humilde sala de leitura. Tudo era início: início das estantes, início da poltrona, início da pintura e principalmente início dos livros. Tudo bem que eu já tinha algumas obras para ‘brindar’ as estantezinhas novinhas que iriam ficar afixadas na parede da sala, mas percebi que a categoria ‘Religião’ iria ficar bem rébinha, fraquinha mesma. Talvez, porque o meu interesse por obras do gênero não seja tão abrangente. Por isso resolvi juntar essa categoria com outra: História. Huhuhu!! Essa doeu heinn?!!
Foi nessa época que comecei a passar muitas das minhas horas nas livrarias físicas e virtuais fuçando, fuçando e fuçando na esperança de encontrar algumas obras religiosas que engrossasse um pouquinho aquela que seria a parte esquecida e abandonada da minha estante.
Confesso que peguei muita porcaria, mas também ‘pesquei’ obras interessantes. E uma delas foi esse livro de Lo Bello que já reli ‘umas’ três vezes. Não há como negar, o texto te prende mesmo. Uhauu! E como prende! O que deixa o livro atraente é a linguagem descompromissada do autor que ignora totalmente as questões políticas e dogmáticas – que cá entre nós, às vezes se tornam chatas e maçantes – para centrar fogo nos assuntos pouco relevantes. E posso garantir que são essas informações irrelevantes que tornam a obra charmosa com o poder de fisgar os leitores.
Esqueça aquelas informações burocráticas relacionadas a eleições papais ou então sobre como um represente de Pedro deve se comportar ou ainda como é o dia a dia de um Papa. Não, não. Nada disso. Se prepare para um festival de curiosidades. E quantas curiosidades! Uma melhor do que a outra. Curiosidades sobre os Papas e também sobre o Vaticano, diga-se de passagem. Todas elas muito ‘deliciosamente gostosas’ de serem lidas, quer dizer... devoradas.
Por exemplo, você sabia que Pio XII, papa durante a II Guerra, é lembrado pela aversão que tinha por moscas. Era visto com freqüência nos jardins do Vaticano com um inseticida numa das mãos e um mata-moscas na outra, perseguindo os insetos. Ele também ficou conhecido nos bastidores da Santa Sé pelo seu famoso pão-durismo. Para economizar energia, antes de ir para a cama, percorria corredores e salões apagando as luzes.
Já, o austero Pio IX, Papa na época do Concílio Vaticano I, que proclamou a infalibilidade papal, era um jogador de bilhar inveterado. Um verdadeiro ás com um taco na mão. O autor narra em seu livro que o papa costumava dar surras memoráveis nos cardeais da Cúria e nos soldados da Guarda Suíça.
João XXIII, o papa que entrou para a História por ter convocado o Concílio Vaticano II, responsável pela modernização da Igreja nos anos 60 era um fumante também inveterado. Ele traçava um maço de cigarros por dia e seu latim era péssimo. Tinha como passatempo preferido subir na Torre dos Ventos, a mais alta do Vaticano, e ficar bisbilhotando ruas e janelas romanas com um binóculo. Lo Bello conta ainda em seu “O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” que Paulo VI, sucessor de João XXIII, que completou a obra de renovação da Igreja, adorava velocidade. Aliás, ele foi o primeiro pontífice a cruzar o Atlântico de avião, ele levava sempre um cronômetro e, do banco traseiro do carro oficial, pedia ao motorista que pisasse fundo no acelerador.
Quanto a João Paulo II, um dos Papas mais queridos de toda a história da Igreja, foi o primeiro a usar relógio de pulso. Lo Bello conta em profusão de detalhes todas essas manias e outros pequenos vícios dos nossos Papas.
“O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” também aborda em suas 208 páginas questões históricas sobre o alto escalão da Igreja Católica, como, por exemplo, se houve um papa judeu, o salário do sumo pontífice e se existe "impeachment" dos papas.
Além disso, o volume traz o nome do verdadeiro estilista das estranhas fardas usadas pela guarda suíça, que, segundo o autor, não foi Michelangelo, como muitos imaginam.
O livro foi lançado em junho de 2000 na Itália e três anos depois chegaria ao Brasil pela Editora Santuário.
Uma obra literária escrita descompromissadamente por Lo Bello, para uma leitura também descompromissada, mas nem por isso, desinteressante.

Quando será que a Suma de Letras irá relançar as obras raras de Stephen King? Eu disse ‘R-A-R-A-S’.

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Posso dizer o que eu acho? Na lata? Ok, lá vai: -“Estão brincando com os fãs de Stephen King, caraca! Mas brincando legal, de fato”.  Depois do desabafo – que me desculpe a Suma de Letras, mas essa é a minha opinião – quero escrever o que estou pensando. Acredito que seja a mais pura perda de tempo – pelo menos para o leitor – fazer o relançamento de um livro que ainda não está esgotado, ou seja, uma obra que é facilmente encontrada no mercado; e  encontrada aos borbotões.
Um dia desses vi a notícia de que a Suma de Letras, editora responsável pela publicação dos livros de King no Brasil, irá relançar neste segundo semestre a antológica obra ‘kingniana’ “A Dança da Morte”. – “Êpa! Pera aí! Acho que tem alguma coisa errada!” Esta foi a indagação que fiz, após ler a notícia numa rede social. E uma indagação com três exclamações para frisar bem o meu espanto.
Bem, vamos colocar os neurônios prá funcionar. Porque relançar um livro que você pode encontrar facilmente no mercado? Numa rápida zapeada na net, consegui localizar “A Dança da Morte (The Stand)”, edição de 2005, lançada pelo Objetiva em sete livrarias. Então, resolvi fazer uma busca mais detalhada, incluindo os sebos virtuais (Santa Estante Virtual!) e localizei mais um batalhão dessa obra; se não me engano, ‘uns’ 18 livros, incluindo a publicação da Bertrand de 1990. Caso semelhante acontece também com “O Apanhador de Sonhos”, lançado no Brasil, também pela Objetiva, entre 2004 e 2005. A edição original pode ser encontrada em qualquer livraria virtual. Se falarmos, então, de sebos, a ‘coisa’ muda de assunto. Nas lojas cadastradas no portal do Sebo Virtual, os interessados irão ‘dar de cara’ com um verdadeiro batalhão desse livro.
Então, voltando a nossa indagação inicial: porque relançar uma obra que continua com presença marcante nas prateleiras das livrarias, sejam elas físicas ou virtuais? Quer mesmo saber? De verdade? Não sei. É isso aí, simplesmente ‘n-ã-o  s-e-i’. Prefiro evitar ficar levantando hipóteses sem nenhum embasamento ou então criando certas teorias da conspiração. Agir dessa maneira seria muita leviandade da minha parte. Estaria maquiando esse post com inverdades somente para deixá-lo mais interessante. E sabemos que não é por aí. Prefiro disser escrever que desconheço os motivos que levaram a Suma de Letras a optar por essa estratégia, mas por outro lado, tenho o direito de discordar. E uso esse post pra isso. E não só para discordar, mas também para tentar encontrar uma resposta que satisfaça não apenas a minha curiosidade, mas com certeza, a de milhares de fãs do Rei do Maine que estão ansiosos por relançamentos de obras raras. E aqui vale um adendo: Na minha concepção, entende-se por obras raras, aquelas que estejam esgotadas, verdadeiras jóias do ‘baú kingniano’. Exemplos? Ok. Mêo, são tantos!! Anote algumas: “A Metade Negra”, “A Hora do Lobisomem”, “Trocas Macabras”, “Eclispe Total”. Putz! Putz! E Putz, de novo!!! Vou dar um tempo porque estou ficando nervoso; ‘cabrero’ mesmo (rs).
Falandoescrevendo por mim; não quero comprar um livro simplesmente porque ele foi relançado com uma nova capa e tradução atualizada. Quero adquirir uma obra que foi lançada há mais de 20 ou 30 anos e que não encontro em nenhuma livraria desse ou do outro mundo. Então sim, valerá a pena! Deu pra entender galera? É por isso, que na minha humilde opinião, a estratégia da Suma de Letras está furada. Pessoal da Suma, desculpa aí, mas esse é o meu ponto de vista. E diga-se de passagem, opinião de um grande fã desse cara fantástico chamado Stephen King.
Para que gastar tempo e dinheiro colocando no mercado livros fáceis de achar. Tudo bem, que demore um pouco mais, nem que seja mais de um ano, quase dois, vá lá, mas o relançamento de uma obra rara que o leitor já não consegue encontrar em nenhuma livraria é muito especial.
A maioria das obras raras de King, todas elas esgotadas e que se transformaram na ‘menina dos olhos’ de milhares de leitores foram publicadas pela finada Francisco Alves; uma ou outra pertencem a editoras diferentes, mas muito pouco. Anotem aí: “Os Livros de Bachman”, “Os Estranhos”, “Eclipse Total”, “Angustia”, “Cão Raivoso”, “A Metade Negra”, “Depois da Meia-Noite”, “Trocas Macabras” e “A Hora do Lobisomem”. Talvez possa incluir nessa relação mais alguns livros que estão começando a rarear no mercado, tornando-se difíceis de encontrar, como por exemplo: “A Coisa” e “A Incendiária”. É importante frisar que a editora já confirmou o relançamento de “A Coisa” para breve.
Desconheço como funciona o esquema de compra de direitos de tradução e publicação de uma obra de King, mas creio que relançar obras raras de 20 ou 30 anos atrás não seja uma missão impossível. Tanto é que a Suma de Letras já confirmou “Angústia” para 2014, além de declarar que o processo de compra dos direitos de tradução de “Cão Raivoso” está bem adiantado. Pôxa vida, será que a Suma não poderia seguir nessa mesma toada ao invés de ficar recolocando no mercado ‘figurinhas fáceis’, apenas com um visual diferente?
Gente, confesso que é frustrante você passar horas e horas na internet à procura de “A Hora do Lobisomem”, “A Metade Negra” ou “Os Livros de Bachman” para no final da busca, descobrir um sebo que lhe ofereça o seu “sonho” por R$ 300,00 ou mais.
É muita areia para o caminhão do ‘menino’ aqui.

Calafrios da Noite

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Cara, vou lhe dizer uma coisa: eu detesto esse lance de leitura eletrônica. Podem me chamar de ‘brucutu’, ‘leitor de Neanderthal’, ‘matuto das letras’ e o escambau á quatro; eu não ligo, mas livro para o chato aqui, tem que ser o velho e tradicional calhamaço de papel com capa e sobre-capa. Se no meu trabalho, a informática e os equipamentos que possibilitam transmissões via satélite são os meus melhores amigos, quando chego em casa e me escarrapacho na poltrona da minha sala de leitura, o texto que irá invadir as áreas mais recônditas do meu cérebro devem vir do bom e velho papel. Por isso, quando vejo algum livro digital fujo dele como o diabo foge da cruz.
Já adianto que “Calafrios da Noite”, do escritor brazuca César Bravo é uma obra no formato digital e mais: ...”acreditem galera, eu li todos os seus 15 contos”.
Certo dia, recebi uma mensagem do Bravo perguntando se eu queria receber um livro de contos de terror para temperar os meus medos. “É prá já! Pode mandar!”. Respondi sem pestanejar. O tonto, aqui, pensou que já ia ganhar mais uma obra literária para engrossar a sessão “terror e suspense’ de sua estante de livros. Imagine só a decepção quando fiquei sabendo que o autor só tinha disponível – naquele momento – versões digitais. Então o “PODE MANDAR!!”, supremamente exclamado do fundo do peito e da alma, se transformou num: ‘pode mandar’, minúsculo, sem vergonha e tímido. Pensei comigo: - “Cara, não vai dar”. Além do mais estava com a leitura de “A Passagem” de Justin Cronin em ponto de bala, ou seja, já tinha vencido aquela fase morna da história e havia mergulhando no chamado ‘pega prá capá’. E olha ‘man’, ler dois livros simultaneamente, sendo um deles com mais de 800 páginas é uma injeção letal. Digo isso, porque ainda sou obrigado – digo obrigado, de fato, porque os temas são um chute no saco – a ler uma batelada de livros técnicos, manuais de redação e isso e aquilo diariamente. Então, quando chego em casa, fica quase impossível grudar um livro na mão direita e outro na esquerda e lê-los ao mesmo tempo.
Por todos esses fatores, a versão digital de “Calafrios da Noite” estava fadada a cair no limbo do esquecimento. Mas, então, numa dessas noites em que me sento à frente do computer para verificar as minhas mensagens, vi lá, o anexo do Bravo com a sua obra. Resolvi ler as primeiras linhas, assim, sem compromisso. Talvez, o título do primeiro conto (Torniquete) me chamou a atenção. Depois me lembrei que havia lido um livro chamado “A Corrente: Passe Adiante”, do Estevão Ribeiro, o qual havia gostado muito e chegado a conclusão de que autores brasileiros também sabem escrever ótimas histórias de terror. Sei lá, sei lá e sei lá. O que sei é que comecei a ler as primeiras linhas e pronto; quando percebi já estava no quinto conto! “- Caraca! Isso aqui é muito bom mêo!”. Dei um tempo, fui comer alguma coisa, adiantei algumas pautas e pimba! Voltei a leitura dos contos do Bravo.
No dia seguinte, resolvi ler o livro digital nos intervalos do meu serviço e “A Passagem”, à noite. Se sobrava um tempinho após editar uma matéria, lá estava eu ‘abrindo’ o texto em pdf.
Foi então que percebi que os tais contos do Bravo haviam conseguido quebrar várias regras em meu perfil de leitor. Primeira delas e a mais séria de todas: a ojeriza aos livros eletrônicos. Segunda: ler dois livros ao mesmo tempo. Terceira: ler um romance nos intervalos do meu trabalho.
Bem, já deu prá entender que gostei muito dos contos; alguns, realmente, incomodam, pois apesar de serem situações fantásticas, podem perfeitamente fazer parte do nosso cotidiano; quer dizer, eu ou você pode vir a enfrentar pesadelos e medos semelhantes aqueles vividos pelos personagens das histórias. A maioria delas podem ser consideradas terror de primeira, o que me deixa muito contente, pois afinal de contas, é mais um autor brazucão que está se aventurando com competência nesse gênero literário, cuja maioria dos escritores são gringos da terra do Tio Sam.
Os personagens dos contos de “Calafrios da Noite” pertencem ao mundo marginal. É o cara revoltado que foi demitido do emprego por ter agredido o patrão; o sujeito que foi traído pela mulher, perdendo a esposa para um verdadeiro lixo, uma escória da sociedade; o bêbado sem amor próprio que se mete numa enrascada; o profissional fracassado em sua área que quer dar a volta por cima, prejudicando outras pessoas, nem que seja a própria mãe e por aí vai. Por isso mesmo, a linguagem usada por esses personagens também é bem marginal.
Apesar desses personagens pertencerem ao submundo, eles possuem carisma e por isso mesmo, o leitor acaba se identificando com a maioria deles e até mesmo torcendo para que muitos acabem levando a melhor.
Bravo não perde tempo com aqueles preâmbulos enjoativos em suas histórias. Ele já parte direto para a ação e a ação no seu caso se chama terror e suspense. Dessa forma, o medo e a tensão já tomam conta da gente logo nas primeiras linhas.
A maioria dos contos são narrados em primeira pessoa, no formato de diário, com o próprio personagem contando o seu drama, o que contribui para aumentar ainda mais o grau de suspense.
Como já disse escrevi no início desse post, o conto que abre “Calafrios da Noite” se chama ‘Torniquete’ e posso garantir que é um ‘trucão peso pesado’. Prova disso é que a história conseguiu segurar, de cara, um certo sujeito que detesta ficar lendo ‘livros de computador’. A história de um homem que decide amputar a própria perna foi responsável por despertar em mim o interesse pelos outros contos. Pensei comigo: - “Bem, se os contos seguintes forem iguais a esse, valerá a pena ficar plantado aqui na frente do monitor rolando as tais páginas virtuais”. O trecho mais pesado da narrativa é o momento em que o personagem decide explicar em detalhes quais serão os cuidados imediatos que tomará após a amputação, visando amenizar as hemorragias e também as dores atrozes. Baldes de gelo, torniquetes, anestésico, vale tudo. O cara faz questão de descrever como agirá ‘tim-tim por tim-tim’. Arghhhh!!!
O que levou o pobre coitado a decidir pela amputação de sua perna? Porque ele mesmo decidiu se auto-mutilar? Bem... leia o conto, não estou afim de remomorar a leitura, sério. Ah! Antes que me esqueça. Segundo o autor, esse conto foi baseado numa história real.
Na sequencia, Bravo ataca de “Pague a sua conta”, onde um cara mau caráter chamado Jason após conquistar tudo o que queria na vida, acaba perdendo o gosto pelas suas conquistas e, então, através de um amigo fica sabendo de uma velha bruxa ou cigana – sei lá, o que sei é que a anciã é mais feia que a morte – que tem o poder de fazer os outros enxergarem a vida de uma outra maneira, bem mais zen, bem melhor. Após tomar uma poção oferecida pela velha bruxa, os seus olhos passarão a ver ‘coisas’ e imagens aterradoras, levando o infeliz as raias da loucura.
No terceiro conto, “Cavalo bravo”, um pai de família, no momento mais miserável de seus dias recebe uma proposta irrecusável de um estranho, um velhinho aparentemente inocente. O homem que está numa pendura total acaba aceitando a oferta e depois de pouco tempo, a sua vida muda totalmente. De simples funcionário assalariado, ele se transforma – da noite para o dia - num milionário. O que o sujeito não sabe é que o estranho voltará depois de muitos anos para cobrar a sua dívida, fazendo com que o  infeliz se arrependa amargamente de ter aceitado a proposta do velhinho maligno.
O que leva alguém a pular de um prédio de "Vinte Andares"? O passado? Futuro? E quem encontrará lá em cima? Deus? Diabo? Ele mesmo? Quem sabe encontre a paz... Essa é a temática de “Vinte andares”.

Há também a história do China; o maldito chinês gótico que entra num bar onde encontra um grupo de pinguços e acaba oferecendo algo que tem o poder de deixar os ‘paus d’águas’ bêbados  para sempre. Cara, você já imaginou o que pode acontecer quando alguém dorme e acorda bêbado continuamente sem que seu fígado apodreça? O final de “Posso fumar aqui” irá surpreender o leitor.
"O homem que falava palavrão" fala de algo que todos nós já vivenciamos... De repente, aquele seu amigo chato dos tempos de colegial que era um nada na escola, aparece no Facebook. Bonitão, rico; carreira de sucesso e pedindo para que você o adicione. Pronto!  O terror já começa a entrar em sua vida.
Cara! Impagável! Definitivamente impagável o conto “Violão de Johnny”, onde Bravo fala de um violão mal assombrado que toca sozinho todos os anos no dia do aniversário de morte de seu dono. Dois amigos mais do que drogados decidem desafiar o sobrenatural. Um deles cria coragem e decide tocar o instrumento. Mal sabe ele o que acontecerá com a sua vida.
Confesso que tive do conto “Kid-Caranguejo”, mas também dei boas risadas. A história assusta, mas também diverte. Um grupo de jovens, todos góticos, decidem invadir o cemitério de madrugada para invocar o espírito de um pistoleiro que jamais errava o alvo. Esta história do Bravo fez com que me lembrasse de um episódio da série “Além da Imaginação” que assisti nos anos 70 quando criança sobre o espírito de um índio. O pele vermelha chamado ‘Flecha Ligeira’, após ser invocado num centro espírita, saia disparando flechas naqueles que não acreditavam na vida após a morte. Cara, na época, me borrei de medo. “Kid-Caranguejo” lembra muito esse episódio da famosa série criada por Rod Serling.
O bobalhão Herman é o personagem principal de “Não há vagas”. Ele é feito de gato e sapato pela megera de sua mulher. Elaine se diverte humilhando o marido, só faltando fazer o infeliz lamber o chão que ela pisa. O que Elanie desconhece é que Herman tem um morador secreto em sua cabeça chamado Jack que começa a ditar ordens. Entonce num belo dia...
Em “Dor nas costas”, dois amigos hipocondríacos cismam que estão com implantes alienígenas pelo corpo. O final da dupla será assustador... muito assustador.
"Alguém a olhar por você"é uma homenagem a sociopatia. Conta uma manhã qualquer de um cara que está na fila errada, mas na hora certa. Um tipo caladão que não aguenta mais ver velhinhas doces com cabelo de algodão cortando a frente da fila. E quando uma dessas velhinhas, mas não tão amável quanto aparenta, corta a sua frente na fila. Hummmm!! O ‘forrobodó’  está armado.
"Danação"é um thriller psicológico onde um sujeito começa a ver os seus próprios fantasmas que representam as coisas erradas que fez na vida. Digamos que sejam os seus remorsos mais íntimos.
"Colheita obrigatória" é uma loucura ‘man’!! Um cara considerado uma escória em sua cidade, num certo dia sofre um surto de loucura e começa a ver os moradores como demônios. Resultado: Decide limpar a cidade desses ‘demônios’, torturando e matando todos eles.
Fechando “Calafrios da Noite” vem o "Lado oculto" que narra a história de um escritor fracassado que ao parar numa encruzilhada, em busca de carona, recebe uma visita inesperada que poderá mudar a sua vida. Quem é o visitante? Bom... leia o conto, é melhor.
È evidente que numa coletânea de histórias curtas nem todas conseguirão lhe agradar, mas isso é muito relativo, pois o bom para você pode ser ruim para mim. No meu caso, saboreei a maioria das histórias contadas pelo Bravo. Gostei muito, tanto é que escrevi esse post recomendando a obra para aqueles que são aficcionados do gênero terror.
Depois do Estevão Ribeiro, fico feliz em saber que temos mais uma jovem promessa desse gênero literário que consagrou Stephen King e tantas outras feras.
Fui!

O Símbolo Perdido

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“Não é de todo ruim”, “poderia ter sido melhor”, “Achei O Código da Vinci melhor” e por aí vai... Estes foram alguns comentários de leitores que vi nos blogs que visitei; blogs que opinavam sobre o livro “O Símbolo Perdido” de Dan Brown. Com relação ao ponto de vista dos blogueiros (as), também não observei muita diferença. A maioria escreveu que “gostou, mas não muito” do livro, enquanto outros colegas acharam a “história regular”. Foi difícil localizar alguns blogs que afirmassem com todas as letras que “O Símbolo Perdido” foi ótimo ou excelente.
Confesso que estas opiniões – a maioria delas em cima do muro, me desculpem a honestidade, já paguei caro por ‘ser assim, mas sou assim’ – me deixaram mais tranqüilos para escrever o penso da obra de Dan Brown. Cara, sei que os fãs do escritor correspondem a uma verdadeira legião que vem aumentando a cada dia no mundo e por isso criticar o que Brown escreve é complicado, pois as suas obras se tornaram ‘bíblias’  para grande parte dessa galera. Entendo que isso é um exagero, mas tudo bem, ‘cada um é cada um’ e temos de respeitar a individualidade dos seres humanos. Mas não escondo não, quando constatei que grande parte da galera tinha achado que “O Símbolo Perdido” estava mais para decepção do que para sucesso, fiquei bem mais tranqüilo para escrever sobre o assunto.
Mas vamos ao que interessa: o porque ou os porquês de não ter gostado dessa história de Brown. Achei a leitura arrastada, monótona, como se o leitor fosse obrigado a subir uma rampa enorme com um saco de pedras nas costas na esperança de encontrar no final da sua jornada o tão desejoso copo de água, mas ao chegar no topo, acaba descobrindo que o tal copo está vazio.
Quando comecei a ler a primeiras páginas do livro pensei comigo: - “Cara! Que massa! Essa história vai me fazer perder o fôlego”. E de fato, “O Símbolo Perdido” tinha todas as credenciais para isso, costumo dizer que Brown começou a tecer uma teia de aranha firme e sólida. Um argumento interessante envolvendo segredos da Franco-Maçonaria; o seqüestro misterioso de Peter Solomon, amigo pessoal de Robert Langdon; a construção inicial dos personagens, que à primeira vista davam a impressão de terem sido os melhores já criados pelo autor, principalmente, Khaterine, irmã de Solomon; a caçada inicial de Langdon em busca do amigo desaparecido; mas depois, com o passar das páginas, esse enredo que prometia uma história de suspense avassaladora, acabou perdendo força, se tornando inóspito. 
Depois de lidas um pouco mais de 200 páginas, ‘palavra’ que já havia perdido o tesão pela história. Monólogos que não levavam a nada, diálogos patéticos e uma encheção de lingüiça sem tamanho envolvendo noética, assuntos pseudo-filosóficos e o escambau a quatro. Para quem leu e detestou “O Segredo” de Rhonda Byrne – assim como eu detestei – aqui vai uma péssima notícia: da mesma forma que essa bomba literária de Byrne adotou a noética como pedra filosofal, “O Símbolo Perdido” também tem nessa disciplina - que estuda os fenômenos subjetivos da mente - grande parte de seu alicerce. Foi dureza agüentar as tais discussões sobre noética envolvendo os personagens Katherine e Langdon. PQP! Me esgotou a paciência!
Outro detalhe é a facilidade com que o leitor descobre, já no meio do livro, quem é o vilão envolvido no desaparecimento de Solomon. Brown dá pistas exageradas para essa descoberta. Matei a charada em pouquíssimo tempo. Figurinha fácil, fácil!
Lembro que em “Inferno”, Brown foi mestre em iludir o leitor, ou seja, muitas vezes o personagem que achávamos ser o ‘sangue ruim’ do enredo, na realidade era o ‘sangue bom’ e assim vice-versa. Já em “O Símbolo Perdido”, isso não ocorre, já que os personagens são bem caricatos.
Quanto ao final do livro me lembrou muito aqueles filmes de caça ao tesouro que passavam na Sessão da tarde. Tinha um do Nicolas Cage que eu não perdia por nada desse mundo: “A Lenda não sei de que”, não me lembro agora.
Enfim galera... é isso aí. Desculpem-me aqueles que gostaram e veneraram a obra de Brown, mas no meu caso, as lembranças não foram muito agradáveis. Ainda bem que “Inferno” conseguiu apagar essa grande decepção e provar que Brown ainda continua sendo capaz de criar histórias interessantes.
Aguardemos o próximo, que cá entre nós deverá demorar um poucão, afinal de contas, o sujeito ainda está colhendo os louros iniciais de seu sucesso com “Inferno”..

Os gibis da Ebal que marcaram a minha infância

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Insights, insgts e insights... Acho que eles já fazem parte da minha rotina de vida. Quantos posts desse blog foram ‘frutos’ de lembranças relâmpagos que de repente emergiram do meu subconsciente, fazendo com que me lembrasse de momentos especiais em minha vida.  Estes  insights acabaram se transformando em portas de entrada para um período feliz que vivi em minha infância e pré-adolescência. E agora, ‘pra variar’, eles trouxeram mais uma vez à minha memória, obras que havia lido em minha fase de leitor de calças curtas, quando ainda estava me iniciando no mundo mágico da leitura.
Anteontem, enquanto passava em frente a banca de jornais e revistas de minha cidade tive, novamente, um desses insights. Quando ‘bati’ os olhos naquele estabelecimento comercial que ao longo dos anos passou por tantas reformas, lembrei-me na mesma hora do saudoso ‘seo’ Luiz ou ‘Mariz’, como era popularmente conhecido.  
Meus pais – putz, que saudades da Toura... ainda bem que o Kid Tourão ficou desse lado, caso contrário, a saudade desse casal seria avassaladora, insuportável – tinham o hábito de me levar até a banca do Mariz para chupar um sorvete que era famoso na cidade. Acho que eu tinha 12 ou 13 anos naquela época e o que os meus velhos não sabiam era que o sorvete não passava de um pretexto para que eu pudesse passar um tempão folheando os gibis de heróis da Ebal que ficavam expostos nas prateleiras da banca. Heróis sim; pois era dessa maneira que eu os chamava, dispensando o ‘super’. – “Mãe, hoje à noite eu quero um sorvete esquimó lá do Mariz!”, dizia o ‘menino aqui’, quase grasnando. Mal sabia ela, que o seu filho, na realidade, queria aplicar o golpe já que o sorvete não passava de um pretexto para que ele – quer dizer, eu - pudesse viajar com as capas de Batman, X-Men, Homem-Aranha e O Judoka que era o meu preferido.
Você deve estar se perguntando porque eu não revelava a verdade para a “Toura”e o “Kid Tourão”, dizendo que, na realidade, o sorvete era o que menos interessava, já que o que eu queria, de fato, era ganhar alguns daqueles gibis fantásticos da Ebal. O menino, aqui, não podia fazer isso galera, porque a ‘mamy’ achava que histórias de gibis não acrescentavam nada ao conhecimento de um garoto da minha idade. Vale lembrar que naquela época, os quadrinhos eram considerados uma leitura do tipo marginal, não desfrutando o status que tem hoje. Dessa maneira, a Tourinha não fazia questão de juntar as suas últimas economias para comprar uma coleção de livros, enciclopédias e etc; mas gibis... bem, ela torcia o nariz. Então, certo dia, algo me surpreendeu. No finalzinho de uma das jovens tardes de verão dos anos 70, ela me olhou com aquele sorriso matreiro – Aii... que saudades, novamente... Putz, putz e putz!! Pôxa Toura, judia não pô, tô  com os olhos úmidos e a garganta ardendo tentando segurar a cachoeira que quer brotar dos meus olhos... – e disse, - “Ô ‘Zé do Pito’, vamos lá no ‘seo’ Luiz pegar alguns gibis?”. Pêra; agora pêra aí, porque as lágrimas estão cedendo espaço para as gargalhadas. Zé do Pito!! Ahahaha... Olha só o apelido que a Toura me batizou e com o aval do Kid Tourão! Quer saber a etimologia de ‘Zé do Pito’? Ah ta! Mas não conto mesmo!
Bem, retomando. Quando a minha mãe disse aquilo, pensei que ela tinha descoberto o meu golpe e estava a fim de dar uma bronca nesse otário, mas na realidade, ela estava falando sério. O seu coração de mãe percebeu a minha ansiedade cada vez que eu pegava uma daquelas obras primas nas mãos e então deve ter pensado e refletido: - “Ah que se dane! Gibi também é leitura!”.
E foi assim que os gibis da Ebal entraram em minha vida de leitor mirim fissurado. Acredito que apesar de nos dias atuais ter perdido o tesão pelas histórias em quadrinhos, acho que devo à elas o meu gosto pela leitura, pois foram aqueles ‘heróis’ maravilhosos que conseguiram me transformar num devorador de páginas. Só depois dos gibis vieram os livros e que são hoje, a minha verdadeira paixão.
Acredite que após passar em frente a banca de jornais e revistas e ter sofrido esse insight abençoado, eu quase não conseguia trabalhar direito porque ‘volta e meia’ lá estava eu recordando a ‘Banca do Mariz’, os quadrinhos do Batman, as capas do Homem Aranha; todas elas da Ebal. Caraca! As recordações eram tão gostosas, mas tão inebriantes que juro que fiquei com um baita medo de perder o interesse pelos meus livros e voltar a fase dos quadrinhos! Pensei comigo: - ‘Jesus! Vou ter que desfazer dos meus mais de 500 ou 600 livros (rs)!!  
Sei lá, não dá prá definir a alegria que senti. Se tinha os livros como parte da minha vida, agora, os quadrinhos também estão querendo recomeçar a fuçar por ali. Putz! Que insight danado!
Então, tive a idéia de prestar uma homenagem para os quadrinhos da minha época e “quadrinhos da minha época” é sinônimo de Ebal.
Hoje quando entramos nas bancas ultra-modernas, sejam elas físicas ou virtuais, a primeira ‘coisa’ que vemos é aquele festival de gibis com capas também ultra-modernas. Estas capas nos mostram um Homem Aranha com roupa negra ao invés da vermelha, um Batman com um exo-esqueleto todo preto a prova de balas no lugar do velho e tradicional poliéster cinza ou então um Superman cabeludo e com uma capa roxa tendo um caso com a Mulher Maravilha. Isso mesmo! Um caso com a Mulher Maravilha! Ohohohoh!!!
O que muitas pessoas esquecem ou desprezam, não sei ao certo, é que a pedra angular que deu início a enxurrada de publicações dos super-heróis da Marvel e DC Comics aqui no Brasil foi a Ebal. ‘Man’! Se não fosse essa saudosa editora, talvez, jamais o nosso país tivesse vivido o chamado ‘boom dos quadrinhos’. Foi a Ebal que preparou o terreno para que a Marvel e a DC aterrissassem definitivamente em terras tupiniquins e montassem os seus acampamentos de maneira definitiva.
Os grandes personagens dos comics books que estavam bombando na terra do Tio Sam só chegaram ao Brasil graças a primeira revista em quadrinhos da Ebal chamada “O Herói” e lançada por aqui em meados da década de 50.  Assim, os brasileiros podiam se esbaldar com personagens marcantes como The Flash, Superman e Batman que deixaram de ser um privilégio exclusivo dos americanos. Alguns anos depois, o homem de aço e o morcego ganhariam as suas ‘revistas solo’ pela Ebal e repetiriam no Brasil, o mesmo sucesso alcançado lá fora.
Cara! A Ebal era foda! Desculpa aí o palavrão, escapou... mas prá ser sincero, esse termo cai como uma luva, porque para a editora brazuca não tinha tempo ruim não. Todos os heróis que hoje pertencem a Marvel e DC Comics passaram pela ‘dita cuja’. Ela publicou histórias do Homem Aranha, Batman, Superman, Superboy, X-Men, Thor, Flash, Namor, Hulk, Mulher Maravilha... Ufa!! Deixa tomar um fôlego aqui... pronto! Prosseguindo: Homem de Ferro, Capitão América, Shazam... Cara, vou parar por aqui....
Todos esses gibis encantaram várias gerações de leitores, incluindo a minha. Histórias e ilustrações que fizeram a alegria de muitos ‘calças curtas’ do meu tempo, hoje adultos bem casados ou bem realizados e ávidos leitores de obras literárias. Mas não podemos esquecer que tudo começou com os quadrinhos da Ebal.
A Ebal que na realidade se chamava Editora Brasil-América foi uma das mais importantes editoras de histórias em quadrinhos no Brasil. Fundada em 18 de maio de 1945 por Adolfo Aizen, considerado o "Pai das Histórias em Quadrinhos do Brasil", foi de extrema importância por difundir o gênero no país. Em seu período áureo, a editora era dirigida, também, por Paulo Adolfo Aizen e Naumin Aizen, ambos filhos de Adolfo Aizen, bem como pelo jornalista Fernando Albagli.
Durante suas primeiras quatro décadas a Ebal foi uma forte influência em várias gerações de editores, artistas e leitores, contribuindo decisivamente para a estabilização das histórias em quadrinhos no Brasil.
Atualmente fala-se muito do impacto das revistas em quadrinhos como uma forma de expressão artística importante no mundo atual. Mas nem sempre foi assim, já que nas décadas de 50 e 60 as críticas e os ataques por parte de setores conservadores e clericais da sociedade eram constantes, propagando que o gênero era prejudicial aos jovens.
Mas Adolfo Aizen defendeu de forma ferrenha os quadrinhos em inúmeras entrevistas, artigos e campanhas, afirmando que as revistas, na realidade, estimulavam o hábito de ler, sendo de uma importância ímpar na educação.
Por isso mesmo, a  trajetória da Ebal  chega a se confundir com a luta da imprensa brasileira contra a ditadura.
A editora de Adolfo Aizen também conseguiu atingir um marco histórico: idealizar um herói inteiramente brasileiro para competir com as feras da Marcel e DC. Estou me referindo ao “O Judoka”, que como disse no início do post era o meu preferido. As histórias em quadrinhos do Judoka eram criadas por Pedro Anisio e Eduardo Baron e contavam a saga de Carlos da Silva um jovem, que salva um senhor de ser atropelado por um caminhão e logo descobre que esse homem é o mestre em judôMinamoto, que em agradecimento decide lhe ensinar as técnicas do combate, Carlos, então, se torna oJudoka. Aqui, cabe um lembrete:  com o tempo, Lúcia,  a namorada do herói também passaria a treinar Judô e lutar a seu lado.
A Ebal encerraria suas atividades em 1995, ou seja, 50 anos após a sua fundação em 18 de maio de 1945. No início dos anos 80, a editora já sofreria um baque com a debandada dos heróis da Marvel para outras editoras devido a problemas contratuais. Depois disso viria o golpe fatal quando a editora deixaria de publicar a série dedicada ao Superman. Com a saída dos heróis da Marcel e DC, a Editora Brasil-América estaria fadada  ao fechamento.
Cara, pensando bem, fui um sujeito de sorte, pois pude ler e pegar em minhas mãos os gibis da Ebal. Mais do que isso, tive a oportunidade de viver o período de ouro dos quadrinhos aqui na terrinha.,
Vale a pena recordar, também, nesse post a relação completa dos títulos publicados pela editora ao longo dos seus 50 anos de história, segundo fonte do Guia Ebal. Vamos lá, remorando...
01 – Aí Mocinho
Conteúdo: Bem Bowie e os pioneiros, 7ª série, 9ª série, Gavião Negro, Bonanza,  Almanaques, A Maior, Superduplas, extras
02 – Album de Buck Jones
03 – Album do Fantasma
04 – Album Gigante
Conteúdo: 2ª série, Thor, extras
05 – A Melhor
Conteúdo: Caçadores de Extrelas
06 – Aquaman
07 – Batman
Conteúdo: 1ª série, 3ª série, 4ª série, bi 1ª série, especial em cores, formatinho, extras
08 – Bonita
Conteúdo: Supermoça Especial em Côres
09 – Capitão Z
Conteúdo: Capitão América em Côres
Homem de Ferro e Capitão
América
10 – Coleção Nostalgia
Conteúdo: Tim e Tok
11 – Cinemin
Conteúdo: 6ª série, Extras
12 - Coleção Clássicos das Histórias em Quadrinhos
13 – Coleção Histórias em Quadrinhos
14 – O Demolidor
Conteúdo: 1ª Série
15 – Dimensão K
Conteúdo: Flash
16 – Edição Maravilhosa
Conteúdo: 1ª Série, Série Mini Heróis, Extras
17 – Edição Monumental
Cinco por Infinitus
18 – Elektron
19 – Episódios da História Brasileira
20 – Epopéia
Conteúdo: Epopéia-Tri, extras e especiais
21 – Estréia
Conteúdo: Discos Voadores, Monstro do Pântano, Ficção Científica, extras e especiais
22 – Fantomas
23 – Hiper
Conteúdo: Jornada nas Estrelas
24- Invictus
Conteúdo: Flash, Arqueiro e Lanterna Verde; O Guerreiro; Superman e Batman; Superman e Batman em Côres, Almanaques, extras
25 – James Bond 007
26 – Judô Master
Conteúdo: O Judoka
27 – Kung-Fu
Conteúdo: 1ª Série
28 – Lançamento
Conteúdo: A Legião dos Super-Heróis, Origem dos Super-Heróis, Galax, Mulher Maravilha, Kamandi, extras
29 – Minha Revistinha
Conteúdo: Hércules libertado, extras e especiais
30 – Misterinho
Conteúdo: Especial em cores, extras e especiais
31 – Os Biônicos
32 – Os Clássicos da Década
33 – Os Grandes Álbuns em Quadrinhos
34 – O Herói
Conteúdo: Turma Titã, Solar, Sargento Rock, Tor, extras e almanaques
35 – O Homem Aranha
Conteúdo: 1ª Série, especial em cores, almanaques
36 – O Juvenil Mensal
Conteúdo: Tomahawk, extras e especiais
37 – O Poderoso
Conteúdo: Gunsmoke 1ª Série, especial em cores
38 – Pequenina
Conteúdo: O Homem Borracha
39 – Personagens do Oeste
40 – Príncipe Valente
41 – Quadrinhos
Conteúdo: Os Justiceiros, Os Justiceiros em cores, Mulher Maravilha, O Sombra, Tim Relâmpago, Jaspion, almanaques
42 – Reis do Faroeste
Conteúdo: Black Diamond, Cheyenne, Jonah Hex
43 – Série Sagrada
Conteúdo: 1ª série
44 – Star Álbum
Conteúdo: Supermoça, Terror em Combate
45 – Superamigos
Conteúdo: 3ª Série, almanaques
46 – Superboy
Conteúdo: 1ª Série, Superboy-Bi, especial em cores, extras e especiais, almanaques
47 – Super-Heróius
Conteúdo: Shazam especial em cores, Shazam formatinho, extras e especiais, almanaques
48 – Superior
Conteúdo: extras
49 – Superman
Conteúdo: 1ª, 2ª, 3ª e 4ª série; Superman-Bi; especial em cores; formatinho, extras e especiais, almanaques
50 – Super X
Conteúdo: Namor e Hulk, almanaques
51 – Tarzan
Conteúdo: 3ª Série, 1ª Série-Bi, 1ª Série em cores, 2ª Série em cores, 2ª Série em Cores-Bi, formatinho em cores, 12ª Série, almanaques, extra
52 – Um Homem, Uma Aventura
53 – Zorro
Conteúdo: 3ª Série, especial em cores, extras e especiais
54 – Edições Extras e Especiais
Conteúdo: Agente Secreto X-9, Brick Bradford, Korsar, Wolf, Zephyd, Holandeses no Brasil

“O Judoka”: O herói brazuca dos quadrinhos que deixou saudades

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Com certeza, o Afrânio que é um baita de um gozador e ávido acompanhante do blog ao terminar de ler esse post irá gritar na minha orelha com o seu inconfundível sotaque gaúcho: - “Ahahaha!! Virou a casaca heinn?! Deixou os livros de lado e adotou os quadrinhos! Não falei que tu não agüentava!”.
Este grande amigo meu é fissurado em quadrinhos da Marvel. O cara tem um verdadeiro arsenal de almanaques e gibis espalhados em sua casa. O Afrânio vive tentando mudar o meu gosto e fazer com que volte a ser um leitor desesperadamente devorador de quadrinhos. Quando respondo que essa minha fase já passou e que hoje leio apenas alguma coisa da Marvel ou DC esporadicamente, ele me ataca com todos os golpes baixos possíveis e inimagináveis. Coisa do tipo: “Ta vendo Tiê! Ta cuspindo no prato que comeu. Era louco por quadrinhos – ele abomina a palavra gibi; sempre me olha torto, mordendo o canto da boca quando pronuncio tal palavra – e agora ó fala mal!” Até eu explicar para o Afrânio que gato não é lebre, demora. Lá vai eu esclarecer que não é bem assim... que ainda gosto de ler alguma coisa do gênero, mas hoje, prefiro os livros.
O motivo para que eu quebre, novamente, a regra básica do blog que é postar somente assuntos relacionados à livros é que um personagem dos ‘gibis’ (olha o Afrânio bravo aí!) foi um dos meus heróis preferidos. O sujeito não tinha super-poderes e nem fazia o tipo saradão, ao contrário, ele era até bem franzino, mas bom de briga. Caceteava até os inimigos que davam dois deles. Verdade! Estou me referindo à Carlos da Silva. Queeemmm????? Caraca! Quem é  esse peão aí?! Calma gente; falando dessa maneira, você pensará que se trata de qualquer Carlão da vida. Não, nada disso. O alter-ego do Carlos da Silva era o Judoka: o cara’, ‘a lenda’, ‘ o brazucão dos quadrinhos’. Ele mesmo!
O gibi “O Judoka” foi publicado entre 1969 e 1973 pela editora Ebal e inicialmente quem estrelava os quadrinhos não era Carlos da Silva, mas um tal “Mestre Judoca”, personagem desenvolvido pela Charlton Comics (atualmente DC Comics), porém a revista original não emplacou e acabou sendo cancelada nos Estados Unidos logo na sexta edição. Ocorre que os responsáveis pela Ebal foram com a cara do Mestre Judoca e acreditavam que as histórias do herói da terra do Tio Sam poderiam continuar emplacando por aqui, tanto é que, apesar dos quadrinhos terem sido um fracasso nos states, no Brasil, eles faziam sucesso.
Dessa forma, a Ebal resolveu dar sequência nas aventuras do “Judomaster” ou “Mestre Judoca”, mas por questões contratuais, foi obrigada a criar uma versão brasileira do herói. Pronto! Nascia assim, o nosso Judoka com histórias escritas por Pedro Anísio e a arte desenvolvida pelo jovem desenhista Eduardo Baron. Tanto Anísio quanto Baron que eram grandes amigos dos donos da Ebal não se recusaram em atender o pedido da alta cúpula da editora.

Em outubro de 1969 chegaria as bancas o número 7 da revista “O Judoka”, marcando a estréia do personagem genuinamente brazuca.
A primeira medida adotada por Baron foi modificar o uniforme do do sujeito. Enquanto, o “Mestre Judoca” da Comics usava máscara e roupas vermelhas com detalhes amarelos, o Judoka brasileiro passou a utilizar uma máscara verde e um quimono sobre um collant, também verde, com um losango amarelo no peito. O uniforme era uma representação, a grosso modo da bandeira brasileira.
Carlos da Silva era um jovem estudante que tinha como mestre de Judô e Karatê,  Shiram Minamoto, o qual havia salvo de um atropelamento. Como gratidão, o velho mestre decidiu  ensinar ao jovem todas as técnicas e segredos das artes marciais. Carlos acabou se transformando no “Judoka” e com o tempo, Lúcia - namorada do herói - também passaria a treinar Judô e lutar a seu lado.
O nosso herói brazucão, apesar de não ter super-poderes, era fodástico (caraca como estou usando esse termo ultimamente, desculpem aí os mais .... digamos recatados). Dono da faixa preta e ocupando o último Dan, o sujeito era duro na queda. Quando o nosso Carlão colocava aquele uniforme esquisito e saia pelas noites cariocas (o personagem havia nascido e vivido no Rio de Janeiro) descendo o sarrafo em criminosos perigosos, sem dúvida, muitos leitores iam ao deleite.
Os gibis “O Judoka” publicados pela Ebal, incluindo os seis números da Charlton Comics tiveram 52 edições, sendo que o último número foi lançado em julho de 1973.
Os quadrinhos fizeram tanto sucesso no Brasil que acabaram levando o personagem mascarado para as telas do cinema em 1972. No blog Mania de Gibi, vocês irão encontrar curiosidades bem interessantes sobre o filme que foi triturado pela crítica da época. Coube a Pedrinho Aguinaga interpretar Carlos da Silva e seu alter ego o Judoka e à atriz Elizangela, viver a namorada do herói, Lúcia.
Cena do filme de 1972 "O Judoka" com Pedrinho Aguinaga
Lembro-me do filme bem vagamente, pois tinha apenas 12 anos quando foi lançado nos cinemas, mas me recordo de Aguinaga em algumas cenas. Pelo que eu vi nas redes sociais, a sua interpretação foi risível. Apesar de ser considerado no início dos anos 70, o homem mais bonito do Brasil, Aguinaga não tinha nenhuma experiência como ator, a não ser num comercial de uma marca de cigarro que tinha o slogan: “O fino que satisfaz”.
Mas vamos esquecer que o filme com o “fino que satisfaz” (rs) foi um fracasso retumbante, o que importa, de fato, é que os gibis do Judoka fizeram tanto sucesso nos anos 70 que se tornaram antológicos.
Putz que emoção! Gibizaço que fgez história! E ainda por cima de um herói brasileiro! Fica bravo não Afrânio; deixa o seu amigo extravassar. Lá vai: G-I-B-I-Z-A-Ç-O!!
Inté galera...’

O Silêncio dos Inocentes

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Me responde uma coisinha. Você se lembra qual foi o livro considerado a pedra filosofal de sua estante ou biblioteca? Aquele que representou o começo de tudo, tal como o Gênesis na Bíblia? Pensou? E aí? Estou fazendo essa pergunta porque dou uma importância enorme ao livro que é considerado o abre-alas da minha estante. Afinal de contas, ele foi o responsável pela criação de ‘uma tal’ amada sala de leitura que é o espaço mais adorado da casa desse blogueiro.
Quando comprei “O Silêncio dos Inocentes”, há mais de uma década e meia, creio que em 1998, já tinha assistido e adorado o filme de Jonathan Demme. Gostei tanto da produção cinematográfica que fiquei curioso para saber se havia muita diferença entre as histórias das telas e das páginas. Para matar essa curiosidade comprei correndo o livro de Thomas Harris, mas com a quase certeza de que jamais iria superar a adaptação dirigida por Demme. Bem, emprestando um jargão popular do Kid Tourão, posso dizer que “cai do cavalo” porque, no final, acabei achando o livro bem melhor do que o filme.
A obra de Harris é profunda, completa em todos os detalhes. A origem, os vícios, virtudes, medos, conflitos, maldades e insegurança dos personagens são explorados à exaustão pelo autor.
É evidente que a galera sabe que ler é diferente de assistir uma história. Os livros nos dão um panorama amplo da história e de seus personagens, dissecando-os ao máximo, afinal de contas, as editoras não impõem um limite de páginas a serem escritas por autores conhecidos. A orientação dada pelos executivos editoriais deve ser mais ou menos essa: “Meu filho coloque no papel tudo o que quiser, desde que venda muito; muito mesmo”. Portanto, é dada aos autores a oportunidade de explorar um amplo horizonte e da maneira que ele quiser. Já a sétima arte, restringe, tolhe, corta e poda a história. O pobre do diretor ou roteirista de uma película tem que espremer em uma hora e meia ou duas que seja, uma história de 500, 800 ou até mil páginas!
É claro que a saga de Lecter nos livros e também nos cinemas não foge desse contexto. Harris teve toda a liberdade do mundo para “brincar” com o seu enredo e personagens, enquanto Demme deve ter suado sangue para resumir uma história tão detalhista e bem escrita por Harris. Vale lembrar que Demme, além de diretor também adaptou o roteiro juntamente com Ted Tally.
Em “O Silêncio dos Inocentes” é possível perceber o quanto a história foi enxugada para caber em quase 120 minutos de película; 118 para ser exato. Cara, muita coisa boa ficou de fora! Vejam bem, não estou cometendo a heresia de criticar o filme, só estou dizendo escrevendo que o livro é melhor; simples assim. E porque é melhor? Porque é mais completo, completo ao extremo. A obra de Harris conta com personagens muito emblemáticos e que precisam ter as suas origens vasculhadas, fuçadas, enfim, reviradas de ponta de cabeça, para que os leitores possam curtir ao máximo o enredo no qual eles estão inseridos. E isso não acontece no filme, ou se acontece, ocorre de modo muito superficial.
Quer um exemplo? Ok, vamos lá. Búffalo Bill. O psicopata assassino de jovens mulheres que é caçado pelo FBI com a ajuda do Dr. Lecter tem o seu perfil praticamente desprezado no filme. Já no livro, tanto Búffalo Bill quanto os outros personagens tem as suas vidas passada e presente muito bem exploradas. Na obra literária de Harris podemos ver um relato completo de como Búffalo Bill acabou se tornando um perigoso serial killer. O autor invade a intimidade do assassino, mostrando todos os seus “podres”, o que já não acontece no filme.
As personagens agente Starling; senadora Ruth Martin; a sua filha Catherine Martin e o agente especial, Jack Crawford, também tem as suas vidas expostas pelo autor, fazendo com que o leitor se familiarize com os personagens, conhecendo suas origens, jeitos e trejeitos. No livro, temos um perfil psicológico de Catherine e de sua mãe Ruth; conhecemos um segredo familiar de Crawford envolvendo a sua esposa; passamos a ter contato com a infância e adolescência detalhada de Clarice. São detalhes importantes que foram abordados apenas superficialmente no filme, deixando esses coadjuvantes de luxo meio que sem sal e açúcar.
Costumo dizer aos meus amigos que se eles quiserem conhecer à fundo todos os personagens – sejam eles principais ou secundários – do filme “O Silencio dos Inocentes”, simplesmente leia o livro; fácil assim. A exceção fica com Hannibal Lecter que tem muito pouco ou quase nada de seu passado explicado tanto no livro quanto no filme. Por ser o segundo livro de uma trilogia (naquela época, Harris pretendia escrever somente três livros), “O Silencio dos Inocentes” omite essas informações, sendo que o autor deixou para relatar alguns detalhes sobre a juventude do personagem no livro “Dragão Vermelho”, o primeiro da saga.
Autor Thomas Harris
Para aqueles que desconhecem o enredo de “O Silencio dos Inocentes” – o que acho quase impossível, já que de cada 10 pessoas, pelo menos, mais da metade assistiram ou leram a história – Harris escreve sobre cinco mulheres que são brutalmente assassinadas em diferentes localidades dos Estados Unidos. A situação se complica quando o serial killer conhecido por Búffalo Bill, seqüestra a filha de uma influente senadora do Estado do Tennessee. Para chegar até o sanguinário assassino, uma jovem treinada pelo FBI, Clarice Starling recebe a missão de entrevistar o Dr. Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra que no passado tinha o hábito de matar e comer alguns de seus pacientes, digamos que aqueles que não apresentassem uma evolução clinica satisfatória ao seu tratamento. Lecter concorda em traçar um perfil psicológico de Buffalo Bill, desde que Clarice também concorde em passar por uma espécie de consulta psiquiátrica com ele, revelando detalhes de sua infância. Desta maneira, a agente do FBI terá que lidar com um serial killer para poder prender o outro. Ao seguir as pistas apontadas por Lecter, a jovem se vê envolvida numa teia mortífera e surpreendente .
O livro “O Silêncio dos Inocentes” conta com uma das passagens mais arrepiantes e tensas do chamado thriller policial. Preste atenção no momento que Clarice vai se encontrar com o Dr. Lecter pela primeira vez num hospital para criminosos mentais. Quando ela começa a descer as escadarias de um corredor lúgubre que dá acesso à cela do psiquiatra canibal, com o diretor do manicômio ao seu lado, contando as escabrosidades cometidas por Lecter no passado... Brrrrrrr...... Se quiser saber detalhes dessa passagem do livro confira aqui.
Enfim, “O Silêncio dos Inocentes” é um livro para o leitor se aprofundar nos personagens, conhecê-los por completo, não deixando nada pela metade. E venhamos e convenhamos, quando isso ocorre, ou seja, quando você se familiariza com os personagens de determinado livro, conhecendo as suas fraquezas, virtudes e medos, o enredo fica bem mais atrativo. E Harris é mestre nisso.



Hannibal

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Duas horas e 40 minutos!!! E da madruga!! Meu amigo, confesso que não sei se terei condições físicas, psicológicas e neuronais... Pera aí... neuronais??? Putz, ta vendo só, como já não estou concatenando os pensamentos de maneira, pelo menos, satisfatória. Afinal, o que vem a ser neuronais? Melhor deixar pra lá. Este é o horário exato, no qual acabei de concluir uma reportagem sobre algo que detesto, mas sou obrigado a fazer por força da minha profissão: entrevistar uma classe de .... de.... Cê sabe né... aqueles caras que vivem prometendo, prometendo e... . Para vai! Deixe-me ficar ‘caladinho da Silva” para não levar bronca no meu serviço depois. Tá vendo só o que o sono e o cansaço fazem com a gente? Se descuidarmos, acabam soltando a língua, a boca, as bochechas, os dentes! Emfim, tudo! Você confessa o que deve e também o que não deve; por isso, vou me restringir apenas ao assunto do post que é o livro “Hannibal”, de Thomas Harris.
Decidi sair no tapa com Morfeu pela madrugada afora, porque já deveria ter publicado esse post há alguns dias, como havia prometido no ‘Face” do Livros e Opinião. Então, mesmo com os ‘faróis’ baixos, vamos ao que interessa e desde já me desculpe por alguns erros que certamente deverão ‘brotar’ no texto. Culpa de Morfeu.
Gente, já vou dizendo escrevendo logo de cara: “Hannibal” é o pior livro da saga do Dr. Lecter. Não se iludam, este livro - considerado pela ordem cronológica, o último da série – não chega aos pés dos outros três (“Hannibal, A Origem do Mal”, “Dragão Vermelho” e “O Silêncio dos Inocentes”).  Mas vejam bem, nem por isso, eu vou ficar malhando a obra de Harris, porque ela tem algumas qualidades; bem poucas, mas tem.  O problema é que essas virtudes acabam sendo engolidas pelos defeitos que são ‘exageradamente muitos’. E o maior deles é a liberdade de Hannibal Lecter. Mêo, o Lecter  preso é um cara, aliás é “o cara”; já o Lecter solto, fica totalmente descaracterizado. Mas aí você pode me encarar e dizer: “Em Hannibal – A Origem do Mal”, o Lecter também está solto”. Acontece que as situações são bem distintas. No livro mais recente de Harris, ele relata a origem do personagem, ou seja, sua infância, juventude e mocidade. Revela também os motivos que levaram uma criança inocente a se transformar num dos mais temidos serial-killers da literatura policial. Portanto, não há como comparar as duas obras.
Bem, retomando, à partir do momento que o autor retirou o psiquiatra canibal de trás das grades, evaporou-se aquela aura mística de perigo, suspense e até mesmo terror da história. Em “Dragão Vermelho” e “O Silencio dos Inocentes”, para que policiais, médicos, agentes e outras pessoasas pudessem se aproximar de Lecter, tinham de seguir todo um ritual. Mesmo atrás das grades, ele era perigoso, pois podia matar uma pessoa utilizando apenas as palavras que saiam de sua boca, como fez com um vizinho de cela que desrespeitou a agente Starling em “O Silencio dos Inocentes”. Após o ocorrido, Lecter cochichou algumas coisinhas no ouvido do infeliz, induzindo-o ao suicídio.
Lecter era um perigoso predador que não podia ficar solto de maneira nenhuma, pois apesar de imobilizado com uma camisa de força e usando a sua emblemática focinheira exalava um clima do mais puro terror. Reportando, mais uma vez, ao livro “O Silencio dos Inocentes”, será que o leitor se lembra do que o psiquiatra canibal fez com uma enfermeira do manicômio onde estava preso? Para aqueles que não se recordam, basta dizer que ele, simplesmente, devorou parte do rosto da vítima que se abaixou para colocar alguns elétrodos em seu peito para fazer um eletrocardiograma, creio eu. E olha que Lecter estava bem amarradinho na maca, mas sem a focinheira.
Outro momento tenso do livro diz respeito ao primeiro encontro entre Starling e Lecter. Quando a agente do FBI entra num corredor lúgubre e mal iluminado com várias portas de aço sendo fechadas às suas costas e depois caminha tensa e insegura até a cela onde está o psicopata... caraca!! É de gelar o sangue!
É claro que não vou contar o final de “O Silencio dos Inocentes”, pois seria um grande ‘calhorda sonolento’ - Ehehehe... gostaram do ‘sonolento’? – mas o fechamento do enredo idealizado por Harris, foi fantástico, pois manteve aquela aura de suspense. Em minha opinião, não haveria a necessidade de mais um livro. A saga foi concluída com chave de ouro na obra anterior, mas então chega a massacrante indústria cinematográfica hollywoodiana ‘intimando’ a criação de um novo roteiro, uma nova sequencia para o personagem e lá vai o autor – seduzido pelos milhares de dólares a mais – inventar uma continuação meia boca e toda esfarrapada. Resultado: tanto livro quanto filme foram considerados grandes decepções, sendo malhados pela crítica e público.
Outra falha de “Hannibal” foram os personagens caricatos. No livro quem é bom é bom e quem é mau é mau ao extremo e ponto final. E pasmem! Os vilões são tão caricatos que conseguem, por sua vez, transformar Lecter em uma alma caridosa. O vilão principal do livro: Mason Verger é uma piada. O cara é tão desequilibrado que chega a beber lágrimas de crianças! Pô Harris! Menos né?! Gente, não tem como não torcer pelo Dr. Lecter na história.
Bem, o que sobra de bom no livro? Clarice Starling. O leitor irá conhecer novos detalhes da vida da agente do FBI, ou seja, em que ela se transformou após sete anos, que é a passagem de tempo entre “O Silêncio dos Inocentes” e “Hannibal”. Garanto que Starling mudou demais as suas convicções sobre o FBI.
Galera, palavra de honra que nem Lecter e nem Verger atraíram minha atenção no romance; esse papel coube à agente Starling.
Ah! Já ia me esquecendo do final do livro. Éca, éca, éca, éca e novamente éca!! E mil vezes novamente éca! Nojento e impressionante. Quando o Dr. Lecter decide abrir a.... Ehehhe... achou que eu ia contar? No e no, porque apesar de não ter gostado do livro, a minha opinião não pode ser considerada um supra-sumo, já que pelo que vi em algumas redes sócias, há um pessoal que idolatra o livro. Assim, seguramente, muitos irão ler a obra e estragar o final nojento seria uma calhordice desse ‘calhorda sonolento”.
“Hannibal” começa onde termina “O Silencio dos Inocentes”, com Hannibal Lecter foragido em um paraíso tropical que descobrimos ser o Brasil, terra de grandes cirurgiões plásticos. Com novo visual, ele distribui charme e cultura em Florença, onde passa a se dedicar a pesquisas históricas. No entanto, para conseguir um cargo importante, o psicopata  elimina a dentadas o antigo pesquisador. Mas o FBI não desistiu de pôr as mãos no Dr. Lecter e usa a agente Clarice Starling para atrair o canibal. O perigo maior para Lecter, porém, não são os agentes. Totalmente desfigurado, mas com muito dinheiro em caixa, Mason Verger, uma vítima de Lecter que conseguiu sobreviver, investe em uma mórbida vingança.
É isso aí galera! Quem quiser, fique à vontade para ler. Talvez, ao contrário do ‘menino’ aqui, vocês acabem gostando da história.
Dios! Consegui chegar ao fim do post! O café da Lulu até que conseguiu assustar um pouquinho o tal Morfeu.
Quem sabe, antes de encarar esses lençóis deliciosos e esta cama que me seduz, eu ainda leia mais um conto da nova coletânea do César Bravo, “Contos Além da Carne”. Este é para ler em doses homeopáticas; digamos que eles sejam... bem insanos, como diz o próprio autor. Brevemente escreverei sobre eles.
Inté galera!

Cinco livros de autores famosos que serão lançados até o final de 2013

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Sei que já escrevi um post sobre esse mesmo assunto (aqui), ou seja, lançamentos literários que brevemente estarão ‘bombando’ nas livrarias de todo o país. Sabe, aqueles livros que tem o poder de fazer com que você gaste o seu último e adorado vintém, mesmo que depois fique sem o dinheiro do lanche. Ehehehe... trágico eu né. Mas não se assuste, porque para nós leitores inveterados, a realidade não foge muito disso.
Bem galera, acontece que decidi escrever um post quase que semelhante ao anterior, mas agora com apenas cinco obras que estão sendo aguardadas ansiosamente para esse final de ano. E você sabe né, que livros, quero dizer bons livros, não são lançados com tanta freqüência; geralmente o que vemos nas estantes das livrarias são aquelas merrecas de autores desconhecidos que conseguem espaço nas grandes editoras “por só Deus sabe como”. Mas cá entre nós, livros especiais tem o hábito de demorar um pouquinho para dar as caras, assim, quando decidem aparecer, temos mais é que divulgá-los, divulgá-los e divulgá-los.
E aí? Preparados? Então vamos à messe! Selecionei cinco obras que estarão chegando brevemente nas livrarias tupiniquins, deixando todos nós leitores, tensos de expectativas. Vamos á elas.
01 – Bridget Jones: Louca pelo Garoto (Helen Fielding)
Não há como não se apaixonar por essa querida e amada solteirona. Bridget Jones é o máximo cara! Quem leu os dois primeiros livros da personagem que, inclusive, foram adaptados para o cinema, sabe do que estou falando. Jones é uma das personagens “tipo Best-Seller” mais carismáticas que já surgiram nos últimos tempos.
Para que você tenha uma idéia do quanto a personagem agradou, tanto leitores quanto críticos, basta dizer que os dois primeiros livros da escritora Helen Fielding (“O Diário de Briget Jones”, lançado em 1996 e “Bridget Jones: No Limite da Razão”, que veio três anos depois) venderam 15 milhões de cópias. As adaptações cinematográficas também não ficaram atrás, juntos, os dois filmes, arrecadaram em todo o mundo 543 milhões de dólares.
Gente, com todos esses números e recordes não há como negar que a expectativa dos leitores com relação ao lançamento de “Bridget Jones: Louca pelo Garoto” é ‘enormemente enorme”.
Para os curiosos, adianto que nesse livro, Jones ficará viúva! Ah... me xinga não, vai. Isto que eu disse deixou de ser spoiller há muito tempo, já que a revelação partiu da própria autora do romance numa entrevista. E acredite, quando os fãs da personagem souberam dessa bomba ficaram arrasados que chegaram a fazer vários manifestos, manifestações e o escambau a quatro nas redes sociais. Eles não aceitaram de maneira alguma a decisão da autora Helen Fielding em matar Mark Darcy, considerado a grande paixão de Bridget Jones. Fazer o que né?
Previsão de lançamento: 31 de outubro de 2013
Editora: Companhia das Letras
02 – Novembro de 63 (Stephen King)
Cara, já escrevi tanto sobre “11/22/63” que no Brasil será lançado como “Novembro de 63” que o assunto já está praticamente esgotado. Quem quiser saber algumas ‘cositas’ sobre o novo livro do mestre do terror e suspense basta acessar aqui, aqui, aqui e aqui.
O que eu tenho a dizer como novidade – sem  me tornar um chato repetitivo - é que A Suma de Letras promete lançar o livro de Stephen King no Brasil em 25 de outubro. Acredito que, ao confirmar a data,  a editora perdeu uma grande oportunidade para explorar melhor o marketing do produto. Sei lá, em minha humilde opinião, os resultados seriam bem melhores se o livro fosse lançado na data da morte do presidente Kennedy, ou seja, 22 de novembro. Daria para fazer um super marketing viral. Daqueles de arrebentar a boca do balão. Caraca! Não acredito que os executivos do setor de planejamento da Suma perderam essa oportunidade. Acorda Brasil. Zzzzzzzzzzzz.
Agora vou escrever sobre um negócio muito chato e frustrante sobre o livro: o preço. Galera, podem preparar os bolsos e juntar as suas últimas economias, por que o valor da obra é assustador – bem ao estilo das histórias de King. E aí preparado? Está sentadinho para não se desmanchar no chão? Então lá vai, sem lengalenga: R$ 79,90! Para não dizer oitenta pilas! Hô hô hô hô!! Santo Antão, São Gumersindo, Santa Capitolina, Santa Balbina e todos os santos e santas com nomes estranhos me acudam!!! Mas como uma má notícia sempre vem precedida  de uma boa, lembro que no Portal da Submarino, o livro – que já está em pré-venda - está saindo por R$ 59,90. Um descontaço de R$ 20,00, por isso, não marquem bobeira e reservem já o seu.
Bem, para esquecer um pouco a pancada do preço, restam dois consolos. O primeiro e o mais importante é que se trata do lançamento mais aguardado do ano. E o segundo é que o livro terá 736 páginas. Ihauuuu! Aguardemos!
Ah! Já ia me esquecendo. Para aqueles que curtem os chamados livros de telinha, alerto que a versão virtual deverá chegar em 28 de outubro e com um valor bem mais acessível: R$ 29,90.
E Zéfini!
Previsão de lançamento: A Suma de Letras diz que o livro sai em 21 de outubro próximo, mas sei não... Os comentários na Rede são fortes de que “Novembro de 63” sai mesmo em 22 de novembro.
Editora: Suma de Letras
03 – A Casa de Hades (Rick Riordan)
Olha, vou dizer escrever uma coisa: a minha fase de leitor dos livros de Rick Riordan já passou. No início foi legal, mas agora, prefiro outros enredos, outros ares. Gostei muito de Percy Jackson e sua patota, mas terminou. Putz! Estou me sentindo um Casanova dando o fora numa donzela apaixonada e seduzida! Melhor dizendo, um donzelo chamado Percy. Uhauhauhhua!! Como diz o velho e sábio Kid Tourão: “Cruiz credo mininu!!”
Bem deixando de lado as desculpas pelo abandono, não dá pra negar que a coleção de livros denominada “Os Heróis do Olimpo” que já está em seu quarto volume conquistou uma legião enorme de fãs fiéis, daqueles que aguardam ansiosamente e com os corações aos pulos o lançamento de um novo livro.
Se você se enquadra nessa categoria, fique tranqüilo porque já no dia 13 de outubro chega as livrarias “A Casa de Hades”, quarto livro da galera que se auto-denomina “Heróis do Olimpo”.
A editora Intrínseca foi bem camarada com a sua legião de leitores e fãs de Riordan, já que colocará “A Casa de Hades” no mercado por R$ 29,90. Um ‘preço da hora’ pelas quase 500 páginas da obra.
Confira a sinopse da história que será lançada dentro de poucos dias: Desta vez, Hazel está diante de uma encruzilhada. As forças de Gaia estão decididas a impedi-los de avançar e alcançar seu objetivo: chegar à Casa de Hades, nas terras antigas, para resgatar Percy e Annabeth e fechar definitivamente as Portas da Morte, impedindo os monstros de retornarem ao mundo mortal. Ela e o que restou da tripulação do Argo II sabem o que precisa ser feito, mas todos os caminhos parecem levar ao fracasso de sua missão. Entretanto, eles precisam se decidir e agir rápido. O tempo está passando. A sanguinária Mãe Terra escolheu o dia primeiro de agosto para o seu despertar.
No Tártaro, Annabeth e Percy passam por grandes dificuldades. Famintos, com sede e feridos, mal conseguem andar pelo território sombrio e venenoso repleto de inimigos que espreitam na escuridão. Não há como descobrir onde ficam as Portas da Morte. E mesmo que soubessem sua localização, uma legião formada pelos monstros mais poderosos e fiéis a Gaia estará lá para guardá-las. Nesse momento, Annabeth e Percy não estão em condições de enfrentá-los em um combate.
Apesar da enorme desvantagem, Hazel, Annabeth, Percy e os outros semideuses da profecia sabem que sua única opção é tentar o impossível. Quando os riscos são maiores do que nunca, é somente a amizade entre os semideuses gregos e romanos, aprendendo a trabalhar juntos, que poderá salvar não só os acampamentos, mas também o mundo.
Ah! Veja só isso: “A Casa de Hades” chega às livrarias brasileiras na mesma data do lançamento nos states.
Previsão de lançamento: 13 de outubro
Editora: Intrínseca
04 – O Chamado do Cuco (Robert Galbraith)
Este livro assinado por Robert Galbraith, um antigo militar que por ironia do destino acabou se tornando escritor, vem recebendo portentosos elogios de público e crítica. Hoje esse ex-militar pode ser considerado um dos maiores escritores do mundo. Ehehehehe; você acreditou? Gente, o tal Galbraith não passa do pseudônimo adotado por J.K. Rowling. É verdade! Da mesma forma que Stephen King adotou o nome fantasia de Richard Bachman para algumas histórias. Putz! Escritor e escritora pop star tem cada uma!
Segundo Rowling, ‘Robert’ foi escolhido por ser o nome do ex-presidente dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy, que tem o status de herói para a escritora, enquanto que Galbraith é uma recordação de suas brincadeiras de criança. Assim, ela decidiu unir os dois e pronto, nasceu Robert Galbraith.
“O Chamado do Cuco” é um thriller policial que tem como protagonista Cormoran Strike, um antigo soldado que lutou na Guerra do Afeganistão e que depois acabou se tornando um detetive particular.  Na história, Strike tenta desvendar o  caso do suicídio de uma modelo feminina.
O novo livro de Rowling que deve aterrissar ao Brasil nesse mês de outubro, recebeu muitos elogios da crítica o que ajudou a alavancar a vendagem  inicial em vários países europeus. Vamos ver como a obra literária se saí por aqui, já que “Morte Súbita”, romance anterior da autora, não foi muito bem das pernas na terrinha.
Previsão de lançamento: 25 de outubro.
Editora: Rocco
05 – Zero Zero Zero (Roberto Saviano)
A expectativa em torno do lançamento do novo livro de Roberto Saviano pela Companhia das Letras é grande. E toda essa expectativa tem uma explicação bem plausível: o estouro de vendas de “Gomorra”, onde o autor faz sérias denuncias envolvendo a Máfia italiana. Este livro, inclusive, lhe valeu um exílio forçado. Hoje, Saviano vive nas sombras, em locais secretos e protegidos por uma “tropa” de policiais, já que está jurado de morte pelos mafiosis. Se inteire mais lendo aqui.
“Zero Zero Zero” analisa o impacto na economia mundial do tráfico de drogas. "A cocaína é a gasolina do corpo. Eleva a vida ao cubo. Antes de destruir a vida, de consumi-la. A vitalidade que parece ter sido presenteada, você pagará com juros de usura", afirma Saviano em um vídeo de apresentação on-line do livro.
Em “Zero Zero Zero”, Saviano afirma que não existe nenhum mercado no mundo que seja tão produtivo e tão rápido como o da cocaína. Em suas pesquisas para escrever a obra, ele chegou a conclusão de que nem sequer os valores recordes que alcançaram as ações na Bolsa podem se comparar com os juros proporcionados pela cocaína. Saviano diz ainda que somente no México, o mercado da cocaína representa um mercado entre  25 e 50 bilhões de dólares.
Neste livro, Saviano vai à fundo e como fez com a Máfia, invade a intimidade  do império do narcotráfico da Colômbia e do México revelando os seus segredos. Pelo jeito, o escritor que já está jurado de morte pela Máfia, agora também terá de “acertar” contas com os padrinhos do narcotráfico.
A Companhia de Letras não informou o dia exato que “Zero Zero Zero” será publicado no Brasil; a informação é de que o livro deva chegar por aqui ainda neste ano.
Previsão de Lançamento: Até o final de 2013
Editora: Companhia das Letras

Tropas Estelares

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“Tropas Estelares” não é um livro do tipo ‘unanimidade nacional’. Não, nada disso. Apesar de ser considerado um clássico da ficção cientifica e uma obra que influenciou muitos escritores do gênero – que fazem questão de exaltá-la publicamente – o livro de Robert A. Heinlein é polêmico ao extremo e se enquadra perfeitamente naquela categoria que todos nós, leitores inveterados, conhecemos por ‘me ame ou me deixe’.
Alguns consideram a obra facista; outros, militarista, já os mais fanáticos chegam a taxá-la de racista e por aí vai. Por outro lado, aqueles que são fãs do romance o colocam nas alturas, classificando-o como uma obra literária ‘máxima e definitiva’ da ficção científica; coisa do tipo: o supra sumo do gênero.
Eu me enquadro na segunda categoria, daqueles que gostaram e muito do livro. Quanto ao filme de Paul Verhoeven baseado de longe no livro, esqueça! Uma porcaria e das bravas. Nada haver com a história original. Mudaram toda a estrutura do romance e transformaram a produção cinematográfica num verdadeiro escândalo para os fãs do livro.
Em “Tropas Estelares”, Heinlein mostra aos seus leitores o planeta Terra, em um futuro não muito distante, vivendo sob uma federação interplanetária, onde só exerce o direito de voto quem serve as Forças Armadas. A história mostra o treinamento e preparação de jovens soldados até que estoura a guerra contra os temíveis ‘Insetóides’, poderosos alienígenas aracnídeos que podem destruir o sonho terrestre de expansão no universo.
Apesar de ter sido publicado em 1959, o livro não perdeu a sua atualidade por causa dos temas polêmicos abordados em suas páginas. O treinamento militar dos personagens é mostrado com um realismo incrível. Por outro lado, quem opta por não integrar as Forças Armadas é visto – meio que disfarçadamente, mas é – como integrante de uma casta social desprovida de todo o interesse, digamos que limitada.
Reprodução quase fiel dos exoesqueletos usados pelos soldados do livro
Alguns leitores consideram a obra racista  por entenderem que o autor tratou os inimigos – no caso, os Insetóides – como coisas sem alma e que por isso, poderiam ser mortas à vontade, sem nenhum remorso. Quanto a idéia de expansão do universo ao custo da eliminação de uma outra raça, mesmo sendo alienígena, alguns a consideram algo parecido com o genocídio que ocorreu durante o holocausto nazista.
Cara, deu pra sentir como a obra de Heinlein tem uma aura polêmica?! Imagine o furdúncio que a história causou há mais de cinqüenta anos atrás!
Agora, deixando um pouco de lado a polemicidade da obra, é bom lembrar aos leitores que pretendem ler a história idealizada por Heinlein que não esperem uma montanha russa de aventuras ou então romances, beijos e amassos por parte do casal de protagonistas, assim como foi no ‘filme-bomba’ (no mau sentido da palavra) de Verhoeven. Prá início de conversa, no livro nem temos um casal de protagonistas. Explicando melhor: enquanto na produção cinematográfica, a história é narrada sob a ótica do soldado da infantaria móvel Johnie Rico e de sua namorada Carmen; no livro escrito em primeira pessoa, o narrador e protagonista passa a ser apenas Rico, com Carmen aparecendo em poucas e breves citações. Além disso, nas páginas, ela não tem nenhum relacionamento amoroso com o soldado.
Enquanto no filme ocorre uma infestação galática de insetóides com tropas de aracnídeos estúpidos; no livro eles são uma raça alienígena muito evoluída e com tecnologia de ponta, o que fica evidente através de suas naves e armas sofisticadas.    
Cena do filme 'Tropas Estelares' que foi um fracasso de bilheteria
Mas o ponto que achei mais interessante no romance foram os trajes usados pelos soldados da infantaria móvel, na verdade, exoesqueletos. As blindagens ‘vestidas’ pelos infantes lhe dão poderes além da imaginação, como por exemplo, carregar armas poderosas e pesadas, inclusive à nível nuclear; realizar ataques devastadores ou então operações militares com uma precisão micro-cirúrgica; dar saltos orbitais que podem chegar a alturas incomensuráveis; enfim, trajes que acabam tornando obsoletos até mesmo unidades de combate pesadas como tanques de guerras e unidades aéreas. Já nas telas, talvez, como forma de ‘poupar’ alguns dólares no orçamento, o diretor optou por abolir os exoesqueletos, preferindo deixar os soldados da infantaria com roupas normais, o que convenhamos, ‘tirou’ muito do filme.
Outro detalhe importante que diferencia livro e filme é que o Johnie Rico original, de Heinlein, tem nacionalidade filipina; enquanto que o Johnie, do cineasta Verhoeven é argentino. 
O livro ganhou o Prêmio Hugo, considerado o mais importante da ficção científica internacional e foi aclamado por fãs e críticos, mesmo defendendo idéias “politicamente incorretas”, como costumamos disser nos dias de hoje.
Na minha opinião, uma obra de SciFi indispensável para os leitores aficionados do gênero.

As 10 feras assassinas mais sanguinárias dos livros

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Cara, desculpe-me se você acha que apelei na hora de escolher o título do post. Sei que nesse momento, muitos leitores estão me taxando de sensacionalista: “PQP! Assassinas e ainda por cima sanguinárias?! Etcha título apelativo!” Galera, juro que não teve outro jeito. Como já escrevi na Fan Page do blog, tinha de escolher um título que retratasse toda a essência do assunto que iria postar. Em outras palavras, tinha que ser sincero e quer queiram ou não, as 10 feras que os leitores passarão a conhecer nesse post foram cruéis ao extremo; mas tão cruéis que não encontrei outros termos mais adequados para se usar do que “assassinas” e “sanguinárias”.
É importante frisar que as feras que fazem parte desse post são, de fato, animais que agem por instinto. Não tem nada de “Homem Mosca”, “Homem-Cavalo”, “Homem Galinha”. Feras hibridas ou criadas em laboratórios não entram nessa relação; elas devem fazer jus ao nome, brotando da Srª Natureza. Talvez, a única exceção seja o alien do livro “O Oitavo Passageiro” que tem um pouco de hibrido já que, tanto na obra literária quanto no filme, nasce das entranhas de um ser humano.
Cara, quer saber mais?  Deixe-me acelerar o texto porque o aroma do grude da Lulu está fatal. Ao chegar em casa, fiquei sabendo que o cardápio será lasanha de quatro queijos com molho branco de palmito e champignon. Mêo, que tormento!! E para aumentar ainda mais o meu suplício, tenho de ficar agüentando as provocações do Kid Tourão: -“Enquanto você mata a sua fome no computador, eu vou matar a minha na panela! Viu só papudo!”
Viu só? É mole ou quer mais? Portanto, vamos acelerando, acelerando e acelerando, porque juro que ‘tá’ difícil suportar o tormento desse cheirinho. Huummm...
E vamos prá lista das feras!
01 – Tubarão (“Tubarão”)
Autor: Peter Benchley
Ano: 1974 
A fera dos mares idealizada por Peter Benchley já aparece logo de cara no livro e fazendo estragos. Uma incauta banhista que decide tomar um banho de mar em uma praia deserta, numa madrugada de muito calor, dá de cara com o grande tubarão branco que, literalmente, a estraçalha. Sobra para o ajudante novato do chefe Brody, considerado o xerifão dessa pequena cidade de veraneio nos Estados Unidos. O miliciano ao ver os restos mortais do corpo semi devorado da turista, ‘coloca pra fora’ o café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e até mesmo o chá da meia noite de três dias atrás! Por muito pouco, o cara não sofre um surto de pânico.
Durante o romance de Benchley, a fera continua fazendo vítimas e mais vítimas. Uma das cenas antológicas do filme de Spielberg - baseado no livro – é o ataque do tubarão num banhista que está sobre uma prancha. ‘Ai meu Dios!” Spielberg faz questão de dar um close com a sua câmera maligna na sobra da refeição da fera que nada mais é do que a perna da pobre vítima! Quem assistiu ao filme sabe do que estou falando escrevendo: aquela cena em que uma perna branquela com um tênis (Aiiiii meu Diosssss, até do tênis me lembro!!!) vai afundando aos poucos na telona.
O tubarão – no livro e no cinema – provoca um banho de sangue, até que o chefe Brody decide, juntamente com mais dois sujeitos corajosos (um caçador de tubarões e um oceanógrafo) sair em mar aberto à caça do monstro. Aí meu amigo... a coisa pega.
Quem quiser saber mais detalhes sobre o livro de Benchley acesse aqui. Está bem explicadinho.
02 – Velociraptor (O Parque dos Dinossauros)
Autor: Michael Crichton
Ano: 1990
A exemplo de Peter Benchley; Michael Crichton já apresenta o protagonista de seu romance logo no início. Aliás, em minha opinião, o prólogo de “O Parque dos Dinossauros” é a melhor parte do livro. Em apenas quatro páginas já temos uma noção do que aquele dinossauro carnívoro, de quase dois metros de altura e que se locomove sobre duas ‘pernas’ é capaz. O prólogo nos prepara para o estrago e banho de sangue que o tal ‘animalzinho’ vai promover durante toda a história.
Sente só o  título do prólogo do livro de Crichton: “A Mordida do Raptor”. Será que preciso dizer escrever mais alguma coisa?! Quer ‘sentir’ um trechinho do drama? Ok. Lá vai: “Uma laceração larga começava no ombro e terminava no torso do homem. No final do ferimento, a carne se reduzira a tiras. No centro, o ombro fora deslocado, expondo os ossos claros. Um segundo golpe...” Arghhhhhh!!!! Éca! Éca! Éca! Mil vezes Éca!! Deixe-me parar por aqui, mas aviso para aqueles que forem ler as primeiras páginas de “O Parque dos Dinossauros” que se preparem porque a apresentação do velociraptor ou raptor (para os mais íntimos) é f-o-d-á-s-t-i-c-a.
Para finalizar, esqueça o grandalhão do Tiranossauro Rex, o ‘cara’ da hora em “O Parque dos Dinossauros” sempre foi e sempre será o temível velociraptor.
03 – Tiranossauros Rex (Mundo Perdido)
Autor: Michael Crichton
Ano: 1995
Se os Tiranossauros Rex (plural porque eram dois e não um) de “Jurassic Park”, não me impressionaram muito; o mesmo não aconteceu com o casal de dinos de “Mundo Perdido”, livro de Crichton que dá seqüência a história original.
Sabe qual a pior coisa do mundo; muito pior do que ver a sua namorada com corpo e rosto de miss – capaz de fazer você carregar nas costas uma carreta cheia concreto –  lhe traindo com o vizinho bonito, com pinta de modelo, que mal te olha na cara? Ok. Eu lhe digo. É topar com os Tiranossauros Rex do livro “Mundo Perdido”, principalmente o macho! E foi isso o que aconteceu com um cientista paspalho que resolveu entrar no ninho dos Rex para roubar um ovo chocado do animal. O sujeito teve a ‘brilhante’ idéia de criar o ‘dininho’ e transformá-lo numa atração especial. Cara, quando ele entra no ninho, juntamente com os seus capangas – diga-se de passagem nada inteligentes – e se apropria do ovo. Ai... ai... ai... ai!! Quando o casal de dinossauros descobre, ficam irados e saem na caça dos ladrões.
O trecho em que o Rex macho sai mastigando um dos caras, cuspindo pedaços da vítima pra todos os lados é de embrulhar o estômago do leitor. Crichton faz questão de descrever em detalhes o ataque do Rex aos pobres coitados, quer dizer ao pobre coitado. Não vou falar o nome do personagem, é claro, para não revelar spoiler. Digo apenas, leiam o livro. Para os interessados que quiserem conhecer mais detalhes sobre “Mundo Perdido”, basta acessar aqui.
04 – Lula (A Besta) 
Autor: Peter Benchley
Ano: 1979
Dêem uma olhadinha na capa do livro de Peter Benchley. Viram só o tamanho do tentáculo da lula gigante? Chegaram a compará-lo com o tamanho do barquinho que também está na capa? Pois é, a ilustração da obra literária reproduz de maneira fiel a essência da história. A fera horripilante sai numa matança desenfreada numa cidade litorânea dos Estados Unidos.
Benchley descreve com riqueza de detalhes como é a besta de seu livro. Os seus tentáculos possuem ganchos, tão letais como aqueles que encontramos nas duas patas – ou pernas, sei lá – dos velociraptores de Crichton. Imagine centenas desses ganchos distribuídos ao longo de dois tentáculos ultra-flexíveis!! Eu heinn!
A lula assassina do livro “A Besta” afunda navios, mata pessoas e chega até mesmo a destruir um mini-submarino com toda a sua tripulação. Enfim, uma verdadeira fera assassina dos mares.
05 – Lula (Esfera)
Autor: Michael Crichton
Ano: 1987
A lula gigantesca do livro “Esfera” que também foi adaptado para o cinema é medonha. Não importa que seja no livro ou no filme, a fera faz o mais corajoso e duro dos homens se borrar inteirinho.
Na história de Crichton, um grupo de cientistas é convocado pelo exército americano para estudar uma nave – que todos acreditam ser alienígena – encontrada no fundo do oceano. Ao terem contato com o misterioso artefato, os pesquisadores começam a transformar em realidade os seus piores medos. E adivinha qual é a fobia de um dos caras? Se você respondeu uma lula gigante acertou. E bota gigante nisso! Tão gigante que no filme só aparece os tentáculos que tomam toda a tela.
A cena em que a tripulação da estação submarina encontra o corpo de um dos cientistas todo pulverizado com as marcas dos tentáculos do monstro é impressionante. Outra passagem que mete medo é o do ataque da lula ao habitat dos cientistas.
Palavra que fiquei muito impressionado com livro e filme. Uma das feras mais aterrorizantes da literatura.
06 – Laracna (O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei)
Autor: J.R.R. Tolkien
Ano: 1954
A terrível aranha de Mordor! Essa fera é, de fato, uma fera. A aranha gigante descendente de Ungoliant e que vivia no labirinto de uma caverna fez várias vítimas e quase matou Frodo e Sam. No livro “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei” de J.R.R. Tolkien, os leitores puderam conhecer Laracna à fundo. Uma aranha má, perversa e assassina. Quando o personagem Sam se muniu de toda coragem e entrou no labirinto de Laracna decidido a salvar Frodo, ele também conseguiria colocar um ponto final no reinado de pavor do monstro. Após feri-la gravemente com ‘Ferroada’, a espada que Bilbo dera de presente à Frodo, Laracna passaria a se rfecolherf nas profundezas de sua morada, onde ficou por anos recolhida para curar e lamentar a sua dor.
Antes de encontrar Sam pela frente, Laracna havia espalhado o terror em Mordor, matando cruelmente todos aqueles que ousavam invadir a sua ‘casa’.
07 – Baleia Orca (Orca, A Baleia Assassina)
Ano: 1978
Autor: Arthur Herzog
Apesar de ter encurtado a vida de muitos marinheiros, a baleia orca criada pelo escritor americano Arthur Herzog  só agiu dessa maneira porque lhe erturbaram. Pois é, como ‘cutucaram a onça com a vara curta’, os marujos  tiveram de sentir na pele a fúria da fera.
Tudo começou quando o capitão Nolan, responsável por um navio pescador de crustáceos, aceitou uma proposta em dinheiro para capturar um tubarão brancopara o aquário da cidade. Durante a navegação, eles avistam um tubarão sendo atacado por orcas. Os marujos do navio, então atiram em uma delas como arpão e não percebem que isso foi um erro fatal: o arpão passa de raspão na nadadeira de uma orca macho e atinge em cheio a sua companheira que estava prenha. Ao ser trazida para o navio, a orca aborta o embrião. O macho assiste, da água, a todo o fim da sua família e observa o capitão do navio pesqueiro com um ódio mortal, passando a marca-lo para o resto de sua vida..
A orca macho, então, ataca o navio que, danificado, tem que retornar ao porto. Enquanto o navio sofre reparos, a orca vingativa começa a perseguir o capitão e sua tripulação, que não podem se aproximar da água sem que sofram ataques. A população fica assustada e pressiona Nolan para que ele expulse a orca dali, pois o animal está afastando os peixes, além de causar outros danos à cidade. Ao capitão não resta outra saída senão ir atrás do animal, mas logo percebe que a inteligente orca quer atraí-lo para uma armadilha mortal. A partir daí ‘a coisa pega’.
08 – Cão São Bernardo (Cujo, Cão Raivoso)
Autor: Stephen King
Ano: 1981
Esqueça aquele cão São Bernardo dócil e amigo, com um barrilzinho pendurado no pescoço, pronto para salvar qualquer pessoa que tenha ficado perdido numa nevasca. O “cãozinho” de Stephen King é horripilante.
O São Bernardo chamado Cujo é um animal sanguinário, enlouquecido e assassino que sai por aí promovendo um festival de matanças. O São Bernardo que é o xodó de uma família que se muda para a fictícia cidade de Castle Rock, ao sair para caçar um coelho nos campos perto da casa de seus donos, acaba sendo mordido por um morcego infectado com raiva. Cujo, então vai sucumbindo aos poucos pela doença e enlouquecido estraçalha qualquer um que encontre pela frente. Eu heinnn... O livro fez tanto sucesso que acabou sendo adaptado para o cinema, mas como a maioria dos filmes de King, se tornou um verdadeiro fiasco. Por outro lado, o livro, foi um sucesso total.
09 – Alien  (“O Oitavo Passageiro”)
Autor: Dean Foster
Ano: 1979
O livro de Dean Foster é uma novelização do filme fantástico de Ridley Scott com a também fantástica Signourney Weaver. Quem assistiu ao filme sabe que o tal alien deu trabalho e promoveu uma carnificina no interior da nave Nostromo em sua viagem de volta a Terra.
A criatura alienígena altamente agressiva perseguiu e matou toda a tripulação da nave, menos a personagem de Weaver que encarou a fera de frente e conseguiu eliminá-la.
Um dos momentos mais angustiantes no livro e também no filme é o instante em que a criatura ainda em desenvolvimento (na fase embrionária), literalmente gruda no rosto de um dos tripulantes. Depois de pouco tempo ela se solta sozinha, mas então, o tripulante vivido por John Hurt começa a ter convulsões durante o jantar e, de repente, a criatura alienígena abre um buraco em seu peito, matando-o, e fugindo pela nave. A partir daí, o alien vai crescendo rapidamente e quando atinge a fase adulta  começa a caçar os tripulantes da Nostromo, eliminando-os um a um.
10 – Abelhas africanas (O Enxame)
Autor: Arthur Herzog
Ano: 1974
E para fechar a nossa listinha nada mais justo do que algumas ferinhas pequeninas, mas que ao se juntarem se tornam letais ao extremo. As abelhas africanas do romance “O Enxame”, de Arthur Herzog são terríveis e matam sem piedade.
Os ataques começam em pequenas cidades americanas e depois se espalham, até se transformar em pânico nacional. As abelhas assassinas não escolhem as suas vítimas: desde animais a crianças, quem surja em seu caminho acaba sendo eliminado. Devido ao pânico que toma conta do País, o governo americano recruta um grupo de renomados cientistas e entomologistas na esperança de encontrar um meio de conter a fúria assassina das abelhas. Mas nem mesmo a união de mentes brilhantes é capaz de deter o avanço do enxame.
Aqueles que quiserem saber mais sobre essas ferinhas assassinas podem conferir o post que escrevi, há algum tempo, sobre a obra de Herzog.
Bem, galera, tai a relação das dez feras assassinas mais sanguinárias dos romances. Elas deram trabalho para muitos “mocinhos”. Muito trabalho...

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (Livro I)

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Li a trilogia “O Senhor os Anéis”  muito antes de “inaugurar” esse blog. Juro que nem passava pela minha cabeça que um dia teria o ‘Livros e Opinião’. E lá vai o tonto aqui. Tonto? Por que? Simples: comecei a ler “A Sociedade do Anel”, como posso explicar... é... digamos que temeroso. Isso mesmo, temendo encontrar pela frente o que mais detesto numa obra literária: descrições em excesso. Coisa do tipo, explicar nos mínimos detalhes como surgiu tal povoado ou então dar a árvore genealógica completa das famílias dos personagens principais. Man! Pode acreditar: eu fujo disso como o diabo foge da cruz!
Então, num belo dia, há anos atrás, quando manifestei o desejo de embarcar no mundo da Terra Média criado pelo mestre J.R.R. Tolkien, eis que um ex-professor joga um balde de água fria em minha cabeça tascando: “- Filho, se você pretende ler a trilogia tolkiana – era dessa forma que ele chamava os três livros da série “O Senhor dos Anéis – deve estar preparado para enfrentar uma leitura cansativa e muito descritiva; mas no entanto, prazerosa”.
Caraca! Pensei comigo: “O teacher pirou! Como uma leitura descritiva ao extremo e ainda por cima cansativa poderia ser prazerosa?!” Resultado: Quase desisti de ler essa obra prima e quando resolvi ler, a minha expectativa com relação a história estava lá no chão. Mesmo assim, criei coragem e comecei a ler. “Professor FDP!!!” Não fico com remorso ao xingar o teacher, mesmo porque sempre fui um aluno educado e atencioso; portanto, creio que estou com crédito. O cara quase me fez boicotar a leitura dessa jóia rara!
Falando escrevendo, inicialmente, sobre “A Sociedade do Anel” (primeiro livro da trilogia), a escrita e o enredo desenvolvidos por Tolkien são fantásticos. Li o livro em apenas quatro dias. Não conseguia parar! Lembro que passei duas madrugadas devorando as aventuras de Frodo, Sam, Gandalf e Cia. Não entendo como o meu ex-professor não se deixou envolver pela história. 
Quanto a ser um livro muito descritivo não como negar; mas afirmar que a história é cansativa?! Man! Man and Man!! Não dá para soltar uma blasfêmia dessas. Os três livros da trilogia (“A Sociedade do Anel”, “As DuasTorres” e “O Retorno do Rei”) tem o dom de prender a atenção dos leitores como uma teia de aranha. Agora, voltando a essa celeuma de ser muito descritivo; cara, não há outro jeito!! Vejam bem, Tolkien criou um novo mundo, habitado por novas criaturas que vivem num tempo diferente daquele que conhecemos. Mêu! O cara tinha de explicar tudo isso, antes de entrar nos conflitos e sentimentos vividos por cada um de seus personagens!! Aqueles que quiserem ler ‘porradas’, ‘chutes’, socos’, cabeçadas’, rasteiras’, ‘facadas’ e tiros pra todos os lados procurem uma novelização dos filmes “Resident Evil” ou sei lá... aquelas edições de bolsos de faroeste ou qualquer outro pulp-fiction do gênero.
É mais do que óbvio que Tolkien teria de descrever com minúcias de detalhes o que vinha a ser um Hobbit, qual o seu comportamento e etc e tal. Também teria de fazer a mesma coisa com a Terra Média, ou seja, como surgiu, as suas características e por aí afora.
Resumindo tudo isso: “Não tinha outra maneira de Tolkien escrever a sua trilogia. Capiche!! Por tudo isso é que o autor britânico foi considerado um gênio que continua sendo respeitado até nos tempos atuais. Ele, simplesmente, conseguiu escrever uma história fora do nosso contexto, com novas formas de vida e que vivem num mundo estranho. Quer mais? Vamos lá! Por todas essas inovações literárias, ele foi o escritor mais descritivo do mundo, sem se tornar cansativo. E olha galera, já vi muitos autores contemporâneos escreverem histórias ‘simplizinhas’ e com uma encheção de lingüiça descomunal, tentando ser descritivos sem saber ser descritivos.
Em “A Sociedade do Anel”, a história se inicia com o centésimo décimo primeiro aniversário de Bilbo Bolseiro, avô de Frodo Bolseiro, que misteriosamente desaparece diante da presença de todos seus convidados. Frodo, estranhando a reação de seu avô, vai até a toca dele a fim de encontrá-lo; porém, ao entrar, acaba encontrando um anel, o que para ele, como um simples hobbit, seria apenas um anel qualquer. Gandalf, o Mago, que viera até ao Condado dos Hobbits para celebrar o aniversário de seu antigo amigo, revela a Frodo o segredo que há por trás deste anel.
Gandalf pede para que Frodo abandonasse O Condado e fugisse com o anel o mais rápido possível, pois sabia que criaturas do mal já estariam procurando, ferozmente, por tal objeto precioso. O pequeno hobbit parte sem pestanejar, confiando nas palavras do Mago Gandalf, deixando para trás sua terra, O Condado, sem saber se um dia voltaria a vê-lo novamente.
Frodo, então, é encarregado de destruir o Um Anel, um objeto que tem um poder maligno, capaz de aprisionar todo aquele que tentar tomá-lo para si. Para isso, Frodo conta com um número de companheiros que o ajudarão a cumprir esta grandiosa missão. São eles: O Mago Gandalf, Aragorn, o elfo Légolas, o anão Gimli, Boromir, e os hobbits Merry, Pippin e o sábio Sam.
Juntos eles partem em direção à Mordor, com a missão de dar uma nova esperança àqueles que desejam viver em paz. Uma longa jornada os espera, repleta de inúmeras batalhas e monstros, além de terem a companhia de uma misteriosa criatura, que silenciosamente os seguem.
Bem resumidamente, esta é a essência do primeiro livro da trilogia “O Senhor dos Anéis”.
E aqui vai um conselho: esqueça os devaneios do meu ex-professor e leia toda a trilogia. Com certeza, você irá se deliciar, se lambuzar com a história, mesmo sendo tão descritiva (rss).
Inté!
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