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A Estrada da Noite

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Não sei ao certo se já ‘falei’ em alguns dos posts que escrevi neste blog sobre o meu medo primitivo. E não venha me dizer que você é o tal “Mister Coragem” e que por isso não tem tempo de ficar guardando aqueles medinhos bobos em alguma gaveta de sua memória. Cara! Não adianta negar, todos nós temos esse tipo de medo. Sei lá, ele pode vir representado na forma de uma barata voadora, um rato, uma vespa, um sapo cascudo e barrigudo ou então determinada cena de um filme que entrou na sua cabeça e volta e meia insiste em sair dos recônditos de sua memória para atormentá-lo.
Craddock McDermontt!! Pronto! Citei na lata! Essa peste é a causa do meu medo interior. O véinhu do paletó assombrado, como aprendi a chamá-lo, supera outros medos primitivos potentes, tais como o Reverendo Kane do filme Poltergeist, aquele pastor idoso com uma cara macabra que atazana a vida da família daquela menininha que, por sua vez, acaba sendo ‘puxada’  para o além - putz! Taí outro veinhu do cão! – a ‘Regan-aranha’ de “O Exorcista”, na cena da escadaria; o vovô-fantasma do episódio “O Cemitério” de “A Galeria do Terror” que sai da sepultura depois de morto e começava se mexer nuns quadros pendurados na parede de uma mansão. Pera aí? Vovô-fantasma? Caraca! Taí mais um véinhu do além! Estão vendo só como eles me perseguem...
Gente, o Craddock de “A Estrada da Noite”, livraço de terror escrito por Joe Hill, filho do mestre Stephen King é a soma de todos esses medos primitivos. Bata somarmos o Reverendo Kane, a Regan-aranha e o vovô da sepultura que teremos- quer dizer, terei, já que esse medos são meus - como resultado o tal Craddock McDermontt.
Craddock, literalmente, arrepia na história. O fantasma só pensa em vingança e é capaz de tudo para atingir os seus objetivos. Para que você entenda melhor quem é esse velhinho endemoniado vou fazer uma breve sinopse da obra de Hill.
A história tem como protagonista o cinquentão Jude Coyne: uma verdadeira lenda do rock que tem vários gostos excêntricos, como por exemplo, colecionar objetos macabros. Coyne tem um livro de receitas de canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Dessa maneira, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta. Ah! O anuncio? Esse aqui oh: “Vou ‘vender’  o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto...”
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono, ninguém menos do que Craddock. A partir daí, a vida do roqueiro se transforma num verdadeiro inferno, pois a presença de Craddock – apesar de ser um fantasma – passa a ser real e ameaçadora, invadindo a intimidade de Coyne, levando o cara as raias da loucura.
No momento em que o cantor recebe o paletó do velhinho maléfico numa caixa, dobradinho e bonitinho, o leitor já percebe que a partir daí virá chumbo grosso.
A coisa é braba! O espírito de Craddock parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente que é uma verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou em sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar.
Enquanto você lê esse post, não se engane pensando o seguinte: -“ Ai... coitadinho do Judas, caiu numa arapuca sem saber. Que dó...” Bem, só para esclarecer esse detalhe, já alerto que quem caiu na arapuca foi você, já que Coyne não é nenhum santo. O cara usou uma ‘ galáxia’ de mulheres e depois descartou todas elas; traiu amigos, incluindo os integrantes de sua banda, é sarcástico ao máximo, tem mania de grandeza... acho que já chega né? Mas acontece que o personagem, apesar de ser um crápula acaba conquistando o leitor e conforme as páginas vão sendo viradas, você se vê torcendo para que o velho roqueiro excêntrico se livre da sua maldição. O leitor descobre que toda a excentricidade e o caráter não muito correto do artista é uma carapaça que ele utiliza para se proteger de seus próprios fantasmas, como por exemplo uma infância sofrida por causa do pai violento. Conforme Craddock vai arrastando a vida de Coyne para um abismo sem fim, percebemos que ele começa a mudar as suas atitudes e a mostrar o digamos... seu lado mais humano. Ehehehe... aliás, é sempre assim né galera. Muitas vezes deixamos para mostrar o nosso lado cordeirinho somente quando estamos por baixo e precisando de uma ajudazinha.
Bem, comecei a escrever sobre a personalidade de Coyne e acabei desviando o foco do assunto principal. Estava fazendo uma breve sinopse da história para que o leitor conhecesse melhor a relação Craddock e Coyne. Ok; parei no momento em que ‘falava’ que o fantasma não havia entrado na vida de Coyne por acaso. Vamos lá, retomando...  O “veinhu do paletó assombrado é padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude!
Mas antes de começar a tacar pedras e cuspir no cara, gritando: - “Bem feito desgraçado! Tomara que esse véinhu mardito e também desgraçado como tu lhe coma o bucho!!!” Saiba que no desenrolar das páginas, Joe Hill dá um verdadeiro golpe de mestre e mostra porque é filho de Stephen King. Na verdade o suicídio da garota tem outro motivo, bem mais grave. Uma revelação que surpreende o leitor, deixando-o com as calças nas mãos e com aquela velha expressão de Ooooh!!! A causa do suicídio da fã está diretamente ligado.... Acho que vou segurar a minha língua. Afinal de contas, eu seria um calhorda se revelasse esse segredo. E com isso, parte do impacto da obra de Hill perderia o sentido.
Craddock McDermontt se mostra um espírito vingativo, impiedoso e maléfico ao extremo. O fantasma é pura maldade, capaz de atos atrozes para se vingar. Numa corrida desesperada para salvar a sua vida, Jude Coyne faz as malas e cai na estrada com a sua jovem namorada gótica Marybeth. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída que o tire dessa enrascada.
Todas as aparições de Craddock durante a história, de fato, provocam calafrios; mas daqueles que trazem como brinde um mal-estar danado. Tem um trecho do livro em que Judas e sua namorada estão na estrada, no mustang do cantor, fugindo do fantasma quando de repente eles vêem surgir do nada uma caminhonete velha com um vulto de paletó no volante. Arghhhhh!!! Cara! Depois disso, juro que me borro inteiro quando estou dirigindo à noite e me deparo com alguma caminhonete mal conservada....
Craddock tem o poder de hipnotizar as pessoas e fazer com que elas se envolvam em situações perigosas e até mesmo cometerem suicídio. Durante a leitura, você também descobrirá as origens nada “santinhas” de Craddock que teve um passado negro.
O final da história é bem interessante e acredito que irá agradar os leitores. Portanto, tai galera! Mãos à obra e coragem! Estão prontos para encarar o véiunhu do paletó assombrado?

Micro

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Antes de começar escrever sobre esse thriller tecnológico de Michael Crichton e Richard Preston, gostaria de contar algo que aconteceu comigo e que talvez tenha alguma relação com o romance que acabei de ler.
Aproximadamente uma semana antes de encarar “Micro” fui convidado para o churrasco de aniversário de um amigo meu. Durante a festa, um ‘sádico infeliz’ me chamou: “Môra!! – Etchaaa apelidinho triste esse!! – vem aqui ver um negócio, corre cara!!” Pois é, do jeito que o tal sádico me chamou – aliás, só saquei que o sujeito era um sádico, de fato, depois da cena chocante que me mostrou – pensei que alguém estava passando mal e precisando de cuidados médicos. Mas ao chegar no local do “acidente” o que é que eu vejo? Vai! Diz aí mêo! O que é que eu vejo!! PQP!! O que aquele disgramado duma figa – pra não falar d-e-s-g-r-a-ç-a-d-o!!!! – ‘fio’  de uma ..... me mostrou? O cara %*&¨%$#@* teve a capacidade de mostrar com um sorriso prazeroso, o ataque de uma aranha (grandinha e esquisita) à uma ‘moscona’ enorme presa e indefesa numa teia!!! Ecaaaa! A tal aranha vinha com as suas mandíbulas que mais se pareciam tesouras de jardineiro mais afiadas do que navalha.
Esse sádico que nem por isso deixa de ser um sujeito legal... grande amigo (rs), talvez tenha se interessado pelos tamanhos cavalares da aranha e do inseto e por isso me chamou pra presenciar a cena, como se eu fosse o juiz responsável pela luta desigual. Credita!!! Eu juiz de um ‘UFC’ de insetos!! Ahahaha!
Bem, na verdade,  aquela cena acabou comigo. Pode parecer mentira, mas cheguei a ter um ‘mini-pesadelo’ na noite seguinte. Bem, dois dias depois, fuçando na Net, vejo nos sites das livrarias virtuais o novo livro de Michael Crichton, “Micro”. Não pensei duas vezes, fechei o pedido na hora.
Êpa! Pêra um pouquinho! Como explicar o meu desejo por essa obra, se eu não suportei ver uma aranha deglutir uma mosca?!! Calma gente; eu explico. Os motivos foram dois. Vamos começar com o menos importante. Bem, pela maioria dos comentários que havia visto nas redes sociais, acreditei que o enredo principal da história estaria ligado a nanotecnologia, ‘a exemplo de “Presa”, uma das melhores obras de Crichton que já li em minha vida. Jamais pensava que a história teria um festival de animais peçonhentos gigantescos atacando seres humanos menores do que um grão de areia!. Vamos agora, ao segundo motivo. Este mais importante. A obra em questão se trata de um livro póstumo do meu ídolo. Portanto, que venham as aranhas, vespas, centopéias e o escambau a quatro! Que venham com trinta, quarenta, cinqüenta ou cem metros de altura! Eu coloco os meus medinhos, medões, toque e retoques dentro de uma sacola e encaro as páginas. Afinal de contas, estou me referindo a Michael Crichton. O cara... a lenda... Ihh.... desculpe a empolgação, é que o sujeito é fera.
Olha galera, mas apesar de estar com um tesão incrível pelo livro, confesso que tive de dominar todos os meus medos de aranhas, vespas, gafanhotos e outros “bichinhos” para ler as 411 páginas do romance. E quer saber de uma coisa?? Valeu à pena!! Uhauuu!! E como valeu! Pode acreditar: li “Micro” em três dias, apesar de estar entupido de serviço. Varava madrugadas, lia nos intervalos do meu trabalho, no trânsito, no consultório médico, no toalete; enfim, nos mais diferentes lugares. O enredo desenvolvido por Crichton e concluído por Preston é uma verdadeira montanha russa que impede o leitor de desviar os olhos das páginas. Imagine uma história com aventura, intrigas, traições e romance, temperada com ficção científica da melhor qualidade. “Micro” é tudo isso e um pouco mais.
Há rumores de que Crichton teria escrito apenas 73% da obra antes de morrer. O restante da história teria sido completado por Preston. Ocorre que para o leitor é como se Crichton tivesse escrito todo o livro, o que deixa evidente o talento e competência de Preston que já havia provado que, de fato, é o “cara”, quando escreveu em 1994 “The Hot Zone”, um thriller de não ficção sobre um surto do vírus Ebola num laboratório especializado no estudo de primatas, localizado em Virginia. Este fato chamou a atenção do mundo em 1989 e mobilizou as autoridades médicas e sanitárias de vários países. “The Hot Zone”, lançado no Brasil pelo Rocco, é uma leitura obrigatória para aqueles que gostam de obras de qualidade escritas em estilo jornalístico.
Quando soube que Preston havia sido escolhido pelos herdeiros de Crichton para concluir a sua obra póstuma, encostei a cabeça no travesseiro, dormi e sonhei com os anjos, pois tinha certeza que seria uma mistura de qualidade.
O enredo estilo montanha-russa de “Micro” descreve a aventura de sete promissores estudantes, cada um deles, graduado em determinado campo da ciência (aracnologia, entomologia, bioquímica, envenenamento, etc) que acabam sendo convidados por Eric Jensen, irmão mais velho de um deles,  a iniciarem um estágio na empresa da qual é sócio: a NaniGen, especializada na fabricação de micro-robôs. Chegando nesse conglomerado empresarial, eles descobrem que a pesquisa da NaniGen vai muito mais além. Na realidade, eles conseguiram dominar a tecnologia da miniaturização, conseguindo reduzir seres humanos e máquinas à proporções microscópicas.  O objetivo da NaniGen é enviar grupos de pesquisadores com equipamentos de última geração ao chamado micro-mundo habitado por  insetos, bactérias e outros animaizinhos nada legais para recolher amostras que podem ser utilizadas na fabricação de medicamentos que futuramente poderão acabar com moléstias incuráveis.  Com o avançar das páginas, os leitores vão chegando a conclusão de que na verdade as intenções da empresa são bem diferentes  e nada altruistas. Pelo contrário;  a exploração do micro-mundo é um disfarce para despitar o seu verdadeiro objetivo. É evidente né ‘migo’  que não vou revelar qual objetivo néee....
Quando  Éric é assassinado pelo seu sócio inescrupuloso, Vin Drake, por ter descoberto as verdadeiras intenções da NaniGen, seu irmão Peter Jensen se torna um alvo em potencial. Resultado: ele e seus amigos são miniaturizados, pelo vilão, e enviados ao chamado micro-mundo.  Pronto! A partir daí, prepare o seu coração para as emoções. E que emoções! Os nossos sete protagonistas micro-humanos são, literalmente,  abandonados em uma vasta floresta tropical na grande ilha do Havaí de Oahu, ficando à mercê  de um “Mundo Perdido” .  Os jovens cientistas encontram uma natrureza hostil e a cada instante deparam com perigos  intensos e surpreendentes. Armados apenas com o conhecimento do mundo natural, de repente, são obrigados a enfrentar predadores terríveis que até há poucos instantes não passavam de simples insetos ou bichinhos inofensivos. Eles tem que vencer esses obstáculos para tentar impedir que Vin Drake coloque em prática o seu plano diabólico. 
Gostaria de alertar os leitores  com estômagos mais fracos que existem trechos que realmente causam náuseas, mas daquelas náuseas instantaneas em que  o vômito vem logo a seguir (rs). Um deles  é o ataque de uma vespa que após ferroar  e paralisar  a sua vítima humana com veneno, carrega-a  ainda viva para dentro do ninho para que sirva de alimento para... digamos... os seus filhotinhos.  Outra passagem  “braba” é o ataque organizado das formigas cabeçudas, uma das espécies carnívoras  mais predadoras do mundo.  A sua forma de atacar é semelhante ao dos velociraptores em “O Parque dos Dinossauros”, também de Crichton. Elas são extremamente inteligentes e... letais. Mas nada se compara  a dois momentos  por demais asquerosos. O primeiro deles quando uma vespa parasitária pega de supresa um dos cientistas dormindo num pequeno galho de uma árvores e simplesmente.... confunde o seu braço com uma larva. Sente só o drama: “ Ele ouviu uma aproximação ruidosa que planou por cima como um helicóptero... Era uma vespa... Ela desceu.... tocou suavemente a antena em seu braço esquerdo e sentiu a textura macia e o gosto da pele... Era uma pele branca e macia como uma lagarta... Então, de repente, a vespa”.... Aii Aii Aii!!! Mãêeeeeeeeeee!!! Quero lembrar disso não!!!  E quero lembrar menos ainda do trecho em que os caras já ‘mortos’ de fome no micro-mundo – no desespero – resolveram matar um...... (pontinhos) e provar a carne esbranquiçada e gosmenta do ... (pontinhos novamente). Ecaaaaaaaaaa!!! Ah! E comeram ainda os bifes crus e disseram que: - “bem, até que é saboroso”. Ecaaaaaa novamente!!!
Cara! Chega vai! Enfim, “Micro” é isso aí. Perto do final do livro, há revelações surpreendentes que mudam de maneira quase que total o contexto da história. 
E se esses poucos trechos que descrevi no post já serviram para acelerar o seu coração ou então causar náuseas, espere só quando ler os demais, principalmente o ataque de um micro-robô que por engano entra na sala de miniaturização e recupera o seu tamanho normal. Bem... melhor esquecer.
Inté e boa leitura!

“O Massacre da Serra Elétrica: Arquivos Sangrentos” será lançado em abril

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Quando “ O Exorcista” foi lançado em 1973, a maioria dos cinéfilos tinha certeza de que nenhuma outra produção do gênero terror conseguiria repetir o êxito da história sobre aquela criança possuída pelo demônio. Pensei que nenhuma cena superaria a  “virada” de cabeça de 360 graus sobre o próprio pescoço de uma menina endemoniada com a expressão toda distorcida. Então, um ano depois (1974) o diretor Tobe Hooper  lançaria “O Massacre da Serra Elétrica”. E pronto; e lá iriam todas as minhas convicções de pré-adolescente para o lixo. Após assistir o filme com o coração na mão, a Regan possuída sairia do meu imaginário para ceder espaço para o homicida Leatherface.
O calafrio provocado por um serial killer com problemas mentais que matava as suas vítimas com uma moto-serra e depois retirava a pele para se vestir com o estranho “souvenir” era muito maior do as vomitadas de gosma verde  e “giradas de cabeça” de Regan. Tão maior que após quase 40 anos, ainda não consigo rever o filme de Hooper. Sei lá; me chamem do que quiser: covarde, medroso, poltrão; mas a verdade é que não consigo... Pô!!
Pois é, os tais quase 40 anos ainda não conseguiram amenizar o incômodo e a sensação de mal estar que o filme provoca. Acredito que muitos de vocês que estão lendo esse post pensam como eu; e tem na figura de Leatherface o motivo de seu principal medo “interior-adolescente”.
Bem galera, a boa notícia para aqueles que se “deliciaram” (deliciaram??!!) ou melhor tremeram de medo com o filme de Hooper é que a editora Darkside, especializada em livros de terror e suspense, acabou de lançar neste mês de março, o livro “ O Massacre da Serra Elétrica: Arquivos Sangrentos”, inaugurando a “Coleção Dissecando: Clássicos de Terror”.
Ed Gein: o Leatherface real
Pera aí gente! Para os mais apressadinhos que estão pensando se tratar de uma simples adaptação do roteiro cinematográfico, de 1974, para as páginas, já adianto que não tem nada a ver. A obra escrita pelo inglês Stefan Jaworzyn vai muito mais além. É algo profundo mesmo! Diferente, fugindo dos padrões convencionais e que, por isso, certamente irá agradar tantos cinéfilos quanto leitores. O livro é uma verdadeira enciclopédia de informações e curiosidades sobre a obra de Hooper. “O Massacre da Serra Elétrica: Arquivos Sangrentos” conta a história da produção do filme, além de reunir diversas entrevistas com o elenco, abordando a repercussão na época. 
O livro reúne ainda histórias dos bastidores dos filmes da série, perfis do diretor e do psicopata que inspirou o longa, críticas da época, além dos relatórios que recomendavam a censura do filme, tudo amplamente ilustrado com fotografias raras e inéditas.
As lendas urbanas criadas pelos filmes da série, ao longo dos anos, também estão incluídas na obra literária de Jaworzyn que já foi editor do fanzine de horror Shock Xpress (1985-1990), que deu origem à série de livros homônimos, além de fundador do festival de filmes de horror Shock Around the Clock.
Talvez, muitos de vocês estejam questionando nesse momento se uma película de baixo orçamento, com atores desconhecidos e ainda por cima sem a devida e merecida atenção do estúdio que aceitou filmá-la merecia um livro tão aclamado como esse. Eu respondo: “Merecia e muito”.
Livro capa dura edição limitada
Apesar de desacreditado pelos próprios produtores que destinaram uma verdadeira merreca para a produção do filme, “O Massacre da Serra Elétrica”  levou verdadeiro pânico aos jovens da época, com Leatherface inundando o imaginário das pessoas com ao mais terríveis pesadelos.
O filme de Hooper causou uma revolução após o seu lançamento, abalando todas as estruturas, fugindo completamente do convencional. Nenhum outro filme do gênero havia conseguido chegar tão fundo no que se refere ao medo visceral. Imagine bem; no meio do puritanismo cinematográfico do início dos anos 70,  no que se referia à cenas de violência explícita, surge um roteiro que tem como personagem principal um homicida com deficiência mental que mutila as suas vítimas com uma moto-serra!!! Para romper de vez as convenções, esse homicida ainda arranca a pele de suas vítimas para se vestir e fazer uma máscara. Mais ainda... tem uma família de canibais tão desequilibrada quanto ele que saboreia alguns filés extraídos das pobres vítimas. E para finalizar... as cenas do serial killer “partindo”  as suas presas humanas ao meio com a tal serra elétrica são mostradas quase que explicitamente!! Nunca esqueço a cena em que Leatherface pendura um cadáver num gancho de açougue para extrair a sua pele. Arghhhh!!!
Cara! Um filme com essas características não poderia passar despercebido naqueles tempos. Explodiu tudo! Resultado:  a censura caiu matando em cima e proibiu a exibição do filme em vários países, o que só serviu para aumentar ainda mais a curiosidade dos cinéfilos que faziam filas monstruosas nos cinemas onde a produção estava liberada.
Tobe Hooper demonstrou toda a sua genialidade ao dar ao filme um clima realista, quase documental. Percebemos isso logo no início da história quando uma voz em off faz um resumo do drama vivido pelo grupo de jovens que numa tarde de final de semana resolvem “pegar” uma das estradas do Texas para viajar, sem saber que passariam a viver o maior pesadelo de suas vidas ao cair nas garras de uma família de canibais.
“O Massacre da Serra Elétrica” foi inspirado no psicopata Ed Gein, talvez o mais famoso sociopata sexual do século  XX.  Em 16 de novembro de 1957,  os policiais encontraram na fazenda de Ed Gein, um conjunto de relíquias macabras que entraria para a história da criminologia e psiquiatria. Eles encontraram em sua fazenda, dentre outros artefatos: 9 máscaras feitas de pele humana; tigelas de sopa feitas do topo cerrado de crânios humanos;
10 cabeças de mulheres com o topo cerrado; cadeiras revestidas e forradas de pele humana; 9 vaginas em uma caixa (a da sua mãe estava pintada de prata); 1 cinto feito de mamilos femininos; 1 pucha-cortina feito de lábios humanos; 1 caixa com narizes; 1 abajur feito de pele humana; 1 caixa de aveia contendo pedaços de cérebros; sutiã e outras “peças” de roupas feitos de pele humana; órgãos e vísceras humanas dentro da geladeira; crânios enfeitando sua cama e outras souvenires macabros.
Ed Gein – que tinha um pouco de deficiência mental - nunca disse quantas pessoas matou. Confessou apenas dois assassinatos, mesmo assim após ser torturado pelo xerife responsável pelo caso. A maioria dos pedaços e restos de corpos encontrados em sua fazenda eram de cadáveres que ele havia desenterrado no cemitério local. Nunca ao certo se soube quantas pessoas ele realmente assassinou.
Além de Ed Gein, o filme também teve como inspiração um crime ocorrido um ano antes no Texas e que chocou a sociedade norte-americana, dando origem a uma série de lendas urbanas.
Ator Gunnar Hansen que viveu Leatherface no filme de 1974
O livro conta ainda como aconteceu a escolha do ator que viria interpretar Leatherface. É evidente que não vou revelar aqui como Gunnar Hansen ganhou o papel e como ele se preparou para encarnar o personagem. Deixo isso para as páginas da obra de Jaworzyn.
E como já citei no começo desse post, “O Massacre da Serra Elétrica”: Arquivos Sangrentos” brinda, também, os seus leitores com um arquivo de fotos inéditas dos bastidores do filme e também de fatos epersonagens que inspiraram a obra.
Ah! Pera aí. Acho que deixei o melhor para o final. Depois de “O Massacre da Serra Elétrica” virão outros ‘arquivos sangrentos’. Explico melhor. É que a editora Darkside pretende dar sequencia ao projeto que consiste no lançamento de livros que contenham todas as curiosidades sobre famosas produções de terror, escancarando as portas dos bastidores desses filmes. Um verdadeiro “Making of literário”. Tudo indica que o próximo da lista será “A Morte do Demônio” (The Evil Dare) de Sam Raimi.
E aí gostaram? Então reserve já o seu exemplar que já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais. Faça isso logo porque a edição de luxo capa dura é limitada. “O Massacre da Serra Elétrica”: Arquivos Sangrentos” deve ser lançado oficialmente no próximo dia 15 de abril.
Inté!

Suma de Letras lança sete novidades de Stephen King em 2013

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Cheguei em casa correndo do serviço, sentei-me na frente do computador para redigir um post ‘ultra-rapidamente’, porque uma hora e meia depois já tinha um outro compromisso profissional inadiável. Entrei como um vulcão em meu quarto: - “Oi ... oi e oi.... só vou jantar quando voltar ‘denoitão’. Tenho de redigir algo correndinho. Vou fechar a porta para me concentrar. Tchau!” Estas foram as palavras que saíram de minha boca como uma metralhadora.
Ouvi ainda minha tia, da capital, que estava por aqui passeando dizer: -“Nossa! Deve ser um assunto importante para ele deixar de lado o seu prato preferido”. E adivinha de qual prato minha estimada tia estava se referindo?  Lasanha acompanhado de peito de frango cremoso. Uhauahua!! Meu prato pra lá de preferido!! Pois é, todos lá em casa ficaram completamente pasmados e ao mesmo tempo curiosos.
O zum zum continuou. Outro tio ‘soltou’: -“Deixa ele trabalhar, deve ser aquele caso do roubo com refém de hoje cedo”. E por aí vai. Apesar da porta do quarto estar fechada, ainda conseguia ouvir algumas conjecturas dessa minha atitude, digamos que... um pouco anormal.
Já estava no meio do post quando alguém abriu a porta e entrou. Adivinhe quem?? Se você respondeu: “Kid Tourão”, ‘seo’ Touro ou simplesmente “Tourão”, acertou na lata!
Apesar do desânimo e tristeza evidente em seu rosto por causa da doença que ainda não o abandonou, ele abre aquele sorriso maroto – escarrapachado em sua cadeira de rodas, a qual ele chama de carrinho – e diz: - “Você está escrevendo alguma coisa do ‘Kinga’ né? Na sequencia tascou: “Você acha esse ‘Kinga’ melhor do que a lasanha não é?” Deixei a escrita um pouquinho de lado, dei aquela risada gostosa e respondi para esse velhinho especial: - “É sim Tourão. Estou escrevendo sobre o Kinga”. Antes de sair ‘rodando’ em seu ‘carrinho’ ele disse: - “Então pode deixar, que eu como por você”. Ahahaha!! Grande e velho Touro. Imbatível Kid Tourão que já aprendeu a chamar Stephen King de “Kinga”! Apesar do pouco estudo, ele teve a sensibilidade para descobrir o motivo do meu ‘afogueamento’ ao chegar em casa correndo, ao ponto de abandonar um dos pecados responsáveis pela minha gula.
Pois é galera, ao tomar conhecimento do calendário de lançamentos das obras de Stephen King quase comprei um repertório de fogos de artifícios para promover um festival pirotécnico. E juro que merecia tudo isso, porque a maioria dos livros prometidos pela Editora Suma de Letras – responsável pela publicação das obras do escritor no Brasil – estão previstos para desembarcar neste ano de 2013 na terrinha. E alguns deles chegam ‘bunitinhus’, com capas luxuosas, prefácios misteriosos escritos pelo mestre do terror, tradução de qualidade e por aí afora. Portanto, com certeza, merecia um post especial, mesmo que para isso eu tivesse que fazer algum sacrifício, o qual vocês e o Tourão, com certeza, já sabem: abdicar do meu prato preferido preparado por uma tia que raramente viaja por essas bandas..
Mas vamos as novidades “Kingnianas” que estarão aterrisando por aqui em 2013. Lembrando que algumas delas já acabaram de desembarcar. Como é o caso de “A Auto-Estrada” e “Quatro Estações”. As demais chegarão em abril, maio, junho e novembro.
01 – A Auto-Estrada (Lançamento: Março)
Aqueles que leram – eu ainda não tive a oportunidade – garantem que “A Auto-Estrada” é um thriller de suspense psicológico eletrizante. Pelo menos a sinopse aponta para isso. King escreveu o romance em 1981 sob o pseudônimo Richard Bachman e nele conta a história de Barton George Dawes que, após saber que sua casa e seu local de trabalho serão demolidos para ser construída uma auto-estrada, fica frustrado e de cidadão comun passa a ser uma ameaça à cidade. Seu filho morrera recentemente por causa de um tumor no cérebro e o seu casamento não vai nada bem. E depois dessa notícia, ele fará de tudo para que sua casa e seu local de trabalho não sejam demolidos, que é onde estão suas memórias, a sua história, a sua vida.
King escreveu esse livro durante um momento muito difícil de sua vida, período em que sua mãe vinha sofrendo muito com uma doença grave. Ela viria morrer um ano antes da publicação, vítima de um prolongado câncer. O próprio King revelou que em alguns momentos da trama se identificou com George Dawes.
O livro foi relançado no formato Pocket, ou seja, edição de bolso. Apesar daquelas letrinhas minúsculas que enchem o saco, é evidente que a leitura vale à pena.
02 – Quatro Estações (Lançamento: Março)
Quatro Estações na versão pocket
Tai outra obra de King relançada no formato pocket neste ano. “Quatro Estações” foi publicada originalmente em 1982. Antes de escrever alguma coisinha sobre o livro deixe-me fazer uma pergunta para os apreciadores da sétima arte. O que vocês acharam dos filmes: “Um Sonho de Liberdade” (1994) com Tim Robbins e Morgan Freeman; “O Aprendiz” (1998) com Ian McKellen e “Conta Comigo” (1986) com River Phoenix e Richard Dreyfuss? Se a resposta foi: “A-D-O-R-A-M-O-S !!”. Só posso dizer: comprem imediatamente “Quatro Estações”. Não percam um minuto sequer para, depois, não ficarem chupando o dedo e se lamentando.
Estes três clássicos do cinema foram, na realidade, adaptados de contos do livro “Quatro Estações”. A obra de King de 685 páginas tem quatro histórias que mostram uma outra faceta do mestre do terror, bem diferente do seu universo habitual, mas com a mesma marca de excelente contador de histórias que ele conquistou ao longo de sua carreira. King constrói narrativas baseadas no dia-a-dia de personagens comuns e mostra sua habilidade em criar demônios. Em Quatro Estações, o mestre do terror americano, se distancia do sobrenatural e mergulha no dia-a-dia de personagens comuns.
Quatro Estações edição de 1982
Em "A Primavera Eterna", um homem tenta escapar de uma prisão de segurança máxima, após uma condenação injusta. Esta história foi adaptada para o cinema sob o título "Um sonho de liberdade". Já o filme “O Aprendiz” bebeu na fonte de "Verão da Corrupção" que traça o relacionamento entre um adolescente e um velho nazista. Para não entregar o criminoso alemão às autoridades, o garoto exige que o fugitivo lhe relate suas memórias. A partir de então um tenso jogo psicológico surge entre os dois, ameaçando a sanidade do jovem. Em "O Outono da Inocência" um grupo de jovens encontra um corpo, marcando sua passagem para o mundo adulto. Este conto foi para a telona com o título de "Conta comigo". A última história, "Inverno no clube" traz a luta de uma mãe para salvar seu filho. Este último conto ainda não recebeu uma adaptação para as telonas.
03 – “A Dança da Morte” (Lançamento: Abril)
Edição lançada em 2005
Lançado originalmente em 1978, “A Dança da Morte” é considerado por muitos fãs como o melhor livro da carreira de Stephen King. A obra tem um clima apocalíptico e será lançada em abril no formato edição de bolso. No enredo, uma poderosa arma biológica é acidentalmente libertada de uma base secreta nos Estados Unidos. Um vírus extremamente mortal acaba dizimando quase toda a população da terra, excetuando uma pequena parcela resistente à ele. Logo os sobreviventes se vêem divididos e são obrigados a optar entre uma bondosa senhora de idade chamada Mãe Abigail ou um ser misterioso chamado Randall Flagg, cuja primeira atitude no momento de crise é recrutar a escoria da sociedade sobrevivente para formar o seu “batalhão”, tencionando conquistar, com eles, o que restou da civilização moderna pós apocalíptica. A partir daí começa um embate estilo “duro de matar” entre os dois grupos.
Apesar do lançamento em pocket de “A Dança da Morte” previsto para abril, é importante frisar que o livro no tamanho standard – aliás, um pouco maior que esse padrão – ainda continua a venda em algumas livrarias. Trata-se da edição lançada em 2005 e que inclui mais de 500 páginas de texto anteriormente eliminado e trechos inéditos que King acrescentou enquanto refazia o manuscrito para outra geração de leitores.
Acredito que a diferença  gritante, entre as versões pocket e standard deverá ser o preço, além daquelas letrinhas minúsculas maledetas . Enquanto o “livrão” custa R$ 99,90 – uma maneira disfarçada de cobrar R$ 100,00 – o livrinho com as tais letras miseráveis - que será lançado em abril - deverá ter um valor módico para caber no bolso da galera (rs).
04 – O Talismã (Lançamento: Abril)
Pocket de O Talisma já em pré-venda
Taí mais uma edição de bolso do King!! Caraca! A Suma de Letras (um dos selos da editora Objetiva) abriu as comportas dos pockets! Vou ser sincero. Não gosto muito dos chamados livrinhos. Tudo bem que é mais barato. Tudo bem que cabe no bolso e na bolsa. Tudo bem que o seu formato é um baita sucesso nos states. Tudo bem e tudo bem e mais tudo bem; mas eu não gosto pô!!!  Acho um saco. Aquelas letrinhas que judiam das nossas pupilas são um p... castigo. Mas vá lá; fazer o que né?
“O Talismã” foi publicado originalmente em 1983 e lançado no Brasil dois anos depois pela editora Franscisco Alves, mas a edição mais famosa e que vendeu horrores por aqui é a de 2007 publicada pela Objetiva com 505 páginas na versão standard e não no famigerado pocket.
Em "O Talismã", Stephen King convida o leitor a embarcar numa aventura com todos os ingredientes das histórias que o tornou o mestre do horror e da fantasia contemporâneo. Jack Sawyer, um garoto de 12 anos, está preste a iniciar uma jornada fantástica: a empolgante e assustadora busca de um talismã. Jack sabe que correrá vários riscos e que sua coragem e resistência física serão testadas a cada segundo. Ele dará tudo de si, pois de seu sucesso depende a vida de sua mãe... Para atingir sua meta, Jack terá de lutar contra um inimigo furioso e cruel que está disposto a fazer qualquer coisa para destruí-lo e atravessar não apenas os Estados Unidos de costa a costa, mas também os Territórios, uma região assombrosa e ameaçadora.
Enredo interessante não é mesmo? Se vocês forem como eu, que sofre de ojeriza pelos pockets, podem desembolsar aproximadamente R$ 70,00 e adquirir o digamos... livro no tamanho normal de “O Talismã”. Agora, se a galera não faz diferença quanto a tamanho, pode esperar a chegada da versão pocket que, inclusive já está em pré-venda em algumas livrarias virtuais. A previsão é de que a edição de bolso de “O Talismã” chegue nas mãos dos leitores em 22 de abril.
Decidam...
05 – O Vento através da Fechadura (Lançamento: Junho)
Pelo amor de Deus! Chega desse lance de pockets! Vamos falar escrever sobre l-i-v-r-o, de fato. Tudo bem... tudo bem... me desculpem aqueles leitores que são adeptos dos livrinhos de bolso; mas é que eu prefiro manter distância (rs).
Mas vamos ao que interessa. Buemba! Buemba! Stephen King resolveu lançar o oitavo volume da “super-saga” ‘A Torre Negra’. Pêra aí! Pode parar tudo! Como assim, oitavo se a saga foi concluída no sétimo volume mêo!! Gente. Calma aí; eu explico. È que o nosso ousado mestre do terror, talvez após um sopro de inspiração, resolveu escrever um livro que preenchesse alguns vazios da trama existentes entre os livros ‘Mago’ e ‘Lobos de Calla’, respectivamente quarto e quinto volumes de ‘A Torre Negra’.
Cara! Só mesmo um gênio como King poderia ter um insight desses. Escrever um livro que não seqüenciasse o anterior da saga, mas sim, aqueles escritos bem antes. Grande King!!
O livro foi lançado em abril do ano passado nos states e agora – nada mais justo – chegou a vez do Brasil. “O Vento através da Fechadura”, oitavo e – tudo indica – último volume da saga “A Torre Negra” aterrissa no País verde e amareloi em junho deste ano. E o melhor: em brochura, maior que o tamanho standard e não no famigerado estilo anão... Êpa.... Desculpas novamente....
Bem pessoal, mas tai! O importante é que uma das sagas mais famosas da literatura mundial e que demorou vinte e três anos para ser concluída terá mais um livro. E Zefini!
06 – Novembro de 63 (Lançamento: Novembro)
A Suma de Letras não tem nada de boba né? Deu o golpe, certinho (rs). Deixou pra lançar na ‘terrinha’, um dos livros mais aguardados de King – talvez, superando em expectativa até mesmo “Sob a Redoma” – no mês de novembro. Mas o que isso tem de diferente ou especial?? É simples. Novembro é título do livro que tem como trama principal o assassinato do presidente americano JFK que, como vocês sabem, aconteceu em novembro.
É claro que não vou escrever ‘tudo de novo’ sobre o livro, mesmo porque já publiquei vários posts sobre esse lançamento. Aos interessados que desejarem conhecer um pouco mais sobre o enredo da história, recomendo esse post aqui.
Ah! Antes que me esqueça... estou contando nos meus 20 dedos – 10 das mãos e outros 10 dos pés – a chegada da obra nas livrarias. Com certeza, serei um dos primeiros a adquiri-la.
07 – Pesadelos e Paisagens Noturnas (Lançamento: Novembro)
Prá você que se arrepiou com os contos: “O Piloto da Noite”, “A Dentadura Mecânica”, “O Dedo Semovente” e “Sabe, Eles Tem uma Orquestra do Diabo”; a boa nova é que a “Suma de Letras” também optou por relançar o famoso livro de contos de King, publicado originalmente em 1993, “Pesdadelos e Paisagens Noturnas.
Só uma dica e sem spoilers. O conto “Sabe, Eles Tem uma Orquestra do Barulho é antológico. Disparado o melhor do livro.
Prá variar, “Pesadelos e Paisagens Noturnas” será lançado na versão pocket.
Fico por aqui.
PS: Vai aqui um puxão de orelhas na Suma de Letras. Vários dos livros relançados nesse ano ainda podem ser encontrados facilmente nas livrarias e nos sebos. Portanto, sei lá... fica meio estranho... Acho que perde um pouco aquele ‘lance’ de novidade. O leitor acaba adquirindo o livro com aquele sorrisinho torto. – “Vou comprar porque sou fã do King, mas só por isso”. Geralmente são essas palavras de frustração que saem da boca da maioria dos leitores. Enquanto isso, fico por aqui sonhando – acho que delirando, caberia melhor - com os meus botões o dia em que poderei publicar o seguinte post no blog: “Fãs de King já podem comemorar! Depois de décadas de espera vem aí os relançamentos antológicos: A Hora do Lobisomem, A Metade Negra, Trocas Macabras, Os Livros de Bachman (sem a Furia, cuja publicação foi proibida pelo autor), Cão Raivoso, Angústia e Depois da Meia Noite”.
Estas sim, obras que valem a pena serem chamadas de ‘relançamentos verdadeiros’.

Cinco livros para ler num hospital

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Cá estou eu, novamente, defronte à uma cama de hospital. Ehehehe... Que maneira mais tétrica de começar um post. Fazer o que né galera? Mas podem acreditar, essa é a mais cristalina das cristalinas verdades. E estou  ao lado de quem?  Vai; responde aí. Dou de brinde três noitadas como acompanhante de um Maradona completamente falido e esclerosado, internado no quarto individual de um hospital do SUS e com a equipe de enfermagem em greve. Bem... com isso, sobrará para você trocar os fraldões do cara, dar comidinha em sua boca e por aí afora. E nos momentos de folga, escutar de sua própria boca, várias provocações gringas contra nós, brasileiros. E então? Topas brincar de advinha quem? Como eu acho que ninguém quer arriscar; vou responder logo de cara: estou com o Kid Tourão. Cara, aliás, não sei pra que toda essa enrolação, já que tenho certeza que a maioria do pessoal já sabia, desde o início do texto, quem é a figura que está comigo.
Mas enganam-se aqueles que acreditam que estou triste. To não. Afinal de contas, estou ao lado do velhinho mais animado e alto astral do planeta. Nada ranzinza ou pessimista, apesar dos seus quase 90 anos, e consciente da operação arriscada que passará amanhã.
O problema é o tal do clima hospitalar. Como estou perto da ala cirúrgica, a coisa por aqui é meio baixo astral. Macas que passam por aqui e por ali transportando pacientes entubados e desacordados; enfermeiras correndo de um lado para o outro; cirurgiões debruçados nos postos de enfermagem confabulando sobre procedimentos cirúrgicos; mas olha... nada mais triste do que ver aqueles médicos saindo de uma portona anexa ao centro cirurgico com aquela expressão triste no rosto, dando a notícia que familiar de nenhum paciente em todo o mundo gostaria de escutar. Mêo... confesso que é uma facada na alma ouvir o choro agoniado de uma mãe que jamais voltará a ver o filho ou de uma esposa que jamais voltará a ver o seu esposo. Fico imaginando ieuuuzinho amanhã sentado naquele baita salão, aguardando com os dedos cruzados e o terço na mão a mensagem do médico que estará operando o velho Tourão. Espero que ele diga: “Cacete!! O velho é foda!! Ta pronto pra outra irmão!!” Já pensou que engraçado seria um médico assim! (rs). Pense nele saindo do centro cirúrgico com um MP4 acoplado nos ouvidos e curtindo aquele heavy metal pesado que foi tema do primeiro “Homem de Ferro”.
Tudo bem, galera, me desculpem as “viajadas”, a “tetricidade” e principalmente as “fugidas” de assunto, mas afinal de contas se eu não puder falar o que sinto com vocês que seguem esse espaço, vou falar com quem ?! Então guenta aí um pouquinho....
Ah! Esqueci ainda do que um dos médicos falou para o Touro durante o teste de anestesia realizado ontem. “Ô loko Tourão!! Vão colocar um carro dentro do senhor!!” Se referindo a qualidade da prótese endovenosa que estarão implantando no peito do velho. De imediato, Kid Tourão respondeu: O que? Um carrinho? Eu preferia um Fenemê sêo doutor...”. Caraca! Um Fenemê!! Afinal de contas o que significa isso? Só fui descobrir depois de pesquisar na Internert – antes de vir para o hospital, já que aqui estou sem sinal. Um Fenemê seria a marca ultra antiga de um caminhão,considerado top de linha há mil anos atrás, ou seja, na época doTourão (rsss).
Mas tudo bem, tudo bom, tudo legal... vamos ao que interessa: ao objetivo desse post que até há poucos instantes estava sem nenhum objetivo. Pensava apenas em ficar jogando palavras ao vento para desabafar um pouquinho, contando as minhas aventuras e do Kid Tourão neste hospital localizado num lugar tranqüilo, mas por outro lado, lá onde o avô do Judas perdeu a meia furada junto com o botinão. Mas, de repente, surgiu uma idéia meio maluca, do tipo, escrever sobre alguns livros que li durante as minhas andanças nos “hospitais da vida” e olha que foram muitas nessas mais de cinco décadas de vida.
Espero contribuir com algum de vocês que terão de passar por esse local, digamos não muito confortável, mas necessário em alguns momentos de nossas vidas. Enfim, obras literárias que me ajudaram e muito a enfrentar as noites traiçoeiras de uma ala hospitalar. Vamos à elas.
01 – Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva)
A primeira vez que li “Feliz Ano Velho” do Marcelo Rubens Paiva – sim, a primeira vez, já que reli o livro ‘umas’ quatro vezes – foi numa horrível noite quando os espectros de uma cólica renal me atacou.
Cara! A coisa foi fatal. Gemia, chorava, urrava, mijava, babava e rolava de dor. A cólica renal que tive naquela noite pós formatura foi braba. Braba não; foi medonha!
Só sei que mesmo após ser medicado, a dor em forma de pontadas intermitentes nas costas, insistia em continuar que açoitando. Resultado: no dia seguinte, o médico plantonista que já havia me atendido na noite anterior, ficou tão compadecido do meu estado físico e psicológico (parecia o Zagalo após aquela vergonhosa e maxi-humilhante derrota do Brasil para a Holanda de Johan Cruyff nas semifinais da Copa de 74) que ele decidiu me deixar internado por mais um dia.
Pedi, então, para que meu irmão levasse o livro do Marcelo para que eu pudesse ler no leito de dor e sofrimento. Havia ganho o livro de uma colega de universidade, mas ele acabou ficando meio esquecido na estante. Mas de tanto ouvir os amigos contarem alguns detalhes sobre o livro me interessei pela história e resolvi lê-lo – digamos numa situação inusitada – numa cama de hospital.
Acabei me envolvendo tanto com a história do filho do deputado Rubens Paiva – um dos desaparecidos da ditadura militar – que no início da tarde, ao entrar em meu quarto para realizar um novo exame, o mesmo médico que havia dobrado o plantão exclamou: “- Rapaz! Me empresta esse livro que eu preciso dar uma reanimada”.
Gente, de fato! “Feliz Ano Velho” é um livro para levantar qualquer irmão que esteja à beira do abismo do desespero. Uma lição de vida para aqueles sujeitos que acreditam que os fatos negativos e não tão bons da vida só acontecem com eles e por isso passam a maior parte de suas vidas se lamentando.
Além de ser um livro do tipo “levanta defunto”, a história do Marcelo é engraçada, fazendo com que o leitor chore de rir em muitas passagens. Costumo dizer que o autor soube dosar com maestria drama, humor e até mesmo auto-ajuda na medida certa. Resultado um livro fantástico!
Na época, o Marcelo era um jovem que curtia a vida ao máximo, sugando cada momento de prazer e felicidade que o Sr. Destino nos oferece. Namorava, fumava, bebia, viajava, curtia as festas nos vitrolões com os amigos e principalmente amava o seu pai do fundo do coração. Mas, de repente, num tão não belo dia assim, ele resolve sair para nadar com os amigos num lago próximo à rodovia dos Bandeirantes e após um mergulho mal feito e calculado, acaba ficando tetraplégico.
Durante esse período brabo de adaptação à uma cama de hospital, completamente adverso ao estilo de vida que levava, o autor mostra a dificuldade que muitas pessoas sofrem com essa situação e a força de vontade que um homem tem de ter para se inserir novamente na sociedade, enfrentando seus problemas e medos.
Nesta fase de recuperação, Marcelo conta com carisma e sinceridade detalhes de sua infância e de sua juventude. Revela seus casos amorosos, retrata sua carreira musical, enfim, faz uma verdadeira viagem no tempo em seus 22 anos de idade.
Enquanto lia “Feliz Ano Velho” pensava comigo: -“PQP! O cara sofreu tudo isso e ainda teve força para tocar a vida com bom humor. Agora, porque eu, com uma dorzinha nos rins – quer dizer... não tão dorzinha assim -  não posso fazer o mesmo?
Tchannn!!! Lavei a cara com óleo de peroba e fui pra luta.
- “Seo doutor!!!! Quero sair daqui para curtir a minha vida linda e maravilhosa!!
02 – Pulmão de Aço (Eliana Zagui)
Sabem de uma coisa... Nós vivemos, a maior parte de nossas vidas, na vertical e ainda assim reclamamos que somos uns azarados, infelizes e desafortunados. Caraca! Sabem o que é viver toda a sua vida na horizontal?! Vai experimenta! E vê se assim para de reclamar um pouco da vida que leva! Para fazer esse teste, basta ficar um mês inteiro deitado em sua cama, sem se levantar e sem se mexer uma única vez. Pêra aí. Vou dar uma colher de chá. Pode mexer sim, mas só a cabeça. E aí? Topas?
No livro “Pulmão de Aço”, Eliana Zagui - que em 1976, antes de completar dois anos de idade, foi vítima de poliomelite - conta o seu drama ao chegar
no Hospital das Clinicas paralisada do pescoço  para baixo e dependente de um respiradouro artificial. Eliana reúne memórias de 36 anos vivendo em uma cama de hospital e conta como é a vida na "horizontal", como ela mesmo se refere.
Ela teria todos os motivos para ser uma pessoa frustrada, mas preferiu aproveitar as maçãs boas que a vida nos oferece, mesmo nas situações adversas. Prova disso é o seu bom humor ao afirmar que quem vive numa cama não tem a mesma perspectiva das outras pessoas. A autora diz que depois de tanto tempo deitada, não consegue mais ver o mundo na vertical. “No meu caso, principalmente, a perspectiva é toda horizontal. Há anos, por problemas respiratórios, não posso mais usar nem travesseiro. Vejo o mundo de baixo para cima ou de lado. Não sei o que é olhar para baixo", conta no livro.
O título do livro faz referência à máquina chamada "pulmão de aço", usada para exercer pressão negativa sobre o tórax e facilitar a respiração. No caso de Eliana, o tratamento não foi adequado, obrigando-a a usar o respirador artificial.
Ela revela em sua obra que não se recorda de quase nada de seus primeiros dias no hospital, mas tem vagas lembranças de sua infância vivendo dentro de verdadeiras geringonças que não entendia serem tão essenciais para a sua sobrevivência. Se lembra ainda de espelhos colocados sobre sua cabeça, presos aos pulmões de aço ou mesmo à cabeceira de sua cama.
Li esse livro numa tarde de sábado quando fui visitar um colega de trabalho que estava internado no hospital de sua cidade – pertinho da minha - com pneumonia. Enquanto aguardava o momento da liberação do horário de visitas, percebi que uma senhora de meia idade estava lendo esse livro. Me interessei pelo título e também pela capa. Logo ao chegar em casa, fui pesquisar na Net e entendi o motivo daquela mulher estar lendo uma obra desse tipo num lugar que muitas vezes nos traz uma mescla de sofrimento, dor e desesperança.
Rapaz! O livro é uma verdadeira lição de vida! Principalmente para os pacientes de hospitais que acreditam que a sua doença é a mais grave de todas. É ler e se levantar correndo da cama e gritando: “Eu sou o cara mais feliz do mundo!”. E na seqüência dar um chute em seu tenebroso estado de espírito.
03 – Hospital (Arthur Hailey)
Quáaaaaaaaaaaaaaaaaaa…. Quaaaaá!!! Estou gargalhando de peito aberto agora. Quem diria; eu aqui nesse hospital enorme e cheio de dramas, indicando um livro sobre um hospital também cheio de dramas! Ok, ok... podem me chamar de demodê, ‘ingnorante’ (como um colega meu costuma dizer. Pasmem, ele é jornalista!!!!), orelhudo, ‘descriativo’ (Iahuuu!! Essa foi boa!! – rs) e o escambau à quatro, por indicar um livro dramático sobre hospital para se ler num... hospital!! Mas confesso que não estou sendo nada sádico. É que o livro é bom mesmo! É bem antigo. Se não me engano foi publicado em 1959, mas é da hora.
Como se trata de uma lista pessoal, quero revelar que sempre tive curiosidade em conhecer o funcionamento interno de um hospital. Como é a vida e o trabalho de médicos, diretores, enfermeiros e etc que formam uma sistema responsável em salvar vidas humanas. Enfim, conhecer os bastidores desse conglomerado. E nada melhor do que fazer isso , digamos... ‘dentro do clima’, ou seja, num hospital. Agora não me diga que é a mesma coisa você ler, por exemplo, “O Destino do Poseidon” na cadeira de seu quarto, ao invés de uma cadeira localizada na proa de um navio?? Pronto; acho que já deu prá entender porque resolvi ler o livro de Hailey há quase três anos num hospital.
Acho que tive uma infecção intestinal e acabei ficando de molho durante dois dias no Pronto Atendimento de minha cidade me entupindo de antibióticos. Pedi para um primo que me trouxesse “Hospital”  para matar o tempo. Me envolvi tanto na história que li as mais de 300 páginas da obra nesses dois dias.
Hailey revela com maestria os segredos de um grande hospital, suas intrigas, seus triunfos, seus fracassos, o idealismo e a fé de homens e mulheres devotados em salvar vidas. O mundo que todo paciente desconhece.... E pra variar, eu fiquei conhecendo (rs).
Obra contagiante, ainda mais lendo num... hospital.
04 – Visões da Noite – Histórias de terror sarcástico (Ambrose Bierce)
Bem, como já disse escrevi acima, por se tratar de uma lista pessoal, posso escolher os livros que quiser, certo?? Ok, então, também incluo em minha listinha particular a obra prima de Bierce.
Li alguns contos do livro numa noite onde tudo deu errado num hospital, em que estava como acompanhante de uma tia, eu acho. Era meu dia de substituir um ‘primo bom samaritano’ que estava como acompanhante de ‘mia tia’, quando justamente no meu dia de turno, o que aconteceu?? Simplesmente ‘tia mia’ foi parar na UTI devido há uma falta de ar repentina. E segundo a regra do ‘maledeto’  hospital, um paciente não pode em hipótese alguma ter direito à dois leitos. Resultado: como titia foi conhecer um pouquinho os ares da UTI, perdeu a sua cama no quarto. Me explicaram que no momento em que ela saísse da Unidade de Terapia Intensiva seria deslocada para um outro quarto. E fazendo jus aquele velho ditado: “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco’ – digo isso, porque não era eu o protagonista daquela história, mas sim, tia mia. O menino aqui, não passava de um simples acompanhante (perceberam que até fonética da palavra acompanhante rima com figurante?) – a minha ‘humirdi’  cordinha arrebentou; e arrebentou bonito!
Após minha tia ser deslocada para a UTI, a assistente social do hospital – o qual me nego escrever o nome – disse com aquele ar de ‘profissional fria’: “- O senhor terá de retirar os seus pertences e os de sua tia daqui”. Em minha vã ignorância pensei que seria encaminhado para um novo quarto, onde aguardaria titia. De fato fui transferido, mas não para um quarto, mas para o saguão do maledeto hospital, como um desalojado. Explico melhor: como – lógicamente – não poderia ficar como acompanhante numa UTI, teria de ir embora e só retornar quando a ‘paciente tia’ já estivesse num quarto. Vai me pergunta agora, porque não fui embora e voltei depois? Vai pergunta logo, já que você deve estar me achando o cara mais tapado do mundo. Ocorre galera, que o hospital onde o menino aqui estava com a sua querida tia ficava isolado no meio do mato! Distante ‘quilômetros luz’ da cidade. Circular, só um por dia e pela manhã!! Lembrando que o meu desalojamento ocorreu às 18 horas. E pra variar, estava com pouco Money no bolso, cartão estourado e numa cidade estranha sem amigos e parentes. Quanto ao ‘priminho acompanhante’  já tinha pego o seu carrinho e se mandato para a sua city.
Bem, peguei a minha ‘tralha’ – edredom, travesseiro, sacolas de roupas, chinelos, etc,etc e mais etc, os quais quero esquecer e... me mandei para o saguão do ‘hospita’. Perguntei para o vigia se podia me deitar na cadeira tripla de espera. Ele disse: - “Olha irmão, sinto muito, mas não dá”. Irmão a PQP!! Quero ser irmão de uma onça, mas não daquele ... daquele... verme! O cara negou o ‘conforto’ de três cadeiras duras como pau para que o desalojado aqui pudesse passar a noite e ainda tem a cara de pau de me chamar de irmão... e com aquele sorriso sínico de quem diz: -“ Que otário...”
Resumindo. Fiquei sabendo que minha tia sairia da UTI na tarde seguinte – se tudo corresse bem – portanto, teria apenas de enfrentar uma madrugada braba e solitária num saguão brabo e solitário... bem, não solitário por inteiro, já que contei com a companhia de uma recepcionista e do vigia infeliz. Pensei comigo: -“Caramba, não trouxe nenhum livro para matar as horas”. Então me lembrei que ‘tia mia’  também era uma ávida leitora. Abri uma sacolinha, sua, e descobri um livro de Ambrose Bierce. Sabia que esse autor era um dos bam-bans do gênero terror e que havia desaperecido misteriosamente. Fora isso, não tinha lido nada sobre ele. Como não tinha outra opção, para enfrentar a noite agarrei o livro e comecei a ler. Rapaz!! Que coisa!! Fantastic!! Olha, não se deixe enganar pelo subtítulo “Histórias de terror sarcástico”. Nada a ver. Pelo contrário, os contos de Bierce não tem nada de sarcástico. Pelo contrário, eles são arrepiantes. Brrrrrrr.. Me tornei fã do sujeito... e já no segundo conto! Na minha opinião “Cruzando o Umbral” e “O Ambiente Adequado”  são os melhores. No primeiro, Bierce narra em estilo jornalístico o desaparecimento de pessoas que literalmente sumiram no ar, ‘sem mais-nem menos’. O conto tem um clima angustiante e por ser escrito num clima jornalístico, dá a impressão ao leitor que aquele fato fictício realmente aconteceu. Já em “O Ambiente Adequado”, Bierce narra o drama de um homem que para entrar no clima decide escrever uma história de terror num lugar assustador, que provoca calafrios na espinha. O final do conto também deixa o leitor com calafrios.
Resultado, quando terminei o livro já estava quase amanhecendo. Comecei a ler por volta da 1 da madruga. Confesso que não senti medo, mas prazer. Um livro muito bom... principalmente para se ler no saguão solitário de um hospital (rs).
05- Deixa Ela Entrar (John Advide Lindqvist)
Deixei para finalizar esse post com o livro de Lindqvist, por um motivo muito simples: foi a obra que escolhi – aleatoriamente, é verdade – para ser a minha companheira nesse momento em que o Kid Tourão está se preparando para enfrentar mais uma luta pela sua vida.. Sei lá pessoal; não me pergunte o por que de ter escolhido esse livro. Simplesmente escolhi, sem um motivo aparente. Havia acabado de ler “Micro”, de Michael Crichton e Richard Preston, quando vi em minha lista de leitura que o livro do autor sueco era o próximo. Passei a mão na obra, coloquei na bagagem e pronto. Estou lendo  o livro nos intervalos desse post. Garanto que a história de Oskar e Eli está contribuindo muito para que eu enfrente esse momento  meio ‘baixo astral’.
Tão logo conclua a leitura de “Deixa Ela Entrar” , estarei fazendo um post sobre a história de Lindqvist. Enquanto isso, se quiser saber algo mais sobre a obra entre aqui.
Gente... e por falarescrever em “Deixa Ela Entrar”, agora que conclui esse post,  preciso voltar à leitura dessa obra, enquanto o Tourão puxa uma sonada por aqui com direito há um ronco que mais se parece uma orquestra regida por um pedreiro.... Que me desculpem os pedreiros.
Ah! Antes de encerrar o post; como já expliquei no facebook do Livros e Opinião fiquei todo esse tempo sem postar por causa dos problemas de saúde do Senior Tourão. Espero que agora, retome a regularidade.
Inté pessoal!!

Deixa Ela Entrar

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Olha... mesmo que eu quisesse açoitar o livro de John Ajvide Lindqvist; mesmo que eu tivesse achado a história uma porcaria, pura perda de tempo; mesmo que eu desejasse pegar uma tesoura e picar a obra desse escritor para que outros leitores não perdessem o seu precioso tempo; jamais, em hipótese alguma, eu poderia fazer tudo isso. Sabem por que? Porque “Deixa Ela Entrar”  foi o meu confindente, companheiro e amigo solidário nas madrugadas solitárias que passei com o Tourão no hospital, em sua luta pela vida. Acredito que sem um livro – por pior que seja – seria difícil suportar tantas cenas ‘down’ que presenciei. Todas essas cenas restritas à perdas, perdas e mais perdas. Mães perdendo os filhos; esposas perdendo os esposos; filhos perdendo os pais. Caraca! Parece que o anjo da morte resolveu visitar todas as almas, cujos nomes estavam escritos no ‘livro do destino’, naquela fatídica noite em que eu estava por lá. Rapaz; como dói ver tudo isso! Não que eu seja um molenga, pelo contrário, já vi coisas de arrepiar em minha profissão, mas experimenta ouvir e ‘ver’  o choro agoniado de uma mãe que perde o seu filho único. Cara, é fod...!
E eram nessas horas que eu ‘grudava’ no livro de Lindqvist e mergulhava de corpo e alma na história... como se eu fosse um observador na pequena cidade sueca de Blackeberg, onde se desenrola a trama de Oskar e Eli.
Mas podem ficar tranqüilos porque eu não vou criticar a obra, afinal de contas ela é muito boa; boa não... brilhante. Talvez, depois do antológico “Drácula”  de Bram Stoker; o melhor romance sobre vampiros.
Ao contrário de  Vlad Tepes, ou seja, do nosso lendário Conde Drácula; o personagem criado por Lindqvist: a vampira Eli, é completamente ambígua, despertando a cada página, a curiosidade do leitor. Eu ficava ansioso para saber quais seriam as suas atitudes ao longo história. Tipo se ela iria fazer algo bom ou maquiavélico, já que ao mesmo tempo em que Eli amava, minutos depois, ela matava ou então depois de um abraço inocente de criança carente, vinha a catracada na veia jugular da vítima. Já o conde Vlad idealizado por Stoker é a caricatura do próprio mal. Por isso, desde a sua primeira aparição nas páginas de ‘Drácula’, o leitor já percebe que o sanguessuga vai aprontar poucas e boas, pois vive no mal, respira o mal e ama o mal. Entendemos isso, desde o momento em que Drácula prende Jonathan Hark em seu castelo com a desculpa de o tê-lo como um hóspede especial. Com o virar das páginas, essa maldade vai crescendo, crescendo até atingir o auge.
Já com Eli, de “Deixa Ela Entrar”, o espírito do mal caricato cede lugar para a ambigüidade. A vampira criada por Lindqvist, mostra inúmeras facetas: de criança inocente e abandonada à mercê de um pedófilo, à de vampira maléfica, pronta para devorar as suas vítimas. Mas se engana aqueles que pensam que Eli faz dessa ambigüidade um jogo de cinismo. Nada disso. O personagem não é cínico, pelo contrário; Eli é simplesmente o que é. Um ser humano dócil e amigo até em baixo d’ água – Oskar que o diga – mas quando ele precisa de sangue para continuar viva: que se dane o mundo; “quem estiver na minha frente eu traço”.  Então Eli se transforma no vampiro letal como fica evidente em vários trechos do livro, alguns com toques de humor negro, apesar da violência, como é o caso de uma inocente velhinha que por causa de sua grave doença é obrigada a tomar doses altíssimas de morfina. Ela acolhe Eli com todo o carinho em sua casa, ma a vampirona não quer saber de amor e atenção; ela quer sangue, pois está faminta. Então ataca a bondosa anciã e se enfastia, sem saber que o “produto”  está infestado de morfina. O resultado desse ataque vampírico inusitado chega a ser cômico, isto é, se deixarmos de lado a violência com que o autor descreve o ataque.
O autor sueco John Ajvide Lindqvist
Eli também é mesquinha ao extremo com Hakan, o homem que vive com ela e que mantém um relacionamento misterioso com o vampiro. A sanguessuga obriga o sujeito a sair em busca de vítimas que lhe possam fornecer sangue fresco para a sua sobrevivência. Chantagens e ameaças “comem solto” e Hakan sempre acaba cedendo. Em sua lista de vítimas cabe de tudo; desde crianças, mulheres e adultos.
Mas todo esse mau caráter recheado com muita violência desaparece da personalidade de Eli quando ela está ao lado de Oskar. Nesses momentos, a vampira mostra o outro lado de sua personalidade: o lado bom. Acredito que isso faz do personagem de Lindqvist, um dos mais ambíguos da literatura mundial. E foram essas nuances que me atrairam em Eli, deixando a leitura cada vez mais interessante. Quando começava a ficar com raiva do personagem, lá vinha a menina sanguessuga com um gesto legal que a fazia subir em meu conceito.
Outro ponto positivo do livro é o enredo multilateral, onde outros  personagens passam a ter a mesma importância dos protagonistas, tornando a história bem mais interessante e menos cansativa. O autor sueco optou por não transformar Eli e Oskar nos personagens centrais de sua história. Há outros, também importantes, cuja participação vai crescendo ao longo da narrativa. Isso ocorre, por exemplo, com a turma do boteco, como aprendi a chamá-los. O drama de Lacke, Virginia, Morgan, Larry, Karlsson e Gosta é tão essencial para o sucesso do roteiro como o drama vivido por Eli e Oscar. A transformação de um deles em vamnpiro é uma verdadeira obra prima da literatura. Lindqvist descreve em detalhes como o organismo de um ser humano normal se comporta ao ir se transformando aos poucos em um sistema vampírico. Sei que embolei o “meio de campo”, mas não encontro palavras melhores para descrever a incerteza, dúvida e espanto de um dos integrantes da turma do boteco, ao ver o seu corpo sofrer progressivamente estranhas mudanças, as quais acredita ser sintomas de uma doença comum. Então quando descobre que, na verdade, ele (a)  está se transformando num vampiro. Buuummm! A coisa pega! O coitado (a) chega perto da piração.
Há o drama de Gosta que é viciado em gatos, inclusive ele e os seus felinos são responsáveis por um trecho antológico do romance, quando o ‘bando’ de animais resolve atacar um vampiro. Cara! Palavra que fiquei com dó do sanguessuga! Lindqvist também descreve minuciosamente esse momento. “Ele tentou bater nos bichos, ouviu ossos se quebrando, mas, quando um caía, vinha outro, pois os gatos trepavam uns nos outros com sofreguidão cravando as garras em sua carne”. Na minha opinião um dos melhores momentos do romance.
O leitor ainda irá conhecer o revoltado Tommy, único amigo de Oskar, cuja mãe se apaixona por um policial que se transforma no pesadelo do enteado. Em sua revolta, Tommy procura encontrar meios de criar situações constrangedoras para o futuro padrasto. Prestem atenção no que ele apronta durante um culto numa igreja evangélica. Outra cena marcante.
Que sono........Zzzzzzzzzzz... Isso que dá escrever posts de madrugada
Sei que muitos de vocês que lêem esse post, agora, estão curiosos para saber se livro e filme são semelhantes. Eu respondo na lata: Não. A obra escrita e a obra cinematográfica são como água e óleo: diferentes ao extremo. Muitas cenas chocantes, incluindo algumas de pedofilia foram cortadas do roteiro dos dois filmes: sueco, de 2008 e o remake americano, de 2010. Alguns trechos do livro envolvendo o pedófilo Hakan são asquerosos. E é evidente que essas passagens da obra escrita foram completamente mutiladas da versão nas telonas. O Hakan dos cinemas chega a ser a madre Tereza de Calcutá se comparado com o seu sósia dos livros.
Na obra de Lindqvist algumas pessoas que foram atacadas por Eli chegam a se transformar em vampiros dando um trabalho danado para a polícia; o que já não acontece no filme.
Enquanto os dois filmes mantém o foco somente em Eli e Oskar, o livro explora – à exaustão – o drama de outros personagens.
O problema do bullying sofrido por Oskar na escola é bem mais aprofundado no livro. No início chegamos a ficar com raiva do personagem pela sua passividade perante os seus agressores. Ele não é humilhado... ele é – me perdoem os termos chulos – cagado pelos seus ‘algozes’. Só faltam dizer: “- Vai ô pirralho! Abre a boca para que nós possamos cagar nela!” E o pior é que o pobre infeliz obedece. Quando, a tropa de inimigos de Oskar pede para que ele imite um porco e o garoto faz o que eles determinam... mêo... dá vontade de entrar na história e dar uns tabefes em Oskar pela sua covardia.
 E quanto a Eli... Bem... perceberam a minha indecisão, toda vez que tinha de escrever sobre esse personagem? Dêem uma espiadinha ao longo do post. Algumas vezes me referia à Eli no feminino e em outras, no masculino. Assim, quando percebi, já tinha feito um verdadeiro samba do crioulo doido no texto. Fico imaginando o ataque de nervos de professores de língua portuguesa ou então de leitores mais detalhistas ao verem essa confusão de palavras. Mas mesmo assim, optei por deixar o texto sem nenhuma correção nessa parte, porque Eli é... deixa prá lá; melhor você ler o livro. O que posso dizer sem o risco de bancar o chato que publica spoilers é que na obra literária, temos a revelação do significado do nome Eli. E de quebra um relato completo da origem do personagem, inclusive como ‘ele’ se transformou em vampira. Êta, olha a confusão novamente aí. Já o filme, oculta essa parte.
Poderia passar muito mais tempo revelando outras diferenças entre livro e filme, mas paro por aqui, melhor você descobrir por si mesmo. Aconselho ler o livro primeiramente, depois veja o filme.
E quer saber de uma coisa? Cara, estou morrrreeendo de sono. Zzzzzzzzzz. 
PS: Acordando do cochilo em frente ao teclado do computer, somente para lembrar de um detalhe importante: o livro foi lançado no Brasil após oito anos!! Deus abençoe a Globo Livros! Voltando aos braços de Morfeu... Zzzzzzzz...

Hospital

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Com certeza muitos internautas e blogueiros que passam por aqui com frequencia, ao lerem esse post, irão exclamar: -“ Putz, lá vem ele, novamente, com o Touro!!”. Para essa galera eu peço desculpas, mas não posso ficar calado com o que acabei de presenciar há alguns minutos atrás, antes de começar a redigir esse texto. A cena que vi foi antológica e merece entrar para os anais da comédia da vida real. O que escutei do Touro, então, é digno de registro; digno de risos.... risos não; gargalhadas. Isto mesmo; gargalhadas e daquelas bem esculachadas.
Galera, ao chegar em casa, me respondam o que é que eu vejo na sala de estar que fica anexa ao meu quarto?? O Tourão dormindo e roncando ao lado de uma outra mulher... que, por sua vez, também estava dormindo e roncando!!! Acontece que eu percebi que o ronco do Kid Tourão era meio estranho; sei lá, meio artificial. O da mulher não; esse sim, parecia um ronco original... genuíno.
Quando o Tourão ouviu a minha voz exclamando: “Meu Deus! O que está acontecendo!!??”; ele imediatamente abriu os olhos, fez um sinal de psiuuu com o dedo indicador colocado nos lábios e falou com a voz meio agoniada: “Ajuda euuu!”. Depois fez um sinal para que eu dispensasse a mulher que roncava o ronco dos anjos. Depois disso, voltou a fingir que estava dormindo. Bem, entendi a mensagem e após, educadamente, acordar a senhora dorminhoca e roncadora e agradecê-la pela visita, fui esclarecer o fato com o vovô arteiro. Queria saber o que ele havia aprontado. Ah! Antes que me esqueça. A mulher que dormia sentada na cadeira ao lado do sofá onde estava o Tourão é a dona Dirce, um antiga amiga de solteira de minha saudosa mãe, a Toura (verdade, esse era o apelido de mamãe... Putz que saudades me bateu agora...), e muito conhecida da família. Dona Dirce chegou se sentou na cadeira e começou a conversar com o Tourão, relembrando os histórias engraçadas do passado. O problema é que a dona Dirce fala pelos cotovelos e após mais de uma hora e meia só escutando e pouco falando, o velhinho que ainda não está andando - por isso deixa o seu ‘papagaio’, o qual ele chama de ‘purunguinha’ sempre por perto, ao lado de um lavatório móvel – sentiu uma vontade insuportável de fazer xixi, por causa dos diuréticos que vem tomando no pós-operatório. “- Meu filho, eu queria fazer xixi, mas ela não parava mais de falar. Eu estava desesperado prá tirar prá fora o ‘pingolin” (é assim mesmo que ele chama o dito cujo) mas a Dirce só matraqueava e matraqueava... Jesus amado! Como ela falava!  Então não me restou outra coisa se não fingir que estava dormindo para ela se tocar e ir embora”, disse ele.
Então galera o que é que acontece?? Ok, eu respondo. O plano do Tourão foi completamente implodido pela dona Dirce, porque ao ver a sua “vitima” cair no sono, ela deve ter pensado: - “Bem vou puxar um ‘rango’ também e depois continuo com o assunto!!!” Kkkkkkk!!! Resultado: um dormiu de mentirinha e a outra... de verdade!! O Tourão me disse depois que jamais iria se aliviar ao lado de uma visita, mesmo que ela estivesse dormindo. “Santa madre de Deus!! Isso é falta de respeito!!”, bradou ele. Depois mais descontraído disse: “Meu pingolin é educado”.
Cara! Estou aqui redigindo essa ‘comédia’  e chorando de rir.... Pronto. Me desculpem a enrolação e a fugida do tema desse post, mas não deu prá segurar. Prometo que nos próximos posts serei mais cometido. Pelo menos, vou tentar.
Mas agora,vamos ao que interessa: escrever sobre esta beleza de obra literária que se chama “Hospital”, de Arthur Hailey, o mesmo criador de outra obra-prima chamada “Aeroporto”.
Sabem de uma coisa galera; às vezes os leitores da nova geração, cometem as maiores injustiças com aquelas obras velhinhas das décadas de 50, 60 ou 70. E observem que eu deixei de ir fundo, pois caso contrário poderia ainda citar aquelas das décadas de 20 ou 30! Quase sempre, preferimos menosprezar as tais obras, deixando que elas fiquem esquecidas no fundo das nossas prateleiras. Acredito que alguns de vocês já “bateram” os olhos na capa super brega e mal feita da edição brasileira de 1966 de “O Hospital” lançada pela Nova Fronteira e desistiram, na mesma hora, de lê-la. Mais do que isso, chegaram a sentir ojeriza de encostar as mãos naquele “produto”. Então, após algumas horas, você se depara em, outra livraria, com a capa ultra-trabalhada de um “Fallen”, “Sussurro”, “Despertar” ou então, outros livrinhos descartáveis escritos por escritores e escritoras novatas e desconhecidas e que... me perdoem... escrevem muito mal.
Lanço aqui um desafio para você que fugiu ao ver o livro de Hailey. Que tal voltar aquele sebo e comprar a obra?. Vamos lá! Pode fazer isso sem medo. Leia e depois me conte se gostou ou não. Combinado?
Gente, não tem como falar mal de um livro em que o autor demorou aproximadamente quatro anos para escrever, sendo dois anos só de pesquisas. E foi isso que aconteceu com “Hospital”, lançado nos Estados Unidos em 1959.
Hailey chegou ao ponto de cometer uma loucura para buscar subsídios que deixassem a sua obra ainda mais completa. Sabem o que ele fez? Pasmem: o autor se disfarçou de médico e se infiltrou numa grande clínica nos Estados Unidos, com o objetivo de conhecer melhor o drama dos profissionais que por lá trabalhavam. Não me perguntem como Hailey conseguiu fazer isso. Com certeza deve ter contado com a ajuda de um “padrinho” poderoso, mas a verdade é que ele conseguiu e pronto. Dessa forma, pôde entender como funciona um “novo mundo”, bem diferente daquele mundo em que nós vivemos. Hailey se tornou um expert no mundo onde homens e mulheres vivem por apenas um ideal: salvar outras vidas. E como será que é a vida desses médicos e enfermeiras na intimidade? Como é um hospital na sua intimidade, longe dos olhos dos pacientes? Todos estes questionamentos são discutidos de maneira profunda e sem meias verdades no romance de Hailey.
Cara! Parece coisa de cinema, mas pelo que pesquisei, o autor se passou despercebido nessa clínica ultra conceituada, sem que ninguém descobrisse que ele fosse um escritor. Não deu outra: o espertalhão acabou se passando por um cara da turma de branco, conseguindo ouvir revelações e confidências importantes.
“Hospital” pode ser considerado um romance referencia na área médica. Por isso, médicos, enfermeiros, provedores e diretores de hospitais de todo o mundo tem o dever e a obrigação de lerem a obra. Quanto aos leigos no assunto, também devem ler, pois duvido que nunca tenham sido obrigados a fazer uma visitinha para alguém num hospital.
O livro aponta abertamente e sem meias palavras os problemas enfrentados por médicos, diretores e pacientes num grande hospital, tendo como pano de fundo o romance cheio de reviravoltas envolvendo um jovem médico e uma enfermeira.
O enredo desenvolvido por Hailey é tão detalhista que mostra ao leitor os riscos de uma contaminação alimentar num hospital. Isso mesmo! Contaminação alimentar!! Eu já ouvi falar de pessoas que sofreram o diabo em hospitais ou clínicas após terem contraído infecções urinárias e – Deus me livre!!! – septicemia; mas infecção alimentar??!!  Pois é, já na década de 50, Hailey mostrava aos seus leitores que isso era possível. Mas como isso acontece? Jura que quer mesmo saber?? Tudo bem; então você que conseguiu chegar até aqui e agora está se preparando para almoçar, jantar ou lanchar, eu aconselharia que... bem... primeiramente comesse e depois do tradicional “kilo” recomeçasse a leitura.
Você já imaginou como um grande hospital consegue lavar centenas de pratos onde são servidas refeições aos seus pacientes? É evidente que essa limpeza não é feita manualmente, devido a grande quantidade de pratos e talheres, mas por meio de lavadores de louças e talheres. Mas... e se esses equipamentos não estiverem funcionando adequadamente, deixando de eliminar grande parte dos resíduos? Quantas pessoas com doenças graves e contagiosas utilizam esses pratos que passam de boca e boca numa grande rotatividade? E se houverem resquícios alimentares nos pratos ou talheres mal lavados? Acho melhor parar por aqui. Hailey aborda com detalhes esse assunto. E pensar que naquela época, os hospitais americanos e ingleses já se preocupavam com esses detalhes ignorados pela maioria dos grandes centros médicos.
Há ainda muitos outros segredos que acontecem entre quatro paredes de um hospital e que são desvendados por Hailey ao longo do enredo.
O leitor terá a oportunidade de conhecer um pouco mais o drama dos patologistas que trabalham nos laboratórios dos hospitais, camuflados de microscópios, tubos de ensaio e outros equipamentos.  “O médico que o paciente nunca vê” – é assim que muitas pessoas se referem ao patologista que tem a missão de realizar  sombrias autópsias e freqüentemente é consultado para o diagnóstico final que pode salvar uma vida. Em “Hospital”, O Dr. Joseph Pearson, é um áspero patologista de meia-idade, dirigente autocrático em seu pequeno império no Hospital Três Condados, transformando-se no desespero de seu novo cirurgião-chefe, Kent O´Donnel que já vinha percebendo que os padrões do hospital estavam caíndo muito, ameaçando a vida de seus pacientes.  Dr. Pearson se recusa a adotar métodos modernos e dirige sua equipe de maneira autocrática, surgindo assim, um verdadeiro embate entre os dois profissionais de saúde. O legal nesse conflito é que ambos, apesar de suas diferenças, reconhecem a capacidade um do outro. Essa queda de braço envolvendo Pearson e O’Donnel atinge o clímax quando um diagnóstico errado, um julgamento clinico incompleto pode  ameaça modificar a vida de um paciente... para pior.
Enfim, “Hospital” mostra para o leitor um mundo que os pacientes desconhecem.  Vale a pena procurar o livro num sebo e devorá-lo, apesar da capa (rsss).

Depois de O Massacre da Serra Elétrica, a coleção ‘Dissecando – Filmes Clássicos de Terror’ ataca de “A Morte do Demônio”

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“A Morte do Demônio (Evil Dead)” foi um dos filmes de terror que marcou a minha geração. Lembro que, nessa época, tinha apenas  22 anos de idade e todos os finais de semana saía da locadora de minha cidade com duas sacolas cheias de VHS para assistir em casa. Quantos finais de semana com os amigos, namorada, bebidas e curtição foram deixados de lado em troca de multi-sessões de filmes regadas à muito VHS na tranqüilidade de meu quarto.
Posso garantir que de todos os clássicos de terror que assisti nesse período especial de minha vida, excetuando “O Exorcista” (é evidente), “A Morte do Demônio” foi aquele que mais mexeu comigo e com a minha ‘tchurma’. Presença constante em minhas manjadas sacolinhas de VHS; o filme de Sam Raimi era o tema preferido em nossas rodinhas de amigos. Um dos comentários mais constantes era o de que o filme possuía cenas tão impressionantes que não era aconselhável assistir sozinho e muito menos à noite. Enquanto vou redigindo esse post, as lembranças do passado vão sendo reativadas em minha memória e me lembro, agora, de que eu e minha turma decidimos assistir “A Morte do Demônio” numa madrugada, na casa dos meus pais, após chegarmos do que vocês chamam hoje de balada . Uhauauaua!! E que balada foi aquela! Já era bem tarde da noite e colocamos a fitona no saudoso videocassete que tinha no quarto e pimba! Começamos assistir. Caraca, quase mijei de medo. O Silva, um colega nosso, metido a valentão, na cena em que o demônio caminha pela floresta – que tem um impacto muito grande no filme – soltou um miado de pavor. Hahahahaha...Hahahahahaha... Hahahahahahaha... Pera um pouquinho aí pessoal, ainda estou me esborrachando de ir... Hahahahahahahahahaha!!! É só lembrar daquilo que eu não consigo segurar a gargalhada. Logo o Silva! O mais valente e destemido dos colegas do passado. Logo o Silva! O escoteiro que tinha o hábito de acampar em matas virgens, fosse de noite ou de dia, ao lado de cobras, aranhas e escorpiões. Logo ele!!
Mesmo após quase 30 anos, o miado de medo do Silva ficou gravado em minha mente. Sabem aquele miado sofrido sem a vogal “a”. Coisa do tipo: Mi__uuuuuuuuuu!!!!! Com o “u” sumindo aos poucos no final? É assim que me lembro do Silva que hoje ocupa um cargo importante na Polícia Militar da capital.
Depois que o Silva soltou o miado de medo, tivemos de suspender temporariamente a “sessão videocinematográfica” para que soltássemos toda a risada do peito. Então depois, mais relaxados, recomeçamos a ver o filme de Raimi e garanto que eu e meus amigos (estávamos em cinco, se não me engano) não miamos como o Silva, mas abafamos muitos gritos e exclamações de medo.
Acredito que até hoje, “A Morte do Demônio” ainda provoque calafrios. O filme nunca perderá a sua atualidade, pois já entrou para o rol das produções antológicas, mesmo sem nunca ter sido lançado nos cinemas brasileiros. O filme estreou em 1981 nos Estados Unidos, mas só chegou em terras tupiniquins dois anos depois e direto em vídeo.
Nós da geração VHS não éramos presenteados com cenas extras, entrevistas e muito menos making of no final do filme, como acontece nos dias de hoje. A brontossáurica fitinha não dispunha de recursos que possibilitassem essa tecnologia. Por isso, tão logo terminava o filme ficávamos chupando o dedo, morrendo de vontade em saber como teria sido gravada aquela cena que nos deixou vidrados na tela ou então, a opinião de diretores e atores sobre o roteiro. Podem acreditar, há quase três décadas já tínhamos essa curiosidade ‘pós filme’ ou você achava que esse interesse só surgiu com a geração DVD? (rs)
Cena do filme de Raimi lançado diretamente em video no Brasil em 1983
Eu e meus amigos, incluindo o amedrontado Silva ficamos morrendo de vontade de ouvir a opinião do Raimi e principalmente do ator Bruce Campbell que interpretou o impagável Ash. Então, quando soube que “A Morte do Demônio”  havia sido lançado em DVD, não pensei duas vezes, comprei logo o meu, mas quando verifiquei as informações na capa... Cadê os extras??? Só havia uma breve biografia e a sinopse do filme!!!! Cara, fiquei derrubadaço! O golpe foi certeiro e atingiu o queixo me levando à nocaute.
Só fui me recuperar do golpe há pouco tempo, quando soube que a editora carioca DarkSide já havia definido qual seria o filme a ser abordado no segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror”. E adivinhem qual foi a produção selecionada? Fácil né? O próprio: “A Morte do Demônio!” Ihauuuuuuu!! Cara, vibrei muito, pois agora tinha a certeza de que iria ‘ ficar por dentro’ de tudo, absolutamente tudo o que rolou nos bastidores das filmagens. Sem contar as entrevistas e fotos inéditas. Caraca! Demaisss!
Fiquei eufórico e confiante porque já conhecia a qualidade do primeiro volume da série que dissecou outra produção fantástica do cinema de terror: “O Massacre da Serra Elétrica”. Pensei comigo: “- Lógicamente o pessoal da DarkSide vai querer manter a qualidade inicial”. Não marquei bobeira e já reservei a obra que está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
O livro “ A Morte do Demônio” foi escrito por Bill Warren que é um conceituado crítico de cinema. De acordo com a DarkSide, Warren que teve acesso total ao arquivo de Raimi e também das três produções -‘A Morte do Demônio’ (Evil Dead 1), ‘Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2) e ‘Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead 3) – revela detalhadamente em sua obra o making of dos filmes, incluindo entrevistas exclusivas com o elenco e equipe de produção. O livro ainda promete trazer uma miscelânea de fotos raras e inéditas da filmagem; o storyboard; esboços dos concepts e figurinos dos demônios; histórias dos bastidores das filmagens e mais isso e aquilo. Enfim, um oceano de informações sobre a obra-prima de Raimi.
A previsão é de que o segundo volume da coleção “Dissecando – Filmes Clássicos de Terror: A Morte do Demônio” chegue às livarias no dia 30 desse mês. Por isso, paciência galera que já está chegando a hora.
PS: Não fiz citações ao remake do filme no post, porque ainda não assisti. E para ser sincero... nem sei se assistirei.

"Inferno" de Dan Brown tem 1º capitulo vazado na Net.

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Bom dia galera!! Tenho novidades prá vocês... quer dizer, para os fãs de Dan Brown que estão ansiosamente aguardando o lançamento do livro "Inferno". Vazou na Net, o primeiro capítulo do livro. 
Não me perguntem como isso aconteceu porque não saberei responder. Só digo que ao dar aquela vasculhada básica na Net na manhã de hoje, vi que alguns sites - pouquíssimos pra ser sincero - haviam publicado o primeiro capítulo de Inferno, inclusive uma livraria virtual!!!!!!
Mas, como tenho eu certeza de que vcs não estão afim de lê-lo resolvi apenas avisá-los sobre a novidade. Ehehehehe... é claro que é brincadeirinha né pessoal (rs). Segue abaixo tal do capítulo:

'As lembranças se materializaram lentamente, como bolhas vindo à tona da escuridão de um poço sem fundo.

Uma mulher com o rosto coberto por um véu.

Robert Langdon olhava para ela do outro lado de um rio cujas águas agitadas corriam vermelhas, tingidas de sangue. De frente para ele, na margem oposta, a mulher o encarava, imóvel, solene. Trazia na mão uma faixa azul, uma tainia, que ergueu em homenagem ao mar de cadáveres aos seus pés. O cheiro da morte pairava por toda parte.

Busca, sussurrou a mulher. E encontrarás.

Langdon ouviu as palavras como se ela as tivesse pronunciado dentro de sua cabeça. "Quem é você?", perguntou ele, sem que sua voz produzisse som algum.

O tempo urge, sussurrou ela. Busca e encontrarás.

Langdon deu um passo à frente, em direção ao rio, mas então viu que as águas, além de ensanguentadas, eram profundas demais para que ele as atravessasse. Quando tornou a erguer os olhos para a mulher de véu, os corpos aos seus pés tinham se multiplicado. Eram agora centenas, milhares talvez, alguns ainda vivos, contorcendo-se de agonia, padecendo mortes inimagináveis... consumidos pelo fogo, enterrados em fezes, devorando uns aos outros. Podia ouvir os lamentos humanos ecoarem acima da água.

A mulher se moveu em sua direção com as mãos esguias estendidas, como quem pede ajuda.

"Quem é você?!", gritou Langdon outra vez.

Em resposta, a mulher levou a mão ao rosto e ergueu lentamente o véu. Sua beleza era arrebatadora, porém ela era mais velha do que Langdon imaginara: 60 e poucos anos talvez, altiva e forte, como uma estátua atemporal. Tinha um maxilar anguloso, de aspecto severo, olhos penetrantes e intensos e longos cabelos grisalhos, cujos cachos lhe caíam em cascata sobre os ombros. Um amuleto de lápis-lazúli pendia de seu pescoço --uma serpente solitária enroscada em um bastão.

Langdon teve a sensação de que a conhecia, de que confiava nela. Mas como? Por quê?
Ela então apontou para duas pernas que brotavam da terra, se contorcendo. Aparentemente eram de alguma pobre alma enterrada até a cintura, de cabeça para baixo. Uma letra solitária escrita com lama se destacava na coxa pálida do homem: R.

R?, pensou Langdon, intrigado. R de... Robert? Será que esse... sou eu?

O rosto da mulher nada revelava. Busca e encontrarás, repetiu ela.

Subitamente, ela começou a irradiar uma luz branca... cada vez mais forte. Todo o seu corpo começou a vibrar com intensidade e, então, com um estrondo repentino, ela explodiu em mil faíscas.

Langdon acordou sobressaltado, aos gritos.

Estava sozinho no quarto iluminado. O cheiro pungente de álcool hospitalar pairava no ar. Ali perto bipes de máquina soavam em discreta sintonia com o ritmo de seu coração. Tentou mover o braço direito, mas uma dor lancinante o impediu. Olhou para baixo e viu que um cateter intravenoso repuxava a pele de seu antebraço.

Sua pulsação se acelerou e as máquinas acompanharam o ritmo, passando a emitir bipes mais rápidos.

Onde estou? O que aconteceu?

A nuca de Langdon latejava, uma dor torturante. Com cautela, ele ergueu o braço livre e tocou o couro cabeludo, tentando localizar a origem da dor de cabeça. Sob os cabelos emaranhados, encontrou as extremidades duras de uns dez pontos incrustados de sangue seco.

Fechou os olhos e tentou se lembrar de algum acidente.

Nada. Branco total.

Pense.

Apenas escuridão.

Um homem com roupa cirúrgica entrou apressado, aparentemente alertado pela aceleração dos bipes do monitor cardíaco de Langdon. Tinha barba desgrenhada, bigode cerrado e olhos bondosos que irradiavam uma calma atenciosa por baixo das sobrancelhas revoltas.

-- O que... o que houve? -- Langdon conseguiu perguntar. -- Eu sofri algum acidente?

O barbudo levou um dedo aos lábios e tornou a sair às pressas para chamar alguém no corredor.

Langdon virou a cabeça, mas o movimento fez uma pontada de dor atravessar seu crânio. Respirou fundo várias vezes e esperou a dor passar. Então, com cuidado e de forma metódica, examinou o ambiente estéril ao seu redor.

O quarto de hospital continha uma cama só. Não havia flores. Não havia cartões. Viu as próprias roupas em cima de um balcão próximo ao leito, dobradas dentro de um saco plástico transparente. Estavam cobertas de sangue.

Meu Deus. Deve ter sido grave.

Langdon girou a cabeça bem devagar em direção à janela ao lado da cama. Estava escuro lá fora. Era noite. A única coisa que ele conseguia ver no vidro era o próprio reflexo: um desconhecido abatido, pálido e exausto, ligado a tubos e fios e cercado por equipamentos hospitalares.

Ouviu vozes se aproximando pelo corredor e tornou a olhar para o quarto. O médico voltou, dessa vez acompanhado por uma mulher.

Ela parecia ter 30 e poucos anos. Usava roupa cirúrgica azul e tinha os cabelos louros presos em um rabo de cavalo grosso que balançava ao ritmo de seus passos.

-- Sou a doutora Sienna Brooks -- apresentou-se, abrindo um sorriso para Langdon ao entrar. -- Vou trabalhar com o dr. Marconi hoje à noite.

Langdon assentiu com um débil meneio de cabeça.

Alta e graciosa, a dra. Brooks se movia com a desenvoltura assertiva de uma atleta. Mesmo com aquela roupa folgada, conservava uma elegância esguia. Por mais que Langdon não percebesse nenhum traço de maquiagem, sua pele tinha uma suavidade incomum, a única mácula era uma pinta minúscula logo acima dos lábios. Os olhos, de um tom castanho suave, pareciam estranhamente penetrantes, como se houvessem testemunhado experiências de rara profundidade para alguém tão jovem.

-- O dr. Marconi não fala inglês muito bem, então me pediu que preenchesse sua ficha de admissão -- disse ela, sentando-se ao seu lado. Voltou a sorrir.

-- Obrigado.

-- Certo -- começou ela, assumindo um tom de voz sério. -- Qual é o seu nome?

Ele precisou de alguns instantes.

-- Robert... Langdon.

Ela apontou uma lanterninha para seus olhos.

-- Profissão?

Ele respondeu ainda mais devagar:

-- Professor universitário. História da Arte... e Simbologia. Em Harvard.

A dra. Brooks baixou a lanterna, mostrando-se surpresa. O médico de sobrancelhas revoltas pareceu igualmente espantado.

-- O senhor é americano?

Langdon a encarou com um olhar intrigado.

-- É só que... -- Ela hesitou. -- O senhor não tinha documento nenhum quando chegou. Como estava de paletó de tweed da Harris e sapatos sociais, imaginamos que fosse britânico.

-- Eu sou americano -- assegurou-lhe Langdon, exausto demais para explicar sua preferência por alfaiataria de qualidade.

-- Está sentindo alguma dor?

-- Na cabeça -- respondeu Langdon, o latejar em seu crânio agravado pelo brilho forte da lanterna. Felizmente, a médica a guardou no bolso e pegou seu pulso, para medir os batimentos. -- O senhor acordou gritando -- falou. -- Consegue se lembrar por quê?

Langdon voltou a ter um lampejo da estranha visão da mulher de véu, cercada de corpos em agonia. Busca e encontrarás.

-- Tive um pesadelo.

-- Sobre o quê?

Langdon lhe contou.

A dra. Brooks manteve uma expressão neutra enquanto fazia anotações numa prancheta.

-- Alguma ideia do que possa ter provocado uma visão tão apavorante?

Langdon vasculhou a memória e então balançou a cabeça, que latejou em protesto.

-- Muito bem, Sr. Langdon -- disse ela, sem parar de escrever --, agora vou fazer alguma perguntas de rotina. Que dia da semana é hoje?

Langdon pensou por alguns instantes.

-- Sábado. Eu me lembro de estar andando pelo campus hoje mais cedo... de participar de um simpósio à tarde e depois... acho que essa é a última coisa de que me lembro. Eu levei um tombo?

-- Já vamos falar sobre isso. O senhor sabe onde está?

Langdon deu seu melhor palpite:

-- No Hospital Geral de Massachusetts?

A dra. Brooks fez outra anotação.

-- Existe alguém para quem devamos telefonar avisando? Mulher? Filhos?

-- Ninguém -- respondeu Langdon sem precisar pensar.

Sempre gostara da solidão e da independência que sua vida de solteiro lhe oferecia, embora precisasse admitir que, nas condições em que se encontrava, preferiria ter um rosto conhecido ao seu lado.

-- Eu poderia telefonar para alguns colegas, mas não vejo necessidade.

Quando a dra. Brooks terminou de medir o pulso de Langdon, o médico mais velho se aproximou. Alisando as sobrancelhas revoltas, sacou um pequeno gravador do bolso e o mostrou à colega. Ela assentiu, indicando que entendera, e voltou a encarar o paciente.

-- Sr. Langdon, quando chegou hoje mais cedo, o senhor estava murmurando repetidamente uma coisa.

Ela lançou um olhar ao dr. Marconi, que ergueu o gravador digital e apertou um botão.

Uma gravação começou a tocar e Langdon ouviu a própria voz grogue balbuciar repetidas vezes a mesma frase: "Ve... sorry. Ve... sorry."

-- Me parece -- continuou a doutora -- que o senhor estava dizendo "Very sorry. Very sorry".

Langdon concordou, embora não se lembrasse de nada daquilo.

A dra. Brooks o fitou com um olhar tão intenso que chegava a ser perturbador.

-- Tem alguma ideia de por que diria isso? O que o senhor lamenta tanto?

Enquanto se esforçava para tentar lembrar, Langdon tornou a ver a mulher de rosto velado parada à margem de um rio vermelho-sangue, cercada de corpos. Sentiu outra vez o fedor da morte.

Foi invadido pela sensação repentina, instintiva, de que estava correndo perigo... não só ele como todos os demais. Os bipes do monitor cardíaco aceleraram na mesma hora. Seus músculos se retesaram e ele tentou se sentar.

A dra. Brooks se apressou em pousar a mão com firmeza sobre seu peito, forçando-o a se deitar novamente. Então lançou um olhar rápido para o médico barbudo, que foi até um dos cantos do quarto e começou a preparar alguma coisa.

Em pé ao lado de Langdon, a doutora voltou a falar com um sussurro:

-- Sr. Langdon, ansiedade é uma reação comum a traumatismos cranianos, mas o senhor precisa manter sua pulsação baixa. Não deve se mexer nem se agitar, apenas fique deitado e descanse. Vai ficar tudo bem. Aos poucos, vai recuperar a memória.

O outro médico voltou com uma seringa, que entregou à dra. Brooks. Ela injetou o conteúdo no acesso intravenoso de Langdon.

-- É só um sedativo leve para acalmá-lo -- explicou -- e para aliviar a dor. -- Ela se levantou para ir embora. -- Vai ficar tudo bem, Sr. Langdon. Agora durma. Se precisar de alguma coisa, aperte o botão ao lado da cama.

Ela apagou a luz e se retirou junto com o médico barbudo.

No escuro, Langdon sentiu o efeito quase imediato da medicação em seu organismo, arrastando-o de volta para as profundezas do poço do qual havia emergido. Combateu a sensação, forçando os olhos a permanecerem abertos na escuridão do quarto. Tentou se sentar, mas seu corpo parecia feito de concreto.

Ao mudar de posição na cama, Langdon se viu outra vez de frente para a janela. As luzes estavam apagadas e, no vidro escuro, seu próprio reflexo havia desaparecido, substituído por um horizonte distante e iluminado.

Em meio às silhuetas de torres e domos, uma fachada em especial se destacava em seu campo de visão. A construção era uma imponente fortaleza de pedra, com ameias no parapeito e uma torre de mais de 90 metros, que ficava mais larga perto do topo projetado para fora, também com ameias munidas de balestreiros.

Langdon se sentou na cama com as costas eretas, fazendo a dor na cabeça explodir. Lutou contra o latejar violento e fixou o olhar na torre.

Conhecia bem aquela estrutura medieval.

Era única no mundo.

Infelizmente, porém, ficava a quase 6.500 quilômetros de Massachusetts.

Do lado de fora, escondida nas sombras da Via Torregalli, uma mulher robusta desmontou sem o menor esforço de uma moto BMW e avançou com o andar decidido de uma pantera que persegue sua presa. Tinha um olhar feroz. Os cabelos curtos e espetados se destacavam contra a gola levantada de uma jaqueta de couro preta. Ela verificou a arma equipada com silenciador que trazia nas mãos e ergueu os olhos para a janela do quarto de Robert Langdon, onde a luz acabara de se apagar.

Mais cedo naquela mesma noite, sua missão original dera terrivelmente errado.

O arrulho de uma simples pomba havia mudado tudo.

Agora ela estava lá para consertar o estrago.'

Livros sobre Elvis Presley: os bons e os ruins

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Ninguém teve a vida tão explorada através biografias, autorizadas ou não, como Elvis Presley. A sua existência sofreu uma verdadeira devassa por parte de escritores ávidos em faturar nas custas do rei do rock. E não adianta querer defender alguns desses biógrafos, porque até mesmo o melhor dos intencionados, com certeza, escreveu pensando em ganhar um dinheirinho extra ou será que você acredita que Albert Goldman, Dave Hebler, Sonny West, Peter Guralnick e até mesmo Priscilla Presley perderam meses e meses “fuçando” a vida do ilustre defunto apenas por filantropismo?
Para não ser tão descrente, deixe-me fazer aqui uma exceção. Acredito, aliás, “quero” acreditar, que algumas pessoas ligadas aos fã-clubes de Elvis e que decidiram publicar alguma obra sobre a vida do astro, fizeram isso com a melhor das intenções, do tipo, pensando em homenageá-lo.
Nas últimas quatro décadas foram publicadas uma constelação de livros sobre a vida de Elvis, mas a maioria não passa de obras sensacionalistas ou então de quinta categoria, escritos unicamente com o objetivo de ganhar dinheiro fácil. Foram livros concluídos de afogadilho ou então por ex-empregados ou seguranças sedentos de vingança. Obras descartadas por leitores racionais e fás inteligentes.
Mas é importante frisar que mesmo entre aqueles que escreveram algo sobre “The King” pensando em faturar vários maços de dólares, podemos encontrar alguma coisa boa ou pelo menos mediana. Neste caso, o autor do livro deve ter pensado: “Tudo bem vou ganhar o meu dinheirinho em cima da fama do Elvis, mas também vou fazer um trabalho sério”. Priscilla Beaulieu Presley e Sandra Harmon autoras do Best-seller “Elvis e Eu” podem ser enquadradas nessa categoria. O livro de Priscilla merece respeito porque faz uma abordagem séria sobre a vida “rei”, não explorando apenas os seus defeitos, mas também as suas virtudes.
Tudo bem que os fatos abordados no livro foram analisados apenas pela ótica de Priscilla, mas mesmo assim, considero “Elvis e Eu” uma obra honesta. Vou explicar porque. Apesar do relacionamento de Elvis e Priscilla ter sido recheado de brigas, desentendimentos e confusões; os dois nunca negaram, mesmo após a separação, que se amavam muito. Priscilla nunca refutou que Elvis foi o grande e único amor de sua vida, enquanto “The King”, por sua vez, chegou a declarar todo o seu amor à ela através da música “Always on My Mind”, onde assume a culpa pela separação.
É importante frisar que mesmo após o divórcio, Elvis e Priscilla continuaram sendo bons amigos, bons não... ótimos amigos. Tanto é que Elvis sempre a procurava para se aconselhar sobre determinados assuntos. E me desculpem a ousadia, mas vou mais além... Mesmo separados, Elvis e Priscilla ainda se amavam muito. Esse sentimento ficou evidente logo no início do livro de Priscilla quando ela ficou sabendo da morte do ex-marido pelo telefone. Quem a comunicou sobre o fato foi Joe Espósito, agente e braço direito de Elvis. Quando soube da tragédia, ela teve uma crise de choro e dias depois quase entrou em depressão.
Tudo isso prova que Priscilla não tinha ódio de Elvis, seus gestos deixam evidente o amor que ela ainda sentia por ele, mesmo tendo vivido uma relação conturbada. Por isso, o seu livro não foi motivado pelo ódio, o que dá uma certa credibilidade à obra.
“Elvis e Eu” foi lançado em 1985 pela Editora Rocco e o considero a obra mais completa sobre a vida do rei do rock porque foi escrita por uma das duas únicas pessoas que viveram a intimidade de Elvis: a sua esposa, Priscilla. A outra, foi a mãe do cantor, Gladys, que por sua vez, não escreveu nada sobre o filho. E quer fonte melhor de informações do que um livro escrito por uma mulher que viveu 13 anos ao lado de Elvis, sendo 8 como namorada e 5 como esposa?
Li o livro há dois anos e estou pensando em relê-lo, pelo menos algumas partes. A obra dá uma noção exata do relacionamento do casal, antes e depois do casamento. Desde o período em o cantor conheceu Priscilla quando estava fazendo o serviço militar na Alemanha, nos anos 50, até a fase de casados quando passaram a viver em Graceland. Vale lembrar que “Cilla” – como era chamada pelo “rei” – chegou a viver um bom período em Graceland como namorada de Elvis, só vindo a se casar anos depois.
No livro, Priscilla diz que Elvis a traia compulsivamente com outras mulheres, mas mesmo assim, nunca pensou em abandoná-lo, pois era imatura e além disso, tinha sido educada desde criança, para fazer o tipo de esposa fiel. Ela confirma ainda o caso amoroso que teve com o instrutor de karatê do cantor. A autora justifica a sua atitude explicando que se sentia muito sozinha por causa das viagens de Elvis, que não parava em casa, além do “esfriamento” de seu casamento.
Outra revelação curiosa foi o fato de Elvis só querer consumar uma relação sexual com Priscilla após o casamento, deixando clara a rígida educação religiosa que teve por parte de sua mãe Gladys.
A “Máfia de Menphis”, grupo de amigos de Elvis que viviam em sua mansão em Graceland também é abordado no livro; o nascimento de Lisa Marie Presley; os motivos que levaram “The King” a se entregar às drogas; como ele conseguia adquirir clandestinamente as combinações de barbitúricos; enfim, fatos íntimos que só mesmo alguém que desfrutou a intimidade do grande ídolo teria condições de revelar. Mas Priscilla, também reconhece a importância de Elvis em sua vida e como ele a ajudou a se tornar uma mulher mais madura e em condições de encarar a vida.
O livro de Priscilla Beaulieu Presley e Sandra Harmon fez tanto sucesso que foi transformado em filme para a televisão, passando inclusive no Brasil na forma de mini-serie.
Após ler o livro, me deliciei com as suas fotos. Pude ver várias passagens da vida do casal e momentos íntimos também, como o nascimento de Lisa-Marie; Elvis deixando o tribunal, em 1973, após o divórcio, já gordo e inchado por causa do seu vício em drogas medicamentosas; momentos marcantes do seu casamento, como Elvis e Cilla juntos cortando o bolo; Coronel Parker brincando com Lisa; e por aí afora.
Mas se considero “Elvis e Eu” uma referência na vida do cantor, o mesmo não posso afirmar de “Elvis, O Que Aconteceu?” (Elvis, What Happened), escrito Sonny West, Red West e Dave Hebler. Em minha opinião trata-se de uma obra tendenciosa, publicada com o intuito de denegrir a imagem de Elvis. Cara! O livro parece uma metralhadora! Só dispara balaços contra o rei. Os autores contam coisas do “arco da velha”, pintando Elvis como o pior sujeito que já existiu na fase da terra.
Agora me pergunte o que faziam Sonny, Red e Dave antes de escrever o livro? Ok, vou responder. Eles eram guarda costas de Elvis e acabaram sendo despedidos por Vernon Presley, pai do cantor. Segundo o que pesquisei de fontes confiáveis da Net, os três eram considerados violentos e truculentos e já vinham dando problemas há algum tempo. Dessa forma, Vernon ao perceber que as atitudes do trio vinham prejudicando a imagem de “bom moço” de Elvis decidiu dispensá-los. Ao serem comunicados que não pertenciam mais à “Máfia de Menphis”, eles teriam dito que se vingariam lançando um livro contando os podres de Elvis.
Olha, vou ser sincero. Não acredito em nenhuma das besteiras que foram publicadas no livro. Não cheguei a lê-lo, mesmo porque, não o encontrei traduzido para o português, mas tive a oportunidade de acompanhar um grande número de trechos pela Net. E pelo que vi deu pra perceber que a motivação de Sonny, Red e Dave para escrever a obra foi o ódio. Por isso, o livro perde todo o seu valor biográfico.
Outro livro de credibilidade duvidosa é “Elvis por Albert Goldman”. O autor é conhecido por ser sensacionalista aos extremos, inclusive foi ele quem afirmou que John Lennon era homossexual. Confesso que não perdi tempo lendo. Fiz o download pela internet e me arrependi, só consegui ver poucas linhas e depois desisti. O sensacionalismo impera e com força total!
Confiram agora a relação de alguns livros que considero confiáveis sobre o rei do rock, onde os seus autores procuraram – através de anos de pesquisa – levar apenas a verdade para os seus leitores, sem sensacionalismos. Vamos á ela:
“Elvis: Mito ou Realidade”
Escrever o que de um livro onde o autor demorou 30 anos pesquisando sobre a vida do rei? É mole ou quer mais? “Elvis: Mito e Realidade” foi escrito pelo brasileiro Maurício Camargo Brito e é considerado no Brasil e no exterior uma fonte respeitável de informações sobre Elvis Presley. Maurício não só acompanhou de perto um show de Elvis na Califórnia, como também teve a oportunidade de tocar com os seus músicos, o que lhe dá as devidas credenciais para abordar temas ligados ao “The King”.  Emprestei esse livro de um colega que havia acabado de compra-lo. Li, gostei e aprovo. Linguagem direta e objetiva sem enrolação, além de conter informações preciosas sobre a vida artística e particular de Elvis.
“Elvis, A Celebration”
Um verdadeiro acervo de fotos sobre a vida de Elvis. São aproximadamente 600 páginas de ilustrações sobre as várias fases da carreira do rei do rock. Em termos visuais, uma obra imperdível e para ser guardada para a posteridade.
Elvis em turnê
Livraço! Pena que seja muito difícil encontrá-lo em livrarias já que se trata de uma edição especial escrita por Waldeir Augusto Cecon e lançada com exclusividade pelo fã clube “Elvis Presley World” de Matogrosso. A obra traz detalhes da turnês realizadas pelo rei do rock. E quando me refiro a detalhes, são detalhes dos detalhes. O leitor terá acesso a minúcias do tipo dia e horário de cada um de seus  shows, roupas que Elvis usou nas apresentações, detalhes de hospedagens, repertório, equipe técnica, músicos, enfim, particularidades das turnês do rei que irão encher os olhos dos fãs. O livro foi lançado em 2006, mas como já disse trata-se de uma jóia rara, muito difícil de encontrar.
Bem, espero ter ajudado os fãs do mito Elvis Presley que quiserem conhecer pormenores de sua carreira. Livros sobre “The King” existem muitos, mas de qualidade... bem poucos.
Inté!

Jasão e os argonautas

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Quando assisti “Jasão e os Argonautas”, nos anos 70, ainda era uma criança; um pirralhinho que a pesar da pouca idade, preferia trocar os indiozinhos e soldados dos Fort Apaches e os carrinhos de corrida dos autoramas por um filme ou livro. A magia dos enredos de histórias fantásticas que eram mostrados nas telas ou nas páginas tinha o poder de fazer com que esse blogueiro viajasse para um mundo especial de aventuras mil vezes melhores do que aqueles soldadinhos, índios e carrinhos de plástico.
Os meus filmes preferidos e que me obrigavam a pedir  para o ‘pápi’ e a mámi o adiantamento da minha mesada eram os da série “As Viagens de Simbad”, depois vinham os vários Hércules; um outro chamado “Os Filhos do Trovão”, com o Giuliano Gemma ou então qualquer um que tivesse algo relacionado às Mil e Uma Noite ou então à mitologia grega em seu enredo.
“Jasão e os Argonautas”, uma superprodução de 1963 que assisti no cinema da minha cidade quase oito anos depois – naquela época era normal os cinemas das pequenas cidades passarem filmes ‘velhos’ – pode ser considerado um dos meus preferidos, senão “o meu preferido”. Os monstros e criaturas mitológicas criados por Ray Harryhuasen me faziam roer as unhas, chutar a próxima cadeira da fileira ou então derrubar pipocas no chão. Cara, como torci por Jasão e os seus argonautas!
Bem, o tempo passou, mas o filme sobre o herói mitológico não. Pelo contrário, muitas cenas ficaram guardadas em minha memória. Recentemente zapeando pelas livrarias virtuais, dei de cara com um livrinho da Editora Odysseus chamado “Jasão e os Argonautas”, escrito por Menelaos Stephanides. A obra tinha todas as características de ser direcionada para o publico infanto-juvenil, desde a capa, tamanho e principalmente as ilustrações que funcionavam como ‘marcadores’ de capítulos.
Por estar morrendo de vontade de reviver a história de Jasão e dos seus valentes tripulantes do navio Argo, não pestanejei e comprei o livro, mesmo tendo certeza de que iria encontrar pela frente uma adaptação bem ‘levezinha’ seguindo os padrões da literatura direcionada aos leitores pré adolescentes. Já respondo logo de cara: enganei-me e redondamente. Stephanides narra esse conhecido capítulo da mitologia grega de uma maneira profunda,  não se esquecendo das traições, mortes, sofrimentos, enfim, toda a tragédia que envolveu essa passagem da história pré-helênica. Tudo isso numa linguagem simples, sem eruditismo e por isso mesmo de fácil compreensão. E o mais importante: g-o-s-t-o-s-a! Isto mesmo. Tão gostosa que você acaba lendo as 174 páginas da obra numa tacada só. Mas prepara-se. Se você estiver decidido a ler o livro do autor grego, irá encontrar pela frente uma leitura atrativa, mas também trágica aos extremos.
Enganam-se aqueles – geralmente, as pessoas que assistiram apenas ao filme – que a história de “Jasão e os Argonautas” é básicamente um livro de aventuras e só. As páginas finais da obra que retrata de maneira completa o relacionamento de Jasão e Medéia - a feiticeira que ajudou o herói a roubar o famoso velo de ouro na distante Cólquida,  após enganar um feroz dragão, considerado o guardião do precioso tesouro –  obrigam o leitor a parar a leitura para tomar um fôlego. Stephanides narra em detalhes o plano diabólico da poderosa feiticeira para se vingar de todos aqueles que queriam expulsá-la, juntamente com os seus filhos da cidade onde  havia se  juntamente com Jasão após as aventuras em busca do velocino dourado.
Cena do filme de 1963: Os argonautas enfrentam Talos, o gigante de bronze
Acredito que a história de Jasão e Medéia, juntamente com a dos argonautas é uma das mais trágicas da mitologia grega. E Stephanides expõe, sem nenhuma reserva, toda essa tragicidade aos seus leitores.
O último capítulo do livro denominado “O Trágico Fim” é muito forte, não tendo nada a ver com literatura infanto-juvenil (rs). Neste capítulo, a vingança e somente ela se torna a alma da trama, fazendo com que os leitores conheçam a verdadeira personalidade de... vamos dizer assim... alguns personagens. É evidente que não vou escrever qual ou quais, se bem que os estudiosos de mitologia grega, principalmente sobre a história de “Jasão e os Argonautas” vão saber de quem estou falandoescrevendo.
Fiquei tão fã de Stephanidades que já estou planejando comprar os demais  livros da coleção “Mitologia Helênica” que é composta pelas obras: “Jasão e os Argonautas”, “Hércules”, “Édipo”, “A Odisséia”, “Ilíada: A Guerra der Tróia”, “Os Deuses do Olimpo”, “Prometeu, os homens, e outros mitos” e “Teseu, Perseu e outros mitos”. Todos os oito livros escritos por ele.
Em “Jasão e os Argonautas”, os leitores também terão a oportunidade de conhecer  um pouco mais sobre a história de Hércules, antes de ter se tornado um famoso herói, após a execução do seus 12 trabalhos. O semi-deus, protegido de Zeus, é um dos 50 argonautas que participam da perigosa expedição para a Cólquida em busca do Velo de Ouro. E mais: Peleu, pai de Aquiles; Orfeu e sua harpa encantada; Teseu; Castor e Pólux; Eufemo, etc.
Quanto a Medéia, com toda a certeza é mais um personagem que se encaixa muito bem naquele famoso jargão popular: “Me ame ou me deixe”.


Heróis e semideuses menos famosos dos livros de mitologia grega, mas não menos importantes

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Se eu lhe perguntasse agora, à queima-roupa, os nomes de dois heróis ou semi-deuses famosos da mitologia grega, qual seria a sua resposta?? Pêra aí, deixe eu adivinhar. Hummm... vamos ver... Lá vai: Ulisses e Aquiles! Acertei? Beleza. E se eu repetisse a pergunta, mas pedindo agora os nomes de três deles. Ok, lá vai. Ulisses, Aquiles e Perseu. E se fossem quatro? Quatro não; mas cinco? Certo. Lá vai: Ulisses, Aquiles, Perseu, Hércules e Teseu. Fácil demais, né galera? Também pudera, essas feras aí são presenças marcantes nos livros de mitologia grega, mais do que isso; são verdadeiros astros principais, não tendo nada de coadjuvantes.
Além de dominarem as páginas de livros do gênero, também ganharam filmes só deles, onde foram representados por astros famosos e caríssimos de Hollywood.
Mas nesse exato momento, eu quero desabafar gritando: - “E quanto aos outros heróis e semi-deuses da mitologia grega injustiçados e até mesmo esquecidos?” Cara, eles foram tão importantes quanto os cinco distintos aí de cima. Deram o sangue, suaram, realizaram proezas e para quê? Para ficarem “escanteados” por escritores e também por produtores cinematográficos. Putz, quanta injustiça!
Por isso hoje, resolvi dedicar um post para essas “feras” menos famosas dos livros de mitologia grega e que receberam como pagamento por suas aventuras fantásticas, apenas poucas páginas nos livros e absolutamente nenhum filme solo.
E vamos às feras feridas (rs). E confesso que sou fã desses sujeitos. Vocês poderão conferir, aqui, as suas façanhas, capazes de colocar no bolso as aventurinhas de um... um... digamos Agamenon que comandou o cerco de Tróia, sempre na sombra de Aquiles.  Mas tão na sombra que mais se parecia um parasita ou sanguessuga. Tanto é verdade que no momento em que o valente guerreiro – filho de Peleu e da deusa Tétis - abandonou de maneira definitiva o combate, ferido mortalmente com um flechada no calcanhar, Huuhuuu! Foi um Deus nos acuda para o lado dos gregos.
01 – Diomedes
Escultura: Athena aconselha Diomedes
O que escrever de um guerreiro mortal que conseguiu ferir uma poderosa deusa do Olimpo e amedrontar um poderoso e cruel deus? Só posso dizer que o cara é “bad”, mas mesmo assim foi esquecido através de décadas por autores e pesquisadores. Resultado: sua participação nas obras literárias e nos filmes sobre mitologia grega são ínfimas. Somente o mínimo do mínimo nas versões romanceadas de Ilíada e quase nada de nada no poema antológico de Homero. Quanto aos filmes, podem esquecer. Não me lembro de nenhum. Opa! Me empolguei um pouco e acabei esquecendo de citar o nome do sujeito; mas nem é preciso porque já está no sub-título desse post. Estou falandoescrevendo de Diomedes. Ele foi o mais valente dos heróis gregos na Guerra de Tróia, perdendo somente para Aquiles. Durante o combate entre gregos e troianos, chegou a ferir Afrodite que desceu do Monte Olimpo para salvar o seu filho Enéias que já estava ‘entregue’ nas ‘garras’ de Diomedes. Como o grego não conseguiu matar Enéas, aproveitou para ‘cutucar’ com sua espada ninguém menos do que uma deusa. Viu só que audácia! E já que citei Enéias, vale lembrar que ele foi – logo depois de Heitor – o mais valente e combativo guerreiro do lado dos troianos. Só que encontrou pela frente no campo de batalha, o temível Diomedes que só não o matou, devido a intervenção de sua mãe que acabou ‘pagando o pato’, levando um talho no braço provocado pela espada afiada de Diomedes. Como dizia meu velho avô João Carlos, o vô João: - “Rrrrranqueii rapai!! Traduzindo: - “Arranquei rapaz!”. Enquanto estou escrevendo sobre os feitos de Diomedes empresto o jargão do meu avô para colocá-lo no texto, porque esse herói é fod... Cara! Ele conseguiu fazer uma toda poderosa do Olimpo sangrar! A deusa do amor chegou em prantos para reclamar com Zeus, mostrando o seu braço ferido de onde escorria o ícor, que é o sangue dos deuses.
Quer mais? Então lá vai. Diomedes lutou e também feriu ninguém menos do que Ares, o deus da guerra!! Não! Póde Pará!!! O Ares mêo! O deus que mais se parece com um tanque de guerra, poderoso, fortão e arrogante! Ele mesmo; o próprio, também não agüentou o ‘repuxo’ e foi reclamar para Zeus por ter sido afrontado por um simples mortal. Acredite amigo, Ares, o deus da guerra foi chorar no ombro de Zeus depois de levar uma ‘riscada’ do grego.
Sabem quem foi o único homem capaz de encarar e vencer Diomedes? Somente a lenda... o mito... o cara... Ele: Hércules. Prosseguindo os combates e peripécias do seu oitavo trabalho, o filho de Zeus e da mortal Alcmena estrangulou Diomedes e o deu a comer às suas quatro éguas ferozes. As quatro éguas que Diomedes possuia, de acordo com a tradição mitológica, alimentavam-se de carne humana. O herói grego, depois de ter visto Hércules roubar-lhe as éguas, perseguiu-o com seu exército, mas acabou derrotado, tendo então sido devorado pelos bravios equinos.
Apesar de todas essas credencias, Diomedes nunca ganhou uma produção cinematográfica só sua e pior... tampouco apareceu como coadjuvante em filmes sobre a Guerra de Tróia. Quantos aos livros, teve uma presença discreta na obra prima “Eneida” de Virgilio que narra as aventuras de Enéas e também nas versões romanceadas de Ilíada; mas bem pouquinho mesmo. Triste fim para esse grande herói que colocou dois deuses do Olimpo para correr.
Onde encontrar Diomedes
Livros: “Tróia: O Romance de uma Guerra” (autor: Cláudio Moreno), Ilíada (Homero) e Eneida (Virgílio). Nos três livros o leitor terá apenas o mínimo possível de Diomedes. O que dá um pouco mais de destaque ao herói é a obra do brasileiro Cláudio Moreno.
02 – Filoctetes
Herói helênico decisivo para a vitória dos gregos sobre os troainos, mas apesar disso, nunca conseguiu ganhar o status de protagonista; apenas um mero coadjuvante. Filoctetes não chegou à Tróia com os outros chefes e guerreiros, pois durante a escala em Ténedo, foi mordido no pé por uma serpente, enquanto procedia a um sacrifício. A ferida infectou de tal modo que exalava um odor fétido de putrefacção insuportável. O herói agonizava dia e noite de dor. Devido a isso, Ulisses e os outros chefes abandonaram o moribundo em Lemnos, onde permaneceu durante dez anos. Neste período, Filoctetes viveu abandonado, arrastando-se penosamente pela ilha em busca do necessário. Tinha por companhia as aves, os animais, a solidão e o eco dos seus lamentos.
Ulisses e Diomedes só voltaram à ilha de Lemnos para buscá-lo porque um oráculo revelou que Tróia só seria tomada com as flechas de Hércules. Ah! Que cabeça a minha (rs)!! Já ia me esquecendo de dizer que por ter sido amigo pessoal e mestre de armas de Hércules, após a morte do filho de Zeus, Filoctetes recebeu o seu arco, a sua aljava e também as flechas. O grego, à exemplo de Hércules – se tornou um exímio arqueiro.
Apesar de ter sido o eleito por um oráculo para ser a cartada decisiva na Guerra de Tróia à favor dos gregos, Filoctetes  nunca chegou a ser tão famoso e carismático quanto Perseu, Ulisses ou Aquiles.
Fico imaginando que filmaço dramático daria a vida desse herói. Coisa do tipo: O cara que decide deixar para trás o seu reino para participar de uma guerra numa terra distante em solidariedade há um rei amigo que foi ‘corneado’ pelo filho de um rei rival. Só que o pobre coitado e cheio das boas intenções acaba sendo abandonado pelos próprios amigos – incluindo ‘um melhor amigo’ – numa ilha isolada após ser picado por uma cobra. O motivo do abandono. Ok, vamos lá: os seus amigos FDP não suportavam o odor fétido que exalava da sua ferida e muito menos os seu choro de dor e agonia. Entonce, abandonam o moribundo à própria sorte e seguem para a tal terra distante para guerrear. Passam-se dez anos e os amigos FDP descobrem que só podem vencer a guerra com a ajuda do cara que eles consideravam um fardo, um  verdadeiro saco de areia que só fazia peso nos seus ombros. Ahahahahaha!!! Bem feito para os sacanas! Mêo, fala a verdade. Esse enredo não daria um hiper-filmaço ou então uma versão romanceada como já foi feito com as Ilíadas e Odisséias de Homero? Só que até agora, Filoctetes encontra-se no limbo, só ‘prestando’  mesmo para coadjuvante de outros heróis e semi-deuses.
Livros escrito pelo poeta Sófocles
E olha que o mito do herói da Tessália – sua terra natal – acabou ao longo dos anos, ganhando uma função pedagógica, ensinando-nos uma lição moral: “Não devemos abandonar ninguém só porque se encontra incapacitado, pois futuramente esse alguém poderá se tornar importante para nós”. O mito do herói grego tem o objetivo de criticar e também alertar alguns segmentos da sociedade capitalista em que vivemos, cujo hábito é abandonar aqueles que deixaram de ser produtivos.
Tudo bem que Sófocles, Ésquilo e Eurípedes escreveram tragédias sobre o mito, mas cá entre nós, será que todos vocês que lêem esse post – eu disse todos – tem saco para fazer uma leitura maçante em versos, parecida com os poemas Ilíada e Odisséia de Homero? Não estou desmerecendo essas obras primas, jamais. O que estou querendo dizer é que apenas uma grande parte dos leitores, na qual me incluo – preferem ler uma epopéia desse tipo numa versão em prosa, tipo romance. Sacou?
Onde encontrar Filoctetes
Livros: “Filoctetes” (autor: Sófocles); “O Drama de Filoctetes” (autor: José Ribeiro Ferreira que segue a mesma linha de Sófocles); Ilíada e Odisséia (autor: Homero que encaixa Filoctetes como um mero coadjuvante em seus poemas);  “Ilíada: A Guerra de Tróia” e “A Odisséia” (autor: Menelaos Stephanides) e “Tróia: O Romance de uma Guerra” (autor: Cláudio Moreno). Em todas essas obras literárias, excetuando o texto milenar de Sófloces e a adaptação de José R. Ferreira, o exímio arqueiro grego não passou de um coadjuvante.
Filmes: Heresia e mais heresias!! Escantearam Filoctetes de todos os filmes sobre Tróia produzidos até agora!! Em “Tróia” (2004) com Brad Pitt como Aquiles e Eric Bana como Heitor, o diretor Wolfgang Petersen cometeu a heresia de tesourar Filoctetes da trama!!! Cara! Não foi feita nem uma menção ao importante e decisivo herói. O mesmo aconteceu com “Helena de Tróia” (1956), uma produção ítalo-estadunidense, tendo o mito sexy daquela época, Rossana Podestá como Helena de Tróia e Stanley Baker no papel de Aquiles.Bahhh!
03 – Zetes e Calais
Pintura ctendo os Bóreas como tema
Cara, sem os irmãos alados Zetes e Calais, filhos do Vento Bóreas, Fineu, o rei cego da Trácia estaria perdido. Quando os argonautas, em sua viagem para a Cólquida em busca do Velo de Ouro, fizeram uma escala na Trácia descobriram que o rei daquelas terras era constantemente atormentado pelas Harpias. Todos os alimentos e bebidas que se colocavam diante de Fineu, as Harpias o arrebatavam e o que não podiam carregar poluíam com seus excrementos.
Quando pela Trácia passaram os Argonautas, o rei pediu-lhes que o libertassem das terríveis Harpiasque eram monstros medonhos. Elas tinham o rosto de mulher velha, corpo de abutre, garras aduncas, seios pendentes e os seus excrementos tinham um odor tão fétido que ao defecarem, ninguém mais conseguia comer o que quer que fosse. Já imaginou o drama do tal Fineu?!
E quais foram os ‘bam-bans’ que conseguiu dar um jeito nessas criaturas malignas? Ora! Os irmãos Zetes e Calais, filhos do Vento Bóreas. Afinal de contas para combater as Hárpias, o seu oponente também teria de voar e como naquela época ainda não haviam descoberto o avião, nem mesmo um “Teco-Teco” (rsss), sobrou para os dois irmãos que eram os únicos argonautas alados.
Após o pedido de Fineu, lá vão Zetes e Calais atrás das horrendas Harpias. Perseguida sem tréguas pelos dois irmãos, a primeira Harpia chamado Aelo (a borrasca), caiu num riacho do Peloponeso, que, por isso mesmo, passou a chamar-se Hárpis. A segunda, Ocípete (a rápida no vôo), conseguiu chegar às ilhas Equínades, que, desde então, se denominaram Estrófades, isto é, Ilhas do Retorno.
Outros poetas e escritores da antiguidade dizem que Hermes, se postou diante dos perseguidores e proibiu-lhes matar as Harpias, porque eram "servidoras de Zeus". Em troca da vida, elas prometeram não mais atormentar Fineu, refugiando-se numa caverna da ilha de Creta.
Bem, de uma forma ou de outra, o que importa é que os filhos do Vento Bóreas colocaram as Harpias para correr e em agradecimento, o rei da Trácia deu todas instruções de como Jasão e os argonautas poderiam atravessar as temíveis Ciânes, os Rochedos Azuis, também conhecidas comoSimplégades. Estes rochedos móveis abriam e se fechavam constantemente, esmagando toda embarcação que se atrevia a passar por eles. Graças a informação dada por Fineu, os argonautas conseguiram realizar a mítica travessia desses rochedos fatais.
O ataque das hárpias que foram banidas pelos bóreas
Mas os argonautas ainda ficariam devendo mais um favor para Zetes e Calais. Em sua viagem de retorno à Iolco, após terem se apossado do velocino de ouro, os argonautas comandados por Jasão quase foram trucidados pelos cinocéfalos – criaturas estranhas e selvagens com o corpo de homem e cabeça de cachorro. Eles latiam ferozmente e mordiam com fúria. Nesta terra longínqua e misteriosa, travou-se uma luta violenta, iniciada na praia, chegando quase a bordo do navio Argos. Os argonautas se viram em situação desesperadora,e a própria Medéia deu um grito que fez gelar o sangue de todos nas veias, quando um dos monstros preparou-se para saltar sobre ela. A criatura acabou sendo morta por Jasão na hora H. Mas quem, finalmente e novamente, salvaram os heróis foram os filhos de Bóreas que atacaram os cinocéfalos do ar com espadas nas mãos. Mataram um grande número deles, e os outros ficaram tão aterrorizados que fugiram uivando de medo. Caraca! Que Ufaaaa – daqueles bem prolongados - para os argonautas que puderam, assim, prosseguir a sua viagem de volta à Iolco.
Apesar de serem considerados “os caras” entre os argonautas, Zetes e Calais acabaram não passando de coadjuvantes nos livros sobre mitologia grega. Quanto aos filmes. Bom... melhor esquecer, já que nas últimas ‘décadas das décadas’ ninguém se interessou por eles, nem mesmo como meros figurantes. Que dó.....
Onde encontrar Zetes e Calais
Livros: “O Herói Perdido” da série “Os Heróis do Olimpo, de Rick Riordan, o mesmo criador de Percy Jackson. Neste livro, os filhos do Vento Bóreas aparecem como coadjuvantes. “O Herói e a Feiticeira”, de Lia Neiva que conta a história de Jasão, Medéia e os argonautas. “Jasão e os Argonautas”, de Menelaos Stephanides. Em  todos esses livros, os filhos de Bóreas são apenas figurantes.
Filmes: Ehehehehe... Podem esquecer. Nada de nada.
04 – Enéias
Enéias fugindo da cidade de Tróia em chamas com o pai, esposa e filhos
Apesar do sujeito ‘aí’ ao lado ser considerado o personagem principal da obra Eneida do aclamado poeta Virgilio, ele nunca integrou o chamado Grupo dos Cinco formado por: Hércules, Aquiles, Ulisses, Perseu e Teseu. Percebe só galera! Toda vez que a maioria dos leitores comuns, no qual me incluo – quando digo comum, estou excetuando os ‘iniciados profundos’ em mitologia grega – sentem aquela ‘coceirinha mental’ em ler alguma coisa sobre heróis e semi-deuses da mitologia; ou se inspiram em Hércules,  Ulisses ou em Aquiles ou nos outros dois integrantes do Grupo dos Cinco.
Cara é muita injustiça porque Enéias foi um guerreiro e estrategista tão importante quanto os cinco famosos. Tudo bem que Ulisses teve a idéia de construir o antológico cavalo de madeira que foi responsável pela queda de Tróia; tudo bem que Perseu matou Medusa que transformava as suas vítimas em pedra com o seu olhar medonho; tudo bem que Aquiles aterrorizou os guerreiros troianos, colocando-os para correr; tudo bem que Hércules realizou 12 trabalhos considerados  impossíveis para qualquer ser-humano e tudo bem, que Teseu não tremeu diante de um labirinto escuro e úmido, onde ‘detonou’ um tal cara de boi chamado minotauro que morava por lá; mas, Enéias teve em seus ombros uma responsabilidade tão grandiosa quanto a de seus colegas heróis e semi-deuses.
Após a destruição de Troía pelos sanguinários guerreiros gregos, o filho de Afrodite e Anquises conseguiu fugir da cidade em chamas, juntamente com o seu pai, filho e esposa, além de alguns poucos troainos sobreviventes do massacre. Conta a lenda que à Enéias ou à seus descentes estava reservado pelos deuses um grande prêmio que seria a fundação de uma cidade tão importante quanto Tróia teria sido. E assim, Enéias partiu em busca de seu destino, enfrentando muitos perigos e vivendo várias peripécias.
Cartaz do filme de 1962 sobre o herói
Em sua caminhada o herói se encontrou com as temíveis Hárpias que já haviam atormentado o  rei da Trácia Fineu; enfrentou Éolo, o rei dos ventos que foi convocado pela deusa Hera que ainda estava ressentida com os troianos por causa da traição de Páris; enfrentou valorosos guerreiros inimigos, entre os quais Turno, rei dos Rútulos e pasmem... desceu até a morada dos mortos para fazer um servicinho por lá!
Como não bastasse essa epopéia, alguns mitos atribuem aos descendentes de Enéias, a fundação de uma cidade que mais tarde viria a governar o mundo. Adivinhem qual? Nada menos do que Roma.
Agora pensa aí vai! Um cara fodástico desses não merecia estar no Grupo dos Cinco?
Onde Encontrar Enéias
Livros: Eneida (Virgílio) e Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis (Thomas Bulfinch)
Filmes: “A Lenda de Enéas (1962). Filme com o halterofilista Steve Reeves. Coisa braba heinnn?!! Terrible... horrible... Coitado do Enéas, deve ter se revirado muito no túmulo.
05 – Belerofonte 
Este herói da mitologia grega não fez nada de mais. Só matou a Quimera, um monstrinho bonitinho com corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de serpente. Ah! Já ia me esquecendo... coisinha simples.... de nada mesmo... o tal monstrinho tinha o hábito de vomitar fogo pela enorme bocarra. Só isso (rs).
Pessoal, agora falando sério. Como um cara tipo “trucão” como Belerofonte conseguiu cair no esquecimento dos fãs ardorosos de Ilíada e Odisséia? Pois é, há coisas que não tem explicação.
Belerofonte derrotou a Quimera montado em Pégaso, aquele famoso cavalo alado que depois ainda acabou servindo à Perseu. O herói ainda demonstrou toda a sua coragem, enfrentando e vencendo os sólimos, um povo guerreiro e belicoso. Na seqüência, Belerofonte deceu o cacete nas poderosas amazonas. Sempre cavalgando o fiel Pégaso, Belerofonte se saiu vencedor de todas essas empreitadas.
Alguns mitos relatam que apesar de todas essas conquistas, Belerofonte ainda não estava satisfeito, por isso, num surto de arrogância, quis voar – com pégaso - até o Olimpo, a morada dos deuses. Ao ver tanta ousadia em um mortal, Zeus mandou uma vespa para picar o cavalo alado que acabou se assustando e derrubando o herói. Com o tombo, Belerofonte terminou aleijado e por anos e anos ficou procurando por Pégasos, ou seja, cavalos voadores. De acordo com o mito, ele morreu como um mendigo e desprezado pelos homens e pelos deuses.
Onde encontrar Belerofonte
Livros: “Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis” (Thomas Bulfinch); Belerofonte e a Quimera – Heróis da Mitologia (Adriana Bernardino).
 Filmes: Apenas uma leve citação em Missão Impossível 3, onde Quimera e Belerofonte não passavam, respectivamente, de uma substância química letal e o seu antídoto.
Galera é isso aí!
Inté!

O inferno dos tradutores de Inferno

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Com certeza a história que irei contar agora não será a última referente aos bastidores do novo livro de Dan Brown, “Inferno”. Muitas outras surgirão, algumas falsas, outras verdadeiras, algumas sensacionalistas outras sérias; enfim, histórias dos mais variados tipos e para todos os gostos. Com o tempo, muitas delas se tornarão, até mesmo, lendas urbanas, mas de uma coisa eu tenho certeza, notícia tão estranha quanto essa que vocês ficarão sabendo por aqui, acho difícil.
Logo na manhã de hoje, ao dar uma zapeada pela Net dei de cara com uma informação... olha... sinceramente não sei como classificá-la. Esquisita, talvez paranóica, risível, grave. Sei lá pessoal. O que posso dizer escrever é que fiquei de queixo, boca e bochecha caidas. Assim ó: Hãaaaaaaaaaaaaa??!!
Segundo fontes ultra-confiáveis, entre elas o Jornal O Globo, no dia 18 de fevereiro, onze tradutores de vários países começaram a trabalhar na tradução de “Inferno”, novo livro de Dan Brown. Esse fato seria normal se os tradutores, em questão, não fossem obrigados a exercer as suas funções num esconderijo subterrâneo, apelidado de “o bunker”, localizado num dos pontos mais improváveis e impossíveis de toda a Itália: debaixo do edifício Mondadori, sede da editora responsável pela edição italiana do romance.
Antes de serem recolhidos ao bunker, os tradutores, os quais reputo de vítimas (rss) tiveram seus celulares recolhidos com a promessa de serem devolvidos após as sete semanas de serviço. Além dos celulares, foram apreendidos, também, qualquer tipo de dispositivo que possibilitasse comunicação com o exterior. Resumindo, os caras ficaram quase dois meses isolados do mundo exterior, “enterrados”, a maior parte do tempo, numa ‘caverna’ debruçados em cima do texto de Brown trabalhando na tradução para os seus respectivos países.
Mas o inferno dos tradutores do Brasil, Alemanha, Espanha, França e Itália estava apenas começando, porque além do confinamento num bunker e a apreensão dos celulares, eles ainda tiveram de sujeitar a muitas outras restrições, entre as quais trabalhar trancados no mesmo espaço com portas vigiadas por homens armados. Se quisessem sair um pouco, tomar – com se diz aqui no interior – ‘uma fresca’, eles tinham de pedir autorização e mesmo assim, serem fortemente sondados por olhos atentos dos seguranças do bunker.
Ah! Tem mais! O acesso à internet era feito através de um computador partilhado e altamente vigiado. E-mails, redes sociais, nem pensar! Contato com os familiares, filhos, esposas ou esposos, era algo proibido. Mêo! Os caras estavam completamente i-s-o-l-a-d-o-s, como verdadeiros Robisons Crusoés!
Eles até podiam comer na cantina da editora Mondadori, mas para isso foram preparados álibis para explicar o motivo de um grupo de tradutores de países diferentes estarem ali naquele momento. As palavras “Dan Brown” e “Inferno” erram terminantemente proibidas nesses momentos. Dois detalhes que ia me esquecendo. No momento em que os reclusos estavam almoçando, lanchando ou jantando eram muito bem vigiados e todos tinham que se sentar na mesmo lugar, jamais em mesas separadas. Ah! E sem ‘lenga-lenga’ e muito menos direito ao ‘kilo’. O lema era ‘comida no bucho e mãos à obra’.
No fim do dia, por volta das 21 horas ou mais, ao terminarem – parcialmente – o trabalho, eles eram conduzidos por uma vã até o hotel para dormirem. Quanto ao manuscrito de Borwn, no qual estavam trabalhando, voltava a ser guardado num cofre secreto como se fosse a pedra preciosa mais importante do mundo. No dia seguinte, começava tudo de novo. A mesma vã os recolhia do hotel e os levava ao bunker para pegarem firme no trampo.
Todas essas regras de segurança foram adotadas porque a editora tinha medo de que alguns tradutores pirateassem o material. Por isso....
O grupo de onze profissionais, incluindo os brasileiros Fabiano Moraes e Fernanda Abreu tinham de seguir um  conjunto de regras rígidas que ficou conhecido como “Os 10 Mandamentos dos Tradutores de Inferno”. Querem saber quais? Ok. Espiem logo abaixo:
01 -  “Inferno”: Os tradutores não podiam falar com ninguém sobre a trama
02 - Papelada: Eles não podiam levar para fora do bunker qualquer material sobre o livro, fosse impresso ou digital
03 - Telefones: Celulares e outros instrumentos de comunicação eram vetados
04 - Conexão: Dispositivos pessoais conectados à internet eram proibidos
05 - Circulação: Não era permitido andar pelo edifício Mondadori, com exceção do refeitório e do café
06 - Identificação: Os tradutores deviam estar sempre de crachá
07 - Explicações: A equipe não devia falar sobre os motivos de sua presença no prédio
08 - Acesso: Só tradutores, editores e seguranças podiam entrar no bunker
09 - Idas e vindas: Eles deviam assinar um papel toda vez que precisassem sair do local
10 - Pesquisa: Os tradutores podiam acessar a internet em computadores vigiados por seguranças.
Eu heinnn...
PS: O livro chega ao Brasil no próximo dia 24 de maio.

Os cinco vilões mais letais de James Bond nos livros

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Talvez nenhum herói da literatura mundial tenha tido uma galeria de vilões tão perversos e insanos quanto James Bond, o famoso agente secreto de Sua Majeste com licença para matar. Muitos deles obrigaram 007 a ‘gemer na rampa’. Um deles chegou a fazer o agente durão chorar, gritar, berrar e finalmente desmaiar de sofrimento.
Quer saber?? Acho que esse pessoal “Bad” merece uma pequena homenagem em nosso blog. Afinal de contas, eles peitaram um sujeito que não tem o hábito de levar desaforo pra casa e alguns deles quase conseguiu ‘despachar’ o nosso herói para a outra faceta do mundo. Isto só não aconteceu porque Ian Fleming ou então outros escritores contratados pelos herdeiros para seguir o legado do autor inglês, sempre arrumaram um jeitinho de salvar o herói no último minuto.
Então vamos lá! Confiram, na minha humilde opinião, os cinco vilões mais letais dos livros de 007, incluindo os escritos por Fleming, Sebastian Faulks, Jeffery Deaver, John Gardner e Raymond Benson.
Prá variar já adianto que os cinco melhores vilões são dos livros de Fleming.  Aliás, nem dá pra se comparar com os demais.
01 – Le Chiffre (Cassino Royale)
Na minha opinião, o tal aí do lado pode ser considerado o principal algoz de 007 superando outras feras tradicionais, até mesmo Rosa Klebb, aquela agente russa com cara de sapo que quase matou... pêra lá... quase matou não! Ela, de fato, matou 007! Ele só voltou à vida por causa... Putz! Tô misturando tudo. Calma aí; afinal de contas o tema desse sub-post é Le Chiffre e não Rosa Klebb. Assim, voltemos à ele. A cara de sapo fica mais pro final.
Ah! Por que Le Chiffre é o “bam-bam” dos vilões? Simples. Anote aí: O vilão tirou as calças de James Bond e deixou o agente secreto inglês durão pelado!! Quer mais?! Ok. Lá vai: colocou o pobre coitado sentado numa cadeira sem assento - semelhante aquelas cadeiras de banho, apropriadas para os doentes lavarem as suas partidas íntimas – depois pegou um batedor de tapetes e Pow! Scrash! Pãmm! Quer que eu fale onde Le Chiffre bateu??? Acho que nem é preciso né galera.
Cara... olha... juro que fiquei constrangido ao ler “Cassino Royale” e ver Bond passar esse vexame. Foi duro vê-lo sentado ali naquela cadeira com a genitália e as nádegas expostas para o tesoureiro da Smersh, agüentando gozações e levando porradas.
Acho que teve um momento que Bond até chorou... não de medo, mas de dor... ou será que foi de medo??? Cara, na realidade, o sofrimento foi tão atroz que nem dá pra saber.
Você teve estar se perguntando como Bond conseguiu se safar. Tá bem. Leia o livro “Cassino Royale”; o primeiro escrito por Ian Fleming.
02 – Ernst Stravo Blofeld (Chantagem Atômica, À Serviço Secreto de Sua Majestade e A Morte no Japão)
Este gênio do mal é tão poderoso, mas tão poderoso que aparece em três livros do agente secreto inglês e em seis filmes da franquia!!! Prova de que o sujeito é bom mesmo. Êpa! Quis dizer: “Mau mesmo!”.
Depois de Le Chiffre que quase ‘capou’ James Bond - fazendo o espião inglês sofrer uma de suas piores humilhações – Blofeld foi o vilão que mais fez Bond sofrer. Ele arrebentou a alma de 007 ao matar o grande amor de sua vida. A mulher com quem o Comandante Bond iria se casar: Tereza ou “Tracy”. O fato aconteceu no livro “À Serviço Secreto de Sua Majestade” e absolutamente ‘moeu’ Bond;  mas moeu tanto, que foi duro faze-lo entrar nos eixos. Depois da tragédia provocada por Blofeld, Bond pensou seriamente em abandonar o MI6 e consequentemente o duplo zero que lhe dá licença para matar. Após ser aconselhado a ficar, acabou falhando “feio” em suas novas missões, só aprontando lambanças e quase perdendo a vida. Essa decadência de Bond fica evidente logo no início do livro “A Morte no Japão”, onde M lhe dá um ultimato: “Ou volte a ser o velho e confiante Bond ou você está fora!”.
Antes de arrebentar a alma de 007 em À Serviço Secreto de Sua Majestade, o líder da agencia criminosa Spectre deu muito trabalho em Chantagem Atômica onde quase matou Bond com um arpão. Em “A Morte no Japão”, ta lá novamente o maléfico vilão. Depois de  conseguir escapar duas vezes das garras de Bond, neste último livro de Ian Fleming (em vida), 007 consegue à muito custo eliminá-lo, mas acaba perdendo a memória, passando a sofrer de amnésia, esquecendo até mesmo que é um agente secreto do MI6. Bond fica bobinho. Quer dizer Blofield morre, mas antes de partir para o além, ainda consegue aprontar mais uma prá cima do ‘mocinho’.
03 – Julius No (O Satânico Dr. No)
Este sujeito deu um trabalho danado para Bond. Logo de cara, quando descobriu que o agente estava metendo o bedelho em seus negócios, ele tentou matá-lo com uma tarântula! O seu capanga invadiu sorrateiramente o quarto onde Bond dormia e ‘amoitou’ por debaixo dos lençóis de sua cama, o estimado bichinho. Por muito pouco, mas muito pouco mesmo, 007 não recebeu uma picada mortal.
Depois, Dr. No matou um amigo e guia do agente secreto. Os dois, juntamente com uma Bond-Girl chamada Honey, estavam na ilha do vilão, investigando os seus negócios. O guia de Bond foi torrado vivo por um dragão mecânico que cuspia fogo pelas ventas.
E por fim, 007 foi preso numa armadilha mortal – uma espécie de alçapão - que fazia ligação direta com o mar que banhava a ilha. Ele teve de enfrentar até mesmo uma lula gigante que quase o liquidou.
Dr. No deu trabalho... muito trabalho para 007.
04 – Mr. Big (Viva e Deixe Morrer)
O livro lançado originalmente no Brasil como “Os Outros que se Danem” e em edições posterior como “Viva e Deixe Morrer” nos apresenta um criminoso com um perfil letal e impiedoso: Mr. Big.
O vilão tem ligações com uma rede criminosa americana, com o mundo do vodu e a SMERSH, um braço do Serviço Secreto Russo, que são uma ameaça para o Ocidente.
Negro com ascendência francesa, Big é natural do Haiti, tem quase 2 m de altura e pesa mais de cem quilos. Uma aparência que impõe respeito, apesar do seu coração estar baqueado por causa do tamanho e peso de seu corpanzil.
Quando li “Viva e Deixe Morrer” fiquei impressionado com a personalidade fria e maldosa desse vilão que mata por prazer. É verdade! O cara parece que sente orgasmo em ver as suas vítimas sofrer aos poucos antes de dar adeus à vida. A linda Solitaire (Bond girl) amante de Big, paga um preço caro por ajudar Bond a desmascarar o vilão. O espião também vê a morte de perto ao ser capturado pelo criminoso.
Mr. Big ainda arrebenta Félix Leiter. Como? Os seus capangas o jogam num tanque de tubarões que fazem do agente da CIA, amigo de Bond, um apetitoso prato. Os ‘asseclas’ de Mr. Big ainda fazem questão de jogar o corpo triturado de Leiter, ainda vivo, na ‘cara’  de  007. Viu só! O negão é ou não é mais sádico do que um tal Marquês de Sade?! Tudo bem que o agente da CIA sobreviveu. Ganhou um gancho no lugar de uma das mãos, mas sofreu muito e viu a viola em cacos.
05 - Rosa Klebb (Moscou contra 007)
Taí a ‘muié’. Esta é a fera e daquelas feras letais e traiçoeiras até o último grau. A ‘cara de sapo’ é a agente de nº 3 da SPECTRE, a maior organização terrorista do mundo e ex-dirigente da SMERSH, o serviço de contra-espionagem da Rússia. Vilã fria e de presença física amedrontadora, apesar da baixa estatura; a personagem também sugere ter tendências lésbicas, em seu contato de aliciamento da jovem agente Tatiana Romanova para o plano de assassinar James Bond. As tendências lésbicas de Klebb ficam bem mais evidentes no livro do que no filme.
A vilã russa é uma exímia coordenadora tática com uma mente brilhante, capaz de engendrar verdadeiras teias infalíveis para agarrar os seus inimigos. Quando os seus capangas falham, ela não hesita em sair à campo para matar as vítimas visadas com as próprias mãos. Foi o que aconteceu com o ‘armário’ Red Grant – um brutamontes enorme – que foi morto por Bond numa cena inesquecível – tanto no livro quanto nos cinemas – que ocorreu no interior do vagão de um trem em movimento.
Klebb conseguiu a proeza de assassinar o agente inglês nas páginas do livro “Moscou Contra 007”. Bond só voltou à vida após Ian Fleming mudar de idéia e criar um mote para o seu retorno no livro seguinte: “O Satânico Dr. No”. No post aqui eu explico quais foram os motivos que levaram Fleming a matar o seu agente preferido e depois... mudar de idéia.
Portanto, como não considerá-la uma das vilãs mais eficientes da vasta galeria de James Bond.
É isso aí pessoal!
Ôpa! Já ia me esquecendo. Antes que os fãs de Auric Goldfinger fiquem decepcionados com a sua ausência nessa lista, deixa eu explicar que o referido vilão só vivia ‘a sombra de seu capanga, o terrible Oddjob. O coreano – completamente mudo - que usava um chapéu côco com uma lamina afiada e mortal na aba, realmente metia medo. Agora, Goldfinger...
E Zefini!!

“Joyland” e “11/22/63” de Setphen King serão adaptados para o cinema e TV

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Capa americana de "Terra da Alegria"

Sem milongas e delongas, lá vai: Dois livros de Stephen King  que ainda nem sequer foram lançados no Brasil serão transformados em filme. Pronto! Falei e disse como manda o figurino: sem emblomação e suspense. Os nomes dos livros? Ok. Novamente, lá vai: “11/22/63” e “Joyland” (Terra da Alegria). O primeiro será lançado no Brasil no mês de novembro vindouro com o título “Novembro de 63”. Quanto ao segundo, será publicado nos Estados Unidos em junho próximo. Hãhãhã...!!! Quer saber quando a obra chegará aqui na terrinha tupiniquim, não é mesmo? Pois é, sinto dizer, mas ainda não há nenhuma data em cogitação; o que significa que o seu lançamento ainda irá demorar muito. Se eu fosse arriscar; vejamos.... Bem, sendo otimista, de um ano à um ano e meio. Não se assuste não pessoal, é que esse é o tempo médio para que as obras de King passem pelo processo de tradução para a nossa língua, antes de aterrissarem por aqui. E um processo, diga-se de passagem, bem demoradinho se compararmos com os outros países.
Eu – como leitor e fã de King – até perdoei esse atraso cruel na tradução da obra. Mas só perdoei depois que soube que “Joyland” seria adaptado para as telonas. E depois, então, que anunciaram que “Novembro de 63” (é assim mesmo que se chamará o livro 11/22/63 aqui na terrinha) também teria o mesmo destino; então... Pára vai!! Eu passei a perdoar qualquer coisa!!
O enredo de “Joyland” nos remete para o início da década de 70, num parque de diversões abandonado de uma pequena cidade da Carolina do Norte. Um parque que ganhou a fama de mal assombrado. Brrrrrrr!!! Na trama, o personagem Devin Jones, um estudante universitário que vai trabalhar no referido parque durante o verão, acaba se envolvendo um violento assassinato e com o destino de uma criança moribunda. Os eventos do local mudarão a vida dos dois para sempre.
A editora Titan Books não revelou mais nada sobre o enredo dessa trama policial e de suspense. Acessei uma porrada de sites daqui e de fora, mas não consegui obter mais nada. Tudo indica que a Titan através de seu selo Hard Case Crime montou uma verdadeira operação de guerra para proteger os detalhes da trama.
A obra será lançada nos Estados Unidos em junho de 2013. Inicialmente no formato bolso de livro. Poucas semanas depois chega o e-book.
Quanto a produção cinematográfica, já pode ser dada como certa. A direção será de Tate Taylor, diretor do filme “Histórias Cruzadas”. Taylor também fará a adaptação do roteiro sob a supervisão de King.
“Joyland” ou “A Terra da Alegria” ainda não tem data definida para estrear nos cinemas, mas as gravações começam logo, logo.
J.J. Abrams com o livro "11/22/63"
Bem, com relação à “11/22/63” ou “Novembro de 63” não vou escrever mais nada sobre o livro, sua história, expectativas de lançamento, etc e mais etc; mesmo porque, já escrevi muito sobre ele. Quem ainda não leu e quiser ler é só clicar aqui, aqui e mais aqui.
O que eu quero é ‘falar’ sobre o filme “11/22/63”, cuja confirmação caiu como uma bomba nas redes sociais. A explosão de comentários dos internautas sobre o assunto foi algo absolutamente anormal o que deixou evidente a grande expectativa da galera quanto ao lançamento da produção.
‘A princípio, a intenção da Bad Robot, produtora do cineasta J.J. Abrams, que comprou os direitos de adaptação do livro, seria transforma-lo num filme, tipo blockbuster, com pedigree para disputar uma ‘batelada’ de Oscars, mas depois, não sei por qual motivo, Abrams decidiu mudar de idéia e adaptar o livro para o formato de série ou minissérie de TV.
Agora, você acha que serei eu o cara prá discutir com Abrams?? Falando todo imponente pro sujeito: - “O J.J. por que você foi fazer isso com o livro do King? Por que você não o adaptou para os cinemas? Ficaria melhor!”. Você acha que eu deveria cobrar o cara dessa forma ou algo parecido? Ah! Pára Né! (rsss).
Gente; Abrams já provou que é um gênio quando o assunto é filmagem. Então, com certeza, após ter lido o livro do mestre do terror e suspense, ele chegou a conclusão que o melhor caminho seria uma adaptação para a TV e não para o cinema. Os inconformados que estão lendo esse post e que queriam de qualquer maneira assistir “11/22/63” nas telonas, fiquem tranquilos... relaxem... o cara já provou que sabe o que faz e na sua opinião, o melhor caminho para o enredo de um professor que viaja no tempo para salvar o presidente Kennedy de levar um tiro de Lee Harvey Oswald, é esse mesmo: a TV.
Tenho certeza que Abrams não vai fazer a mesma cag... na escolha de elenco como fizeram com a série “Sob a Redoma”, também de King, que estréia no dia 24 de junho.
Outro ponto positivo para a adaptação de “11/22/63” foi a escolha da Warner Bros para cuidar do projeto ao lado da Bad Robot, dando assim, todo o suporte necessário.
É importante lembrar que ainda não há canal definido para a sua exibição e tampouco, se história será adaptada no formato de série ou minissérie.
O importante nisso tudo é que a adaptação sai!
Tai galera! Vamos torcer para que estejamos vivos e com saúde para vermos essas duas obras primas: “Joyland” e “11/22/63”: uma no cinema e a outra na TV.
Inté!

Livros bizarros que pensei que jamais existissem; mas... existem

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Depois de um período afastado do blog, eis que estou de volta. E feliz! Aliás, muito feliz, porque confesso que nesses quase dez dias de ausência das redes sociais, minha vida estava parecida com aqueles furacões que de vez em sempre andam varrendo algumas regiões do Tio Sam. E hoje só de imaginar que esse furacão foi embora, dando lugar a uma gostosa e saudável calmaria, afirmo que estou F-E-L-I-Z!!!
Cara! Foram conflitos profissionais, decepção com ‘amigos’ – muuuiii amiguuuus!! – problemas de saúde em família e até mesmo mão presa em porta de carro. Aiii! Aliás não quero nem lembrar desse dia em que o famoso dedão da mão direita foi literalmente amassado numa fechada de porta no possante do meu irmão. Meu Jesus! Que dorrrrrrrrrrrr!!!!!! O tipo da dor, onde você primeiramente borra as calças e depois para completar o serviço ainda dá uma molhadinha. Enfim, serviçinho completo, já que são colocados para funcionar os esfíncteres traseiros e dianteiros.
Foi esse tipo de dor que senti. Pois é, já estava com aquele aperto na alma pelas situações que estava enfrentando e... para completar chegou a dor na carne.
Putz!! Me desculpa aí galera! Afinal de contas estou parecendo o muro das lamentações (rs). E tudo isso para justificar uns 10 dias de sumiço. Bem, mas como já disse, a maré turbulenta foi embora e agora estou navegando em águas tranqüilas.
Mas vamos ao que interessa: os livros que eu e você jamais pensávamos que pudessem existir um dia... mas existem. A idéia do post surgiu na semana passada, na sala de espera de um consultório, enquanto o ‘menino’ aqui, aguardava para ser atendido. Eu estava confortavelmente acomodado, quando entrou no recinto, um senhor de meia idade com um livrinho enrolado nas mãos. Chegou... sentou... desenrolou o tal livrinho e começou a ler tranquilamente. O título do livro?? Segura aí galera: “Alien e Predador versus Lampião – A Batalha mais Horripilante do Universo”! A capa trazia os dois famosos alienígenas ‘peid....arroz doce’ para derrotar o rei do cangaço. Juro que tive de desviar imediatamente os olhos da capa do livro para não soltar uma sonora gargalhada. ‘Sente’ só que capa tensa: “O todo poderoso Predador ajoelhado, tendo uma das mãos presas por lampião e o Alien com uma expressão de nocaute no rosto; a mesma que os adversários do Anderson Silva demonstraram no octógono”.
Gente, como leitor, eu poderia imaginar tudo, menos um livro como aquele. Com certeza, o cara que o escreveu teve um lance de gênio. Foi então, que surgiu a idéia de idealizar um post específico sobre essas obras, ou seja, livros tão absurdos e bizarros que nós, leitores, jamais pensaríamos que um dia pudessem ser publicados.  
Saí do consultório médico com esse propósito e ao chegar em casa, comecei o meu trabalho de pesquisa no afã de localizar dez livros esdrúxulos: no bom ou no mau sentido. Vamos à eles. Começando com Mister Virgulino Ferreira, o rei do cangaço, que num dia não tão belo assim, resolveu peitar dois famosos monstros dos cinemas.
01 – Alien e Predador versus Lampião – A Batalha Mais Horripilante do Universo (Izaías Gomes de Assis)
Este livro representa à altura a nossa literatura de cordel. O seu autor é considerado um dos principais representantes do gênero. Izaías Gomes de Assis pode bater no peito e dizer: “Eu sou o cara”. E é mesmo. Natural de Macau (Rio Grande do Norte), Izaías Gomes viveu boa parte da vida (incluindo infância, adolescência e juventude) na cidade de Montanhas no Agreste Potiguar. Atualmente reside em Parnamirim.
Seus primeiros versos escritos surgiram quando ele ainda morava na cidade de Montanhas, isso nas aulas de literatura.  Em 2005, Izaías publicou seus primeiros trabalhos e de lá pra cá tem se tornado uma das figuras mais importantes da literatura potiguar contemporânea, já foi menção honrosa nos concursos de poesia Othoniel Menezes e Zila Mamede, e o segundo lugar no concurso Cosern Literatura de cordel.
Em 2006, Izaías criou a Chico Editora (especializada em publicação de cordel) nesse mesmo ano veio o primeiro convite para participar de uma feira literária (a Primeira Bienal do Livro da Paraíba), desde então o escritor já viajou o país inteiro divulgando o cordel brasileiro em eventos literários, tais como: Feira do livro de Ribeirão Preto, Bienal do livro de Salvador, Bienal do livro de fortaleza, Bienal do Livro de Natal e outras.
Em suas viagens literárias ele sempre faz apresentações e ministra oficinas de cordel. O Cordelista já tem mais de 50 títulos publicados, entre eles: “As ignorâncias de Seu Lunga”, “As perguntas do vigário e as respostas de Camões”, “Alien e predador versus lampião I e II” e “As férias de Bin Laden passou em Natal”.
Optei em dar a ficha completa do cara para que os leitores não levem na gozação a sua obra-prima “Alien e Predador versus Lampião – a batalha mais horripilante do universo”. Só quem entende e curte a literatura de cordel tem dimensão da qualidade dessa publicação. Uma verdadeira jóia rara do gênero. Mesmo assim, sou obrigado a dizer que o título é bem Sui Generis para esse estilo literário já que utiliza elementos da Science Fic, fugindo um pouco à regra.
E aí? Querem uma pequena amostra do texto de cordel do grande Izaías Gomes de Assis? Vejam só: “A batalha mais sangrenta / desde que nasceu Adão / Foi a maior do universo / E se deu com Lampião / Contra um Alien malfeitor / Junto com um Predador / Nas caatingas do sertão”. Êeehe!! Chãoooo pretoooo!! Viu só que textinho porreta? Agora se você quer saber como lampião, o “Rei do Cangaço”  perdeu um olho é só ler as páginas escritas por Assis.
E vamos à luta!!
02 – Como Fazer Xixi em Pé – Dicas para Garotas Descoladas (Anna Skinner)
Durante minhas pesquisas on line e também ‘boca a boca’ em busca de material para a elaboração desse post, quase cai de costa ao me deparar com o livro de Anna Skinner. O mote de sua obra é a promessa de ensinar as leitoras o segredo e a arte de fazer xixi em pé.
Este livro me fez viajar no tempo, para a áurea e saudosa época de estudante universitário. Ele me lembrou uma passagem engraçada que vivi ao lado de meus velhos amigos de escola. A nossa ‘tchurma’ se reunia todas as sextas feiras no bar ‘Galeto de Ouro’ que ficava no quarteirão ao lado da faculdade de jornalismo. Lembro o nome da galera até hoje, aliás, jamais esquecerei! E que saudades dessas quase três décadas! Luizão, Badeco, Messias, Tina, Saletão, Regininha e Osório. Ah! É claro... e eu (rs).
Enquanto ficávamos jogando truco, numa mesa ao lado, o Osório se reunia com um grupo de estudantes da engenharia – turma considerada barra pesada no que diz respeito ao consumo etílico – e ficavam fazendo apostas do tipo “vira-virou”, ou seja, daquelas em que o sujeito tinha que descarregar, goela adentro,  vários copos de uma bebida chamada, na época, de “Fogo Negro” que era uma misturéba de vódica, Whisky, conhaque, cachaça e o escambau à quatro. Vencia quem conseguisse terminar a disputa em pé.
A namorada do Osório; a Regininha, menina que não era de levar desaforo prá casa, ficava ‘P. da Vida’ com essa atitude do cara. Certo dia ao pedir para que ele parasse, acabou escutando uma esculachada: -“Pô Rê me deixa em paz e vê se inventa, também, um joguinho com as suas amigas. Que tal brincar de jogar bonecas? Joguem todas as suas bonequinhas de infância em cima da cama e depois escolham qual de vocês tem a Barbie mais bonita!”. O Osório tinha esse lance de ficar esculachando a Regininha em público. Só que naquele dia, ele deu o azar de pegar a sua namorada ‘naqueles dias’ e escutou na lata: “Não vou brincar de jogar bonecas não. Tenho algo melhor”. E gritou para a hiper-tímida da Tina: “- Tina! Vamos chamar as meninas para jogar michoooo!”. E olha que ela caprichou na pronuncia da referida palavrinha.  Na mesma hora, Osório que ainda estava ‘meio’ sóbrio exclamou: - “O que?!!!” E a Regininha tascou com aquele sorriso maroto: “- Nós vamos ver quem consegue mijar mais longe”. E, talvez Osório, se eu tiver sorte, eu consiga mijar dentro do seu copo!!”. Seu babaca!!” Ehehehe... Lembro-me dessas palavras ditas há quase três décadas como se fosse hoje.
É claro que a Regininha não iria fazer esse tipo de competição com as suas amigas.
Com certeza a Regininha queria ter esse poder!
Tudo não passou de um desabafo, mas a lerda da Tina caiu na infelicidade de perguntar baixinho – mas não tão baixinho assim - para a sua amiga, enquanto ambas viravam as costas e saíam do bar: - “Rê, isso é loucura! Não vai dar certo! Como vamos fazer xixi em pé e ainda por cima descobrir quem mija mais longe?!! Vai faltar pressão!”
Ahahahahahah!!! Vai faltar pressão! Cara, cada vez que eu recordo dessa passagem cômica dos meus tempos de universitário, eu rolo de dar risadas. E agora, enquanto escrevo esse post, ao descobrir o bizarro livro da Anna Skinner, veio à tona essa recordação de quase 30 anos atrás. Nunca mais ouvi falar da Regininha e do Osório, esse casal tão diferente, mas tão querido. A última notícia que tive, há aproximadamente um ano, é de que ambos estavam casados e com dois filhos e vivendo muito bem. Acredite!
Talvez, se o livro tivesse sido lançado naquela época, a Tina não teria feito esse questionamento. Ela, certamente ficaria calada.
“Como Fazer Xixix em Pé: Dicas para Garotas Descoladas” não foi lançado no Brasil, por isso, aqueles, ou melhor, aquelas que quiserem lê-lo terão de adquirir a obra em inglês.
Skinner em seu livro não só ensina as mulheres a fazerem xixi em pé, como também a lidar com o patrão que só gosta de ferrar funcionários, redecorar a casa, sair do vermelho, conseguir passagens de avião mais baratas, além de outras dicas úteis no dia a dia de muitas mulheres.
Se você quiser encarar essa pérola de Anna Skinner, basta acessar a página da Amazon.
03 – Diga Adeus à Depressão Contraindo o Ânus 100 vezes ao Dia (Hiroyuki Nishigaki)
Cara, palavra que me sinto constrangido em escrever sobre um livro desses, mas infelizmente tenho que fazer isso. Afinal, a referida obra se encaixa perfeitamente no post aqui. Ou.... será que algum dia, você imaginou que alguém pudesse publicar algo parecido?
Fico ruminando com os meus botões; se a metodologia do livro de Hiroyuki Nishigaki fosse, de fato, eficiente, as profissões de psiquiatra e psicólogo deixariam de existir. É verdade! Para que os depressivos precisariam  procura-los?? Ora, pra nada! Bastaria se sentar numa poltrona confortável ou então se deitar numa cama gostosa ou ainda ficar em pé e começar a contrair o dito cujo 100 vezes todos os dias.
O cara de pau do escritor (escritor???) afirma que a pessoa que quiser ser adepta da prática pode fazer as contrações durante uma reunião chata, no metrô ou ônibus sem ser notado. Nishigaki diz que conheceu um homem de 70 anos de idade que praticou a chamada ‘dança das contrações rosquilíneas’ durante vinte anos. Como resultado ele ganhou uma ótima aparência, aparentando ter uns 20 anos a menos. Pêra aí... Me corrijam se eu estiver errado. Tomando como exemplo esse paciente de Nishigaki e seguindo piamente e cegamente a teoria do polêmico escritor - escritor???, novamente (rss) – isto significa que para rejuvenescermos um ano serão necessárias 36.500 contrações anuais. Ah! Sempre levando em conta que um ano tem 365 dias. Portanto, o seguidor, paciente, adepto ou o que quer que seja de Nishigaki precisaria fazer 730 mil contrações durante duas décadas para “desfilar” com uma aparência de rapazola, vinte anos mais jovem, apesar dos seus 70. E aí? Topas fazer esse sacrifício?
03 – Caixões: Faça Você Mesmo (Dale Power)
O tal Dale Power – acredito que seja um marceneiro – teve a ‘brilhante’ idéia de ensinar os seus leitores a construir os seus próprios caixões!! Ele deve ter pensado que dessa maneira, os familiares do falecido ou então o futuro defunto iriam economizar bem mais, já que não precisariam recorrer ao esquife de uma empresa funerária.
Mas não é só isso não! Ele ensina também a construir pequenas urnas funerárias para animais de estimação!
Anote aí o trecho de apresentação da obra: “... Todas as ferramentas e técnicas necessárias para a produção de caixões fortes e bonitos são apresentados aqui em linguagem clara e concisa. Fotografias coloridas ilustram cada passo na construção de três caixões de tamanhos diferentes para animais e outros três caixões para pessoas. Diferentes técnicas de construção são mostradas em detalhes. Uma vez que os caixões sejam construídos, a discussão se volta para as muitas molduras, apliques, revestimentos e acabamentos que possam ser usados ​​para fazer cada caixão, algo único. Este livro é um desafio para os novatos e uma alegria para o artesão experiente.”
Pessoal, vou parar por aqui porque o assunto já está ficando muito tétrico, depressivo e... bem... não quero recorrer ao métido do Sr. Nishigaki para aliviar a tensão...
04 – John Travolta é Tony em Os Embalos de Sábado à Noite (H.B. Gilmour)
A história de Tony Manero,um jovem do Brooklyn e um excelente dançarino de disco music que só encontra significado na vida quando dança numa conhecida discoteca, arrastou multidões aos cinemas. Em um ano, o filme arrecadou 108 milhões de dólares.
Por volta de abril daquele ano, a trilha sonora do filme já tinha faturado mais de dez milhões de cópias, tornando-se o álbum mais vendido da época. O LP duplo apresentava basicamente sucessos novos e antigos dos Bee Gees, além de Kool & The Gang, K.C. & The Sunshine Band, The Trammps, M.F.S.B., Walter Murphy, Tavares, Yvonne Elliman e outros. O álbum permaneceu um total de 24 semanas no 1.º lugar das paradas e vendeu eventualmente mais de 30 milhões de cópias (hoje este número chega a 50 milhões), tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Detalhe: ainda é a trilha sonora mais vendida da história.
Mêo! Como me deliciei com esse filme! E não me canso de revê-lo. Mas pêra aí... um livro sobre Tony Manero?? Caraca! Não pode ser! Eu e com certeza todos aqueles da minha geração que vibraram com a produção cinematográfica de 1979, dirigida por John Bradham, jamais poderiam imaginar que existiria um livro sobre a vida de Tony Manero.
“Os Embalos de Sábado à Noite”, apesar de ter sido baseado num artigo jornalístico escrito no New York Post, tem a cara, a estética, a fisionomia e o jeito de F-I-L-M-E!! Então, num belo dia descubro que há um livro sobre o assunto.
Apesar de explorar as redes sociais à exaustão, não consegui descobrir nada de nada sobre o livro, o que – convenhamos – não é bom sinal. O que acabei sabendo num sufoco danado é que a obra literária foi publicada pela Record quase na mesma época do filme e baseado no roteiro de Norman Wexler. Ihhhhh!!! Isso está me cheirando novelização de filme. E cá entre nós, eu odeio esse gênero. Melhor parar por aqui, mas para aqueles que quiserem se arriscar poderão encontrar alguns exemplares no Mercado Livre. Fiquem à vontade.
05 – Como Defecar na Floresta (Kathleen Meyer)
Pera um pouquinho... mais um pouquinho... outro mais um pouquinho. Quaquaquaqua!!! Cara! Eu estou me contorcendo de gargalhar!! E agora que olhei para a capa do livro aqui na Net, estou com a goela doendo de gargalhar... Um cara ou uma mulher – sei lá, a foto só registra meio corpo – com as calças arriadas, um papel higiênico desenrolado numa das mãos e uma pá na outra. Creio eu que para limpar o dito cujo e depois enterrar o outro dito cujo. Mas apesar da gargalhada, por incrível que possa parecer, o livro de Kathlen Meyer é sério. Pode acreditar. É sério sim.
A obra gira em torno das muitas estratégias que a escritora tem notado e aprendio para defecar onde não há banheiro moderno e água corrente. Quem lê o  livro, rapidamente entende que a preocupação de Meyer não é tanto com o conforto do campista ou caminhante, mas, sim com o impacto provocado pelos resíduos humanos à céu aberto nos ecossistemas naturais. Ela ressalta a importância de cavar buracos "ambientalmente saudáveis" para depositar as fezes e que não contaminem os lençóis freáticos, córregos e nascentes de água.
Segundo a autora, o dano aos seres humanos e a vida selvagem, provocados por dejetos descuidadamente descartados vem em muitas formas, incluindo a giardia, diarréia e doenças intestinais. 
Pois é galera, muitas vezes quanto vamos acampar e a dor de barriga aperta, nem pensamos onde nos aliviar. A primeira coisa que vem em nossa mente é encontrar um lugarzinho isolado, longe dos amigos, e algum matinho para camuflar. Os córregos, nascentes de água e pés alheios que vão às favas. Meyer tenta mudar essa vã filosofia.
06 – Natural Harvest – A Collection of Sêmen-Based Recipes
Olhe...Me diga uma coisinha. Você que está lendo esse post já almoçou? Já jantou? Está saboreando algum salga-beiço enquanto lê esse texto? Então quer um conselho de amigo? Ok. Não prossiga a leitura. Pare agora! Coma primeiro; devore esse X-Burguer lindo-maravilhoso que está em suas mãos ou então abandone – temporariamente – a leitura desse texto, almoce ou jante, faça a digestão e só depois retorne ao computador.
Você percebeu que eu até optei por escrever o nome do livro no subtítulo do post em inglês para não abalar muito as estruturas. Agora, se a sua curiosidade for maior... Bem, a responsabilidade é toda sua, não me culpe depois.
Decidiu?  Não vai mudar de idéia? Então, lá vai. Traduzindo o subtítulo: “Colheita Natural – Receita baseadas em sêmen” Arghhhhhhhh!!!
Socorrooo!! Cara! O livro não traz, mas nem eu quero saber o nome do autor dessa monstruosidade!! O infeliz escritor fantasma responsável por essa ‘pérola’ diz que o sêmen não é apenas nutritivo, mas também tem uma textura maravilhosa e incríveis propriedades de cozinha. E prossegue o infeliz porcalhão: “Como um bom vinho e queijos, o gosto do sêmen é complexo e dinâmico”. A obra literária – se é que pode ser chamada assim - diz que o sêmen é barato de produzir e fácil de encontrar e apesar de todas essas qualidades positivas, continua negligenciado como alimento.
O prefácio do livro deixa claro que “Colheita Natural – Receita baseadas em sêmen” espera mudar os padrões tradicionais da culinária. E uma vez que o cozinheiro superar qualquer hesitação inicial, irá se surpreender ao saber o quão maravilhoso o sêmen é na cozinha, dando a cada prato uma reviravolta interessante. E conclui: “Se você é um cozinheiro apaixonado e não têm medo de experimentar novos ingredientes - você vai adorar este livro de receitas!”
My God! O que me deixou com o estômago ainda mais embrulhado foi o depoimento dado por uma pessoa que aprovou o livro. A leitora que assina como Tittes relatou:  “Isso é ótimo. Eu sempre tenho sêmen guardado na dispensa quando recebo a visita de um amigo querido. Ele adora a minha comida, especialmente quando eu cozinho com sêmen. É claro que eu  não disse nada sobre o meu ingrediente secreto, mas o importante é que ele adora a minha comida”.
Depois dessa, aceita um conselho de amigo: “Jamais coma na casa de estranhos....”
07 – Qualquer Um Pode Ser Legal, mas Ser incrível Leva Prática (Lorraine Peterson)
Veja só a introdução dessa obra: “Sevocê anda por aípensando que podeser apenas legal; claramente precisaráler este livro.É sim,este é um livroreal”. E para fechar com chave de ouro, a autora dá o golpe de misericórdia: “Qualquer um pode serlegal, mas ser impressionanteprecisa de prática”.
Cara! Fico imaginando com essa tal Lorraine Peterson deve ser humilde; aliás um poço de humildade. Ela deve ficar dizendo para as suas amigas: “Não! Não! Ser legal é para os fracos... ser incrível é para os fortes!”.
E acredite. A autora afirmou que para escrever o seu livro baseou-se em verdades bíblicas. Tudo leva a crer que se trata de mais uma obra de auto-ajuda.
08 – Guia Para Cozinhar em Seu Carro (Chris Maynard e Bill Scheller)
Você sabia que o capô de seu carro serve para preparar deliciosos pimentões recheados? E que o motor é ideal para grelhar ou assar um bife ou um filé de frango?? Depois de ler esse livro, você passará a enxergar o seu automóvel com outros olhos; os olhos de um chef de cozinha.
Chris Maynard, um fotógrafo e Bill Scheller, um escritor de viagens, são os autores de “Guia Para Cozinhar em Seu Carro”, um manual engraçado, com dicas escabrosas, mas ao mesmo tempo curiosas.
Os autores chegam ao ponto de aconselhar as pessoas no momento em que forem comprar um carro para que escolham um modelo que ofereça maiores opções para a gastronomia. Um Chevrolet, por exemplo, oferece seis opções diferente para preparar o seu prato; já o Toyota Camry, apenas três.
O livro da dupla Maynard e Scheller despertou o interesse de muitos leitores nos Sates, transformando-se, rapidamente, num fenômeno de vendas por aquelas bandas.
09 – Cuidado! Seu Príncipe Pode Ser uma Cinderela (Consuelo Dieguez e Taciana Azevedo)
As autoras Consuelo Dieguez e Taciana Azevedo utilizam o humor para tratar de um tema muito sério nos relacionamentos modernos: a homossexualidade enrustida. Com base em histórias verídicas e surpreendentes, as autoras criaram um divertido guia para as leitoras identificarem se o homem de seus sonhos é, na verdade, um gay sem coragem de sair do armário.
As autoras criaram dez divertidas "peneiras" - às quais as mulheres devem submeter seus "machos" -, que tratam de diversos aspectos: vestuário, comportamento, vida social, interesses, atividades e, claro, sexo.
A idéia de escrever o livro surgiu após uma velha amiga das autoras contar a sua triste experiência com  um marido gay.  Sofia (nome fictício da amiga e personagem principal do livro) revelou que após sete anos de casamento descobrira que o marido era cinderela  e perguntou para as escritoras se não queriam  escrever uma obra baseada em sua história. As duas toparam na hora.
Consuelo e Ticiana passaram, então, a coletar conteúdo para o guia em conversas com médicos, psicanalistas, arquitetos, empresários, hostessde boates gays, modelos que atuam como damas de companhia de enrustidos e, é claro, com mulheres que caíram no conto do Príncipe-Cinderela. A incursão nesse universo resultou num livro divertido e em planos para um próximo, em que o foco será o homossexualismo feminino.
10 – A Longa Viagem do Senhor Cocô (Angele Delaunis e Marie Lafrance)
Os autores afirmam que o livro é educativo e ensina às crianças de onde o cocô vem. O personagem principal – além de Mister Cocô, claro – é um lobo inteligente com jaleco e pinta de professor que leva as crianças numa viagem através de seu sistema digestivo.
No livro há o exemplo de uma menina que comeuma maçãno lanche de escolae a fruta vai para o esôfago,antes de uma paradano estômago.Em cada paradaao longo do caminho, o ‘lobo-professor’ explicaem termos científicossimples oque o corpo estáfazendo.Após opit stopno estômago,o que resta damaçãdeve entrar nointestino delgado, depois no grossoe, finalmente. ..bem, você sabe.
O objetivo do livro, de acordo com os autores, é fazer com que as crianças entendam o que acontece dentro de seus corpos, principalmente no sistema digestivo.
Mas cá, entre nós, a capa do livro não ficou nada legal... O Senhor Cocô provou que não é nada fotogênico.

Chantagem Atômica (1º livro da “Trilogia Blofeld”)

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Como já havia revelado no facebook do Livros e Opinião, decidi num desses dias de minha vida, escrever um post sobre a “Trilogia Blofield”. Com certeza, os iniciados em 007 -  no 007 de Ian Fleming e não nas cópias e aberrações de outros autores - sabem do que estou “falando”. Já, para os não aficionados, basta dizer que a “Trilogia Blofeld” corresponde aos três livros onde aparece o pior inimigo de James Bond: o “Número 2” Ernst Stravo Blofeld. Vale lembrar que nos cinemas, ele é o “Número 01”.
Para que vocês entendam a importância de Blofeld na ‘literatura Bondniana”, é essencial esclarecer que ele foi o único vilão de 007 que apareceu em três livros de um total de 14 escritos por Ian Fleming sobre o agente secreto inglês. Três??? Não... não... me desculpem. Em quatro livros. Isso mesmo quatro livros! Em “Espião e Amante”, Fleming também faz algumas citações à Blofeld. Quanto aos outros vilões da série só tiveram direito a um livro; e nem poderia ter sido diferente, já que eles foram eliminados por Bond ou então fugiram com o rabinho no meio das pernas, excetuando Rosa Klebb que foi presa após ferir gravemente 007 e Le Chiffre, morto por um capanga da Smersh, quando estava perto de capar o nosso pobre herói com um batedor de tapetes, mesmo assim, os dois não apareceram em nenhuma continuação.
Blofeld, ao contrário dos outros vilões que ficaram só no quase com 007, acabou sendo o seu algoz, infligindo sofrimentos terríveis e que deixaram cicatrizes profundas no corpo e na alma de Bond. Estas marcas foram tão profundas que por pouco não transformaram 007 num trapo humano, fazendo com que ele - que sempre foi considerado o melhor agente secreto de Sua Majestade - se tornasse uma legítima piada devido aos fracassos das missões à ele confiadas. Aliás, Bond só não foi desligado do MI6, graças ao seu chefe ultra sisudo o tal do “M”. Mas isso é assunto para “A Morte no Japão”, último livro da “Trilogia Blofield”. Os outros dois são: “Chantagem Atômica” e “À Serviço Secreto de Sua Majestade”.
Voltando à “Chantagem Atômica”; nesse livro, Fleming nos apresenta à Blofield, descrevendo detalhadamente as suas características físicas, além de sua personalidade. E logo nas primeiras páginas do livro – para ser exato no capítulo cinco sobre a S.P.E.C.T.R.E - o leitor já tem uma noção da pedreira que James Bond irá enfrentar. Após ler a apresentação do vilão feita detalhadamente por Fleming, o blogueiro aqui murmurou: -“ Caraca! Esse sujeito é capaz de peitar o nosso agentão!” E é mesmo! Olha pessoal, esqueça o Blofield dos cinemas vivido – diga-se de passagem, brilhantemente - por Donald Pleasance e Telly Savallas. O vilão original dos livros é bem mais cruel, mas cruel aos extremos; capaz de matar uma pessoa como se fosse um inseto, unicamente para atingir os seus objetos. Esta crueldade doentia, onde não há vez para o remorso e o perdão, fica evidente no momento em que Fleming apresenta Blofield aos seus leitores e o compara à outros tiranos da história, como Adolf Hitler, Mussolini e Genghis Khan.
Neste primeiro livro da  trilogia passamos a conhecer minuciosamente a vida de Blofield, desde a sua juventude até a fase adulta. Como ele era antes e como ficou depois de ter se tornado o fundador e chefe da S.P.E.C.T.R.E (Sociedade Política Especializada em Contra-espionagem, Terrorismo, Rapinagem e Extorsão).
Para aqueles que pretendem se iniciar no mundo literário de 007, lendo os 14 livros oficiais do espião, escritos por Fleming, aconselho seguir a sequência em que foram escritos. Apesar de alguns afirmarem que não há a necessidade de se seguir uma ordem cronológica de leitura, em minha humilde opinião, há sim, principalmente no que diz respeito aos três livros sobre Blofield. O correto é ler primeiramente “Chantagem Atômica”; depois, “À Serviço Secreto de Sua Majestade” e por último “A Morte no Japão”. Mas se você quiser fazer o serviço completo, não custa nada incluir nessa listinha o livro “Espião e Amante”. Eu explico o motivo. É que a obra funciona como uma “meia pós sequência” de Chantagem Atômica com referencias sobre Blofield e a “Operação Thunderball ou Chantagem Atômica. Tudo bem que sejam poucas referencias, mas constam.
Já que toquei no assunto sobre a cronologia dos livros de 007 escritos por Fleming, vamos à ela: Cassino Royale (1953), Viva e Deixe Morrer (1954), O Foguete da Morte (1955), Os Diamantes São Eternos (1956), Moscou Contra 007 (1957), O Satânico Dr. No (1958), Goldfinger (1959), Para Você, Somente (1960), Chantagem Atômica (1961), Espião e Amante (1962), À Serviço Secreto de Sua Majestade (1963), A Morte no Japão (1964), O Homem Com o Revolver de Ouro (1965) e Encontro em Berlim (1966).
Acredito que ao escrever “Chantagem Atômica”, Fleming já havia decidido trazer Blofield  numa continuação e ao concluir “A Serviço Secreto de Sua Majestade”, ficou mais do que provado que o vilão voltaria num terceiro livro. No final de “À Serviço Secreto...”, quando todos  acreditavam que Blofield havia fugido como um camundongo assustado, eis que ele volta, sorrateiramente, e aplica um golpe baixo em Bond, deixando o agente secreto inglês completamente desnorteado. Talvez o golpe mais doído que 007 tenha sofrido em toda a sua vida. E como não era hábito de Fleming dar os louros da vitória para os vilões em seus livros, os leitores tinham mais do que certeza de que Blofield voltaria num terceiro livro. E isso acabou acontecendo em “A Morte no Japão”.
“Chantagem Atômica” é um livro de introdução à Ernst Stravo Blofeld, onde o Nº 2 da S.P.E.C.T.R.E não aparece muito, deixando essa incumbência para um de seus asseclas: Emilio Largo. Fleming, basicamente descreve a personalidade e a aparência, além de fornecer informações detalhadas sobre a origem do vilão. O confronto ‘tête-à-tête’ ocorre, mesmo, entre Bond e Largo.
Na verdade, Blofield começa a infernizar a vida de 007 a partir de “À Serviço Secreto de Sua Majestade”, onde pretende colocar em prática um plano bem sui generis para dominar o mundo e que acaba sendo descoberto pelo agente. A perseguição de trenós entre “mocinho e bandido”  nas páginas finais do livro é fantástica; mas isso é assunto para o segundo livro da trilogia. Logo, loguinho.
Inté já!


A Serviço Secreto de Sua Majestade (2º livro da "Trilogia Blofeld")

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Cara! Tô emocionado... Tá bom vai! Tô quase chorando... Chorando porque essa música me faz voltar ao passado... Minha infância, minha adolescência. Que festival de recordações. Ainda mais com essa chuvinha mansa com trovoadas tranqüilas que escuto bem longe enquanto escrevo esse post. Estou ouvindo, estou viajando, estou sonhando com Louis Armstrong. A sua voz rouca ressoa toda charmosa nas caixinhas de som do meu computador soltando a garganta em We Have All the Time in the World.
Mas você deve estar exclamando: “- Esse cara ficou pinéu! O que isso tem à ver com o post?!”. Eu lhe respondo, então: -“ Tem tudo à ver pessoal! Afinal de contas, essa linda canção foi o tema de “À Serviço Secreto de Sua Majestade”. A música que emocionou milhares e mais milhares de telespectadores durante os beijos e amassos de Bond e Tracy e também na última cena do filme, quando 007 – vivido pelo canastrão George Lazemby – chora nos ombros da falecida Bond-Girl que foi a única mulher que ele amou em toda a sua vida. A moça recebeu um tiro certeiro na cabeça disparado por Ernst Stravo Blofield.
A cena que partiu um montão de corações no final dos anos 60 é a maior prova de que o fundador da S.P.E.C.T.R.E é, sem sombra de dúvidas, o único ‘carrasco’ de toda a vasta galeria de vilões do agente secreto inglês. Ele foi o algoz que conseguiu destruir os sonhos de Bond. Parem e pensem. 007 sempre tratou as mulheres que cruzaram o seu caminho como simples objetos de prazer. As únicas duas sortudas que conseguiram mudar esse conceito do inveterado mulherengo foram Vesper Lynd e Tereza di Vicenzo ou simplesmente Tracy, mas acredito que a segunda teve uma importância maior na vida de Bond, pois chegou ao ponto de conseguir fazer aflorar algumas lágrimas da expressão cruel do agente inglês.
Acredite se quiser amigo. O rabo de saia do Bond chegou a se casar com Tracy e também iria deixar o MI6, abandonando definitivamente o duplo zero que lhe dava licença para matar. Tudo para constituir uma família e se dedicar de corpo e alma ao seu grande amor. Perceberam como Tracy era importante para Bond? Então, num certo dia, Blofeld sepulta esse sonho assassinando a moça em sua lua de mel. Cara, justamente na lua de mel! É prá estilhaçar qualquer coração, até mesmo de 007. Este é o vilão que se transformou no pior pesadelo de Bond nos livros “À Serviço Secreto de Sua Majestade” e “A Morte no Japão.
Se em “Chantagem Atômica”, Blofield apareceu apenas indiretamente, não participando dos momentos de ação do enredo; nos outros dois livros da trilogia, ele sai à campo e vai à luta. Em “Chantagem Atômica”, o vilão foi o grande mentor intelectual do plano que envolvia o roubo de um avião armado com duas ogivas nucleares. Ele só dava ordens e escolhia qual subordinado deveria cumpri-las. No caso do roubo das ogivas, o escolhido para a missão foi Emilio Largo. Agora, em À Serviço Secreto de Sua Majestade, meu amigo... Hummm!! A coisa pega porque o ‘hômi’ sai à campo, como diz o ditado popular. Blofeld e Bond duelam cara a cara, peito a peito. E é um duelo completo englobando cinismo, chantagem, hipocrisia e como não poderia deixar de ser, corpo a corpo que fica reservado para as páginas finais do livro quando acontece uma perseguição de trenós nos Alpes suíços.
E quando o leitor pensa que Blofeld fugiu temendo ser pego por James Bond, eis que o vilão surge no final do romance e arrebenta com Bond, lhe tirando a coisa mais valiosa de toda a sua vida: a única mulher que ele amou de verdade. Amou tanto, mas tanto que chegou a se casar com ela. Quer golpe pior do que esse?
Sei que estou contaminando esse post com spoilers, mas a história de James Bond e Tereza di Vicenzo é tão conhecida no universo bondiano que já deixou de ser um segredo para ‘quase todos’ aficionados ou não do herói.
Neste segundo livro da Trilogia Blofeld, após tentar de todas as formas possíveis e impossíveis encontrar o grande chefe da S.P.E.C.T.R.E, mas sem sucesso, Bond passa a acreditar que a agencia de terrorismo e extorsão não mais existe, à exemplo de seu principal mentor, o qual acredita ter morrido . Ocorre que o MI6¨pensa o contrário e por isso, obriga o seu principal agente secreto com licença para matar à continuar a busca por Blofeld.
Bond se frustra pela insistência do MI6 na prolongação da procura e em sua incapacidade de encontrar o vilão. Por isso, ele acaba escrevendo uma carta de demissão para seu chefe, M.
Enquanto escreve sua carta, Bond encontra a linda, e suicida, Condessa Teresa "Tracy" di Vicenzo, primeiro na estrada e posteriormente em uma mesa de jogo, onde ele a salva pagando sua dívida. No dia seguinte, Bond a segue e impede sua tentativa de suicídio, porém os dois acabam capturados por capangas profissionais. Eles são levados até o escritório de Marc-Ange Draco, chefe da Unione Corse, o maior sindicato criminal da Europa. Tracy é a filha única de Draco, que acredita que o único modo de salvar sua filha de novas tentativas de suicídio é através de um casamento com Bond. Para facilitar isso, ele oferece a Bond um dote de um milhão de libras; Bond recusa, mas concorda em continuar namorando Tracy enquanto a saúde mental dela melhora.Ocorre que o amor é cruel e acaba enlaçando os dois pombinhos, principalmente Bond que se apaixona perdidamente pela garota.
Bem, resumindo, Bond acaba localizando Blofeld, após receber uma valiosa informação do pai de Tracy e sai na captura do super-vilão da S.P.E.C.T.R.E.
Após frustrar o plano do sifilítico Blofeld (isso mesmo, ele tem sífilis em estágio avançado no livro) de destruir toda a economia agrícola de vários países, Bond se torna o principal alvo de sua ira. Pronto! A vingança está jurada como uma vendetta. Vingança que se concretiza da pior maneira possível no final do romance e também do filme.
À Serviço Secreto de Sua Majestade termina seco e triste. Aliás... não tenho vergonha de esconder que chorei ao ler o final do livro e ver o final do filme. Acredite, pode parecer brincadeira, mas chorei com um livro e um filme de James Bond.
Fazer o quê...
Putz, e essa musica do Louis continua tocando no meu computador....

A Morte no Japão (3º Livro da “Trilogia Blofeld”)

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Um romance de redenção. A redenção de 007.  É dessa maneira que defino “A Morte no Japão”, 12º livro da série James Bond, escrito por Ian Flmeing e considerado o capítulo final do que ficou popularmente conhecido pelos fãs do agente secreto como a “Trilogia Blofeld”.
A história começa oito meses após o assassinato de Tracy, que ocorreu no final do romance anterior, A Serviço Secreto de Sua Majestade. Após perder a esposa em sua lua de mel, morta por Blofeld, Bond passou a beber  e jogar muito, além de cometer erros infantís, transformando as suas missões em verdadeiros fiascos. Por isso, o agente inglês acaba se transformando numa verdadeira piada no MI6. Olha cara, confesso que é triste presenciar nas páginas essa fase FDP de Bond. Só mesmo quem conheceu, à fundo, nos livros e também nos filmes aquele sujeito auto-confiante, cruel e infalível na arte de matar para ficar chocado e boquiaberto com as primeiras páginas de “A Morte no Japão”.
Nosso estimado Bond está acabadaço, arruinadaço, entregue à baratas. Sei lá, entendam como quiser. Aliás não quero nem lembrar dessa fase.
Na semana passada, eu estava jogando conversa fora com um amigo, enquanto traçávamos uma gostosa loira gelada, então tivemos a idéia de fazer um joguinho meio besta (rs). Vejam só: resolvemos enumerar os 10 momentos mais humilhantes de alguns heróis da literatura e também do cinema. Ao final chegamos a conclusão de que para nós dois – apreciadores intragáveis de loiras geladas, bons livros e filmes – a surra que o “Morcegão”  levou do Bane (no cinema e nos quadrinhos) e que o deixou aleijado, juntamente com a porrada na alma de 007 dada por Blofeld e que o transformou num bêbado imprestável, lideram a lista desses momentos humilhantes vividos pelos heróis da literatura e do cinema.
Bem, voltando ao enredo de “A Morte no Japão”. Antes de meter o pé nas ancas de Bond, mandando a piada do MI6 para o olho da rua, o seu chefe M – em respeito aos bons serviços prestados por 007 no passado – resolve dar-lhe uma última chance: uma missão semi-diplomática, à princípio fácil demais, para que ele recupere aos poucos a sua confiança. M, então, manda o seu pupilo para o Japão com a missão de conseguir alguns códigos secretos com o chefe do serviço secreto japonês, Tigre Tanaka. O que Bond desconhece é que Tanaka já liberou esses códigos  para a Inglaterra, sem nenhum problema. Ao chegar na terra do sol nascente, 007 acaba se tornando um grande amigo de Tanaka que decide fazer uma proposta para Bond: matar o Dr. Guntram Shatterhand que vem dando uma dor de cabeça danada para as autoridades japonesas. 007 descobre, então, que Shatterhand é na realidade Ernst Stavro Blofeld. Pronto! Ao saber disso, o bom, infalível e velho Bond ressurge e sai em uma missão de vingança para eliminar Blofeld e sua esposa, Irma Bunt, os responsáveis pelo assassinato de Tracy.
Achei o ‘plot’ de “A Morte no Japão”  muito louco, no bom sentido, o que deixa evidente a genialidade de Fleming que já tinha idéias  bem ousadas para o seu tempo.
Edição inglesa do livro de Fleming
No enredo, Blofeld descobre, após várias pesquisas, que o Japão é um dos países com a maior taxa de suicídio do mundo. Por isso, ele resolve lucrar com a desgraça alheia, criando em seu castelo um jardim da morte, onde as pessoas decididas a colocar um fim na vida se reunem para concretizar o seu objetivo.
Este jardim da morte é o paraíso para os suicidas que podem escolher o tipo de morte que desejam, com ou sem sofrimento. No jardim de Blofeld tem de tudo, desde sapos e plantas venenosas que ficam camuflados em locais estratégicos para que os futuros suicidas não os percebam, correndo assim, o risco de quebrar o fator surpresa da morte. Há ainda lagos infestados de piranhas, armadilhas letais que podem decepar os mebros dos incautos, efim, um festival de atrocidades. Olha, vou parar por aqui porque o papo tá ficando meio down, meio sinistro. Sei lá galera, isso me lembra aquela filme “Jogos Mortais”.
Bom, mas já deu para que você tenha uma noção do jardim de horrores de Blofeld. E é nesse local que Bond ingressará em busca de sua vingança contra o vilão. Podem ter certeza de que o nosso agente encontrará muitos perigos pela frente, antes de ficar cara a cara com o vila da S.P.E.C.T.R.E.
A redenção de Bond começa a acontecer a partir do momento em que ele descobre que Blofeld está vivo e matando outras pessoas inocentes. A partir daí, ele decide esquecer os oito meses de fracassos de sua vida e sepultar dignamente Tracy em sua memória, prometendo vingar a sua morte. Neste momento é hora de soltar um Iahuuuuuuuuuu!! Afinal de contas cara, é o velho Bond que ressurge!! Cruel, letal, inteligente, charmoso e auto-confiante; enfim, um sujeito fod!! Desculpa aí pessoal, é que nesse momento da transformação, da redenção, o livro empolga, de fato.
No final de “A Morte no Japão”, Bond consegue vingar Tracy, mandando Blofeld, o seu castelo e o seu jardim dos horrores para os quiabos, mas sofrendo algumas sequelas. Sequelas, aliás, que serviram de gancho para o próximo livro da série “O Homem do Revólver de Ouro”, onde Bond teve de partir para uma nova redenção, desta vez, reconquistar a confiança de seu chefe M, mas isso é assunto para um outro post, quem sabe.
Neste livro que encerra a “Trilogia Blofeld”, o vilão da S.P.E.C.T.R.E está muito mais louco, egocêntrico e sádico. Tanaka, inclusive, se refere à ele como um “demônio que tomou forma humana”.
“A Morte no Japão”  foi o último livro escrito por Fleming publicado durante a sua vida. Ele morreria cinco meses após o lançamento do romance no Reino Unido.
Taí galera e assim, encerro a famosa “Trilogia Blofeld”, três livros indispensáveis para os iniciados ou estreantes – não importa – no universo bondniano.
Inté!

J.R.R. Tolkien lança livro sobre a saga de Arthur, Guinevere e Lancelot. Obra deve chegar ao Brasil em dezembro

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Estou arrebentadaço, moidaço. Sei lá galera, parece que levei uma surra de pau. Tudo bem que estou começando a sair dela agora, mas quando a dona Gripe me abraça é complicado. Além de estar com todas as juntas do corpo doendo ainda tenho de agüentar a tiração de sarro do Touro. Só ele mesmo pra me animar. –“ Não tem vergonha na cara, não?! Ocê tá ‘empestiando’ todo mundo que vê pela frente! Já contaminou a Lulu (Lulu é o meu ‘My Love’ que num belo e recente dia me deu um dos meus maiores sonhos de consumo. Quem acompanha o ‘Livros e Opinião’ no Face sabe de quem estou falando), contaminou os seus irmãos, os seus amigos, nem mesmo o pobre coitado do Abelardo escapou!” Ah! Tá! Abelardo é o nosso velho cão paulistinha vira-lata. E bota velho do velho nisso! O Touro diz que para tossir, o Abelardo tem que se encostar na parede se não cai (rs).
E como não bastassem as dores no corpo, na cabeça e a gozação do velho Tourão, ainda tenho de encontrar meios e atalhos para escapar da proposta indecente desse velhinho alto astral que eu amo e que vive preocupado com a minha saúde. Explico melhor. O Tourão quando pega gripe é fogo. Todos em casa entram em sinal de alerta e montam uma verdadeira operação de guerra. Sabem como é: ele fumou durante 40 anos e como resultado herdou uma doença pulmonar obstrutiva crônica, somado a problemas coronarianos. Como não bastasse, sofreu uma queda que lhe rendeu como castigo ficar de molho numa cadeira de rodas (graças à Deus temporariamente), tudo isso somado a idade. Enquanto, eu e meus familiares ficamos preocupados com todos esses problemas, querendo levá-lo à um pneumologista para fazer uma avaliação do seu ‘estado gripal’, ele solta o seu brado: - “Que médico nada! Manda pra cá a minha ‘cangibrina’! A cangibrina do Tourão, como ele mesmo diz, levanta até defunto moribundo. A tal da cangibrina, nada mais é do que chá de gengibre com limão e própolis. Ah! E tem mais: sem açúcar!! Brrrrrrrrrrrrrrr!!
Cara, prá você ter uma idéia do poder de fogo desse elixir que já batizei de “Cangebra Bull”, há algum tempo fui experimentá-lo e quase apaguei.  Parecia que eu estava entrando em ebulição. Chegou um momento em que não sabia se a minha garganta coçava, ardia ou queimava. Mas na realidade acho mesmo é que ela estava pegando fogo!
E agora, enquanto escrevo esse post, a cada tossida que dou, ouço o Tourão gritando lá da sala: - “Olha a cangibrina! Vou levar uma ‘bicada’ pra você”. Caraca! É mole ou quer mais?!
Escrevi tudo isso aí acima, prá vocês verem como fiquei empolgado com a notícia de que teremos um novo livro do mestre J.R.R. Tolkien. Tão empolgado, mas tão empolgado que nem mesmo as dores no corpo, de cabeça, garganta e febre alta,  me impediram de sentar na frente do meu micro e preparar esse texto. Afinal de contas pessoal, Tolkien escreveu sobre um dos maiores mitos mundiais: “Rei Arthur”.
“The Fall of Arthur” ou “A Queda de Arthur” que foi lançado na Inglaterra no dia 23 de maio e já lidera as listagens dos mais vendidos naquele país, é um poema inacabado do autor de “O Senhor dos Anéis”. Nele, Tolkien reconta em versos as últimas aventuras do Rei Arthur, que estando no limiar da Floresta das Trevas é chamado de volta à Grã-Bretanha pela notícia da traição de Mordred. Já enfraquecido em espírito pela infidelidade de Guinevere com o Lancelot, agora exilado, Arthur deve despertar seus cavaleiros para lutar pela última vez contra os rebeldes de Mordred e mercenários estrangeiros.
Tolkien começou a escrever o poema arturiano em 1930, mas o abandonou depois de quatro anos para iniciar “O Hobbit”. Os manuscritos de “A Queda de Arthur” ficaram esquecidos no fundo da gaveta por quase 20 anos, mas quando concluiu “O Hobitt e toda a trilogia de  “O Senhor dos Anéis”, o autor demonstrou desejo em continuar escrevendo sobre Arthur, mas sabe-se lá porque, não o fez e com isso o poema foi abandonado. O que restou foi  uma coleção de rascunhos, exercícios de métrica, sinopses e notas, que serviram de base para a versão agora lançada.
Esse material foi herdado por Christopher Tolkien, filho do autor e encarregado de editar e publicar os textos inéditos do pai. E se levarmos em conta a capacidade de Christopher que é muito detalhista em todos os negócios relacionados ao pai, com certeza os brasileiros, fãs de J.R.R. Tolkien, terão mais uma belíssima obra de arte.
Agora, se você caro leitor está esperando um contexto ‘tolkiniano’ com um Merlim místico e com poderes mágicos; uma excalibur fincada na pedra, de onde só poderá ser retirada pelo mais nobre dos cavaleiros; uma dama do lago que vem recuperar a espada de Arthur após a sua morte ou uma busca mítica ao santo Graal, pode esquecer. “A Queda de Arthur” não tem nada disso, pelo contrário, é literatura séria e sem aquelas ‘viajadas’.
No livro, Tolkien conta em versos as trágicas consequências do amor adúltero entre Guinevere e Lancelot e as dúvidas e tormentos do cavaleiro em seu castelo na França por ter traído o seu rei e amigo. A obra também aborda a fuga de Guinevere de Camelot, a campanha de Arthur no exterior, a grande batalha no mar da Bretanha e um retrato do traidor Mordred. Em fim, explora os últimos momentos desse mítico.
“A Queda de Arthur” tem 233 páginas, das quais apenas 57 se referem ao poema inacabado. Quanto as outras páginas restantes trazem notas, comentários e textos de Christopher Tolkien que destrincha os versos e aponta paralelos entre “A Queda de Arthur” e a Terra-média.
O livro deverá chegar as livrarias em português já no mês de dezembro, acompanhando o lançamento do segundo filme da adaptação de “O Hobitt”.
Então... esperemos galera!
- “Olha a cangibrina!!”
Adivinhem quem está gritando lá da sala??
Inté!
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